Vergonha de ser português...
Aquele fulaninho que aparece a “dar gás” à greve dos
profissionais de transportes de matérias perigosas é assim uma coisa como “aloé
vera”, aquela planta exótica que, cada vez que a observamos, encontramos-lhe
novas “qualidades”.
É para mim evidente que estamos perante um oportunista sem
vergonha, que tenta aproveitar o “tempo de antena” que a situação de que é
principal instigador lhe vem proporcionando, sem demonstrar a menor qualidade
para desempenhar tão delicadas funções,
facto que me parece ter ficado claro quando, ao tomar conhecimento das medidas
previstas pelo Governo para minimizar a crise que ameaça provocar, não teve
nada mais edificante para dizer do que “tenho vergonha de ser português”.
Dito isto, não me custa nada concordar com aqueles
motoristas, no que diz respeito à retribuição que auferem por um trabalho de
tamanha responsabilidade; só que a minha postura ao longo da vida activa, quando
não estava satisfeito com alguma coisa, o que eu fazia era aproveitar um momento
oportuno com o decisor para lhe dizer, cara a cara, que não estava satisfeito e
que, se não fosse possível atender-me, iria trabalhar para outro lado...
Amândio G. Martins
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