A recente entrevista do primeiro ministro António Costa tem dado que falar. Pela mais que óbvia vontade de que o PS tenha a maioria absoluta nas próximas eleições legislativas. Sem o dizer com clareza, obviamente, como é próprio dos meandos da política, toda ela expressa em eufemismos e e frases dúbias. "Babando-se" sobre aquilo que consideram "inteligências" mas são, a maior parte das vezes, "espertezas" e disso não passam. No meio dessa "ganga" lá vêm a desfaçatez e o mau gosto. Como aquele " o nosso Podemos" para se referir ao Bloco de Esquerda (BE), enquanto se refere ao Partido Comunista (PCP) pelo nome que tem. Deixando cair qualquer referência, convenientemente, ao Partido Ecologista os Verdes (PEV), que talvez o mereça porque se esconde por detrás da "neutral" sigla da CDU. E neste caso específico nem o PCP protesta, preferindo chamar à colação a sua "paciência revolucionária" para "aturar o PS, numa "vaidade conveniente" que qualquer mortal ( mesmo um partido " solidamente institucional) tem. O PS adula o PCP com a condescendência dum tutor que pede fidelidade e este "aceita" porquê? Bem sei da história do "dois passos à frente um atrás" e dos "elefantes engolidos" mas, além disso? Ouve-se demais o silêncio de opiniões entre o BE e o PCP. Mas nós também temos a veleidade de querer saber ler nas entrelinhas, ou não podemos? Será porque a maioria absoluta que o PS quer mas não diz, e parece não ser possível, levar a que o próximo governo só precisará de um dos parceiros de agora para governar? E qual deles? O PS parece que já fez a escolha mas os outros dois, que dirão, não somente do PS, (pois desse já o fazem) mas um do outro? A "esquerda" parlamentar apoiante da "geringoça" continuará assim? Ou o "escolhido" continuará a ter "paciência", agora para aguentar carga nos dois "ombros"? Vamos esperar para ver. Se entranto a maioria absoluta vier, como chamará ao PCP o primeiro ministro? No quadro espanhol político não arranjará certamente muleta de linguagem atrevida como o fez com " o outro parceiro da esquerda"...
Fernando Cardoso Rodrigues
o jogo político em Espanha está bem interessante de observar; o Podemos, que etá desesperado para entrar no Governo, rejeitando a solução "a la portuguesa" proposta por Sánchez, "tumbou" a investidura deste por querer mais do que lhe ofereciam; agora, que temem mesmo novas eleições, já aceitam aquilo que ontem rejeitavam mas, desta vez, é Sánchez que se faz caro; entretanto, Casado deixou crescer a barba, se calhar para ficar com uma imagem mais madura, e propõe a Ciudadanos uma coligação eleitoral "España Suma", igual ao que fizeram nas autonomias, para que o PSOE não assumisse o poder que ganhou nas eleições...
ResponderEliminar