O Manel Serrão escreve “Bitaites sobre Salazar”, no jornal do norte, aonde tem uma boa e tradicional quota e grande participação, sobre o vazio. É ele quem o diz por escrito, que aprendeu na escola, ou mais provável em colégio fino, que enquanto cachopo só lhe importou saber aprender a ler e a contar sem ser pelos dedos, e daí não saber népia sobre a ditadura salazarista - regime que o beneficiou, embora ele também não o saiba. O dr. pai dele podia e devia ter-lhe contado mais esta “história”, a par das demais que mais tarde leu, em livros comprados por quem tinha dinheiro, já que esses materiais não eram acessíveis aos pobres. Mas ele mesmo tendo lido algumas coisas, ignora que andou com o credo na boca que entoava sob a Cruz da igreja e pregado nas paredes das escolas do Estado Novo, ou seja, com Salazar presente, ali mesmo à frente do seu nariz, mais limpo do que o dos seus ranhosos contemporâneos. Para não andar só nesta ignorância, afirma que a mocidade actual também nada sabe sobre o ex-governante de Santa Comba Dão, e daí achar-se com direito autenticado para não se pronunciar sobre tal tempo e tal regime político, que privilegiou uns e prejudicou outros, que ainda hoje sofrem as consequências que aquele religioso e supremo homem impôs. Mas à medida que a gente o vai lendo, constata que o Manel sempre ouviu alguma coisa sobre prisões, ditadura, e até a terra onde está enterrado o homem que caiu da cadeira. Este Serrão é mais serrim, do que Manel, embora tenha cobertura e apoio de um jornal, que o devia “mandar pregar para outra freguesia”, já que ele até pode viajar quando e para onde lhe apeteça, seja para uma campa ou Museu e Centro Interpretativo. Mas ao que parece, “a liberdade ainda não está a passar por ali”. Ele reconhece entretanto que é um homem de outros tempos levando pela mão uma filha, que um dia talvez venha a saber mais uns bitaites sobre o seu pai - um pretenso humorista vazio por dentro, e gordo por fora!
(hoje no DN.:Mdrª)
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