quinta-feira, 9 de julho de 2015

NÃO TE ABATAS, MÃE NOSSA, NÃO TE ABATAS


Não te abatas, Mãe Nossa, porque estranhos
Servimos a que outrora derrotámos
Nos campos de batalha em que inda ecoam
Os gritos de vitória saudando
Um início dos tempos em que ao mundo
Novos mundos de povos e de estrelas
Revelámos com proa de navios
Em que vogavam deuses, não os homens
Desanimados, tristes, que hoje somos.
Não te abatas, Mãe Nossa, porque tantos
Deixam campos e serras, os seus lares
E as praias  em que ninfas se lamentam
De heróis não as amarem nem poetas
Cantos de exaltação lhes dedicarem,
Em que, sendo teus filhos, te adornavam
De tal novo esplendor que às outras línguas
Servas tuas faziam pela Fama;
A bárbaras nações levam agora
A força de seus braços, como escravos
Não como para ensino e do céu guia.
Não te abatas, Mãe Nossa, porque vês
Na tua própria terra se perder
A lusitana antiga liberdade
Que o Vate celebrou, em nome apenas
Lembrado pelos mais, que poucos são
Os que em espírito o têm redivivo
E pronto a outro canto quando enfim
O renascer vier que nos liberte.
Pecados cometemos que expiamos:
Filho à Mãe abateu, a liberdade
Comprando com vileza e bruto gesto.
Um rei que só amor sentir devia
Amor matou em sossegados campos,
As boninas regando com o sangue
Que só amar sabia a quem amava.
Logo outro rei ao povo que o ergueu
Sofrendo assédios, fome, desespero,
Só tendo vida para dar à morte
Se tanto Pátria sua o exigisse,
Lento foi dominando, até que o trono
Só esteve ao serviço da rapina
Que do germano vem; da dure lei
Que Césares legaram, de cultores
De ídolos sim e não daquele Deus
A quem menino o Povo coroava.
Viu-se um irmão a seu irmão traír
Para firmar domínio que mais roubo
Viria a ser que exemplo de infiéis,
Que mais terror do mar se tornaria
Que unidade das ondas sobre as quais
Espírito Divino pairaria.
Como guerras levámos a quem só
Tão livre como nós viver quisera,
Mentindo, escravizando, atormentando,
Àquele Cristo que adorar devíamos
Transformando num anjo de extermínio.
Mas não te abatas, Língua, que outro tempo
Ao nosso vai seguir-se, o em que ao Povo
Redimiremos todos, à miséria
Expulsando dos corpos e das almas,
Mais livres os fazendo, por não terem
A posse que os possui, e o mundo inteiro
Revelando a quem tem passado a vida
No não mais que viver a repetida
Morte que dia a dia lhe é o dia.
Não, não te abatas, Língua, que aos irmãos
De Ibéria acordaremos e de novo
Mar de espírito agora rasgaremos
Às europeias terras abundantes
Que usura e desamor juntos fizeram
A si próprias infensas, e com elas,
À sua frente, iremos nos juntando
Aos de Áfricas outrora dominadas
E aos que, expulsos por nossa férrea idade,
Na quarta parte nova araram campos.
Não te abatas, Mãe Nossa, não te abatas,
A todos os do mundo um canto novo,
Que música será bem mais celeste
Que a de esferas fingidas, pois das almas,
Triunfante virá: Não mais queremos
Sonho apenas sonhado, mas a vida
Em sonho transformada, nós aos deuses
Unidos para sempre, à própria Morte
Vencendo pela vida em que a mudarmos.

ZXZXZXZXZXZXZXZXZXZXZXZXZ

Exortação do doutor Luís António do Vale de Aboim,
De Amarante, num tempo em que Portugal se encontrava
Submetido ao mando de outros, como agora…
Sequência recolhida pelo prof. Agostinho da Silva,
Publicada pela Nova Renascença, em 1982, e pelo ICALP,
Instituo de Cultura e Língua Portuguesa, em “Agostinho da
Silva-DISPERSOS, em 1988.













 NÃO DE ABATAS, MÃE NOSSA, NÃO DE ABATAS
Não de abatas, Mãe Nossa, porque estranhos
Servimos a que outrora derrotámos
Nos campos de batalha em que inda ecoam
Os gritos de vitória saudando
Um início dos tempos em que ao mundo
Novos mundos de povos e de estrelas
Revelámos com proa de navios
Em que vogavam deuses, não os homens
Desanimados, tristes, que hoje somos.
Não te abatas, Mãe Nossa, porque tantos
Deixam campos e serras, os seus lares
E as praias  em que ninfas se lamentam
De heróis não as amarem nem poetas
Cantos de exaltação lhes dedicarem,
Em que, sendo teus filhos, te adornavam
De tal novo esplendor que às outras línguas
Servas tuas faziam pela Fama;
A bárbaras nações levam agora
A força de seus braços, como escravos
Não como para ensino e do céu guia.
Não te abatas, Mãe Nossa, porque vês
Na tua própria terra se perder
A lusitana antiga liberdade
Que o Vate celebrou, em nome apenas
Lembrado pelos mais, que poucos são
Os que em espírito o têm redivivo
E pronto a outro canto quando enfim
O renascer vier que nos liberte.
Pecados cometemos que expiamos:
Filho à Mãe abateu, a liberdade
Comprando com vileza e bruto gesto.
Um rei que só amor sentir devia
Amor matou em sossegados campos,
As boninas regando com o sangue
Que só amar sabia a quem amava.
Logo outro rei ao povo que o ergueu
Sofrendo assédios, fome, desespero,
Só tendo vida para dar à morte
Se tanto Pátria sua o exigisse,
Lento foi dominando, até que o trono
Só esteve ao serviço da rapina
Que do germano vem; da dure lei
Que Césares legaram, de cultores
De ídolos sim e não daquele Deus
A quem menino o Povo coroava.
Viu-se um irmão a seu irmão traír
Para firmar domínio que mais roubo
Viria a ser que exemplo de infiéis,
Que mais terror do mar se tornaria
Que unidade das ondas sobre as quais
Espírito Divino pairaria.
Como guerras levámos a quem só
Tão livre como nós viver quisera,
Mentindo, escravizando, atormentando,
Àquele Cristo que adorar devíamos
Transformando num anjo de extermínio.
Mas não te abatas, Língua, que outro tempo
Ao nosso vai seguir-se, o em que ao Povo
Redimiremos todos, à miséria
Expulsando dos corpos e das almas,
Mais livres os fazendo, por não terem
A posse que os possui, e o mundo inteiro
Revelando a quem tem passado a vida
No não mais que viver a repetida
Morte que dia a dia lhe é o dia.
Não, não te abatas, Língua, que aos irmãos
De Ibéria acordaremos e de novo
Mar de espírito agora rasgaremos
Às europeias terras abundantes
Que usura e desamor juntos fizeram
A si próprias infensas, e com elas,
À sua frente, iremos nos juntando
Aos de Áfricas outrora dominadas
E aos que, expulsos por nossa férrea idade,
Na quarta parte nova araram campos.
Não te abatas, Mãe Nossa, não te abatas,
A todos os do mundo um canto novo,
Que música será bem mais celeste
Que a de esferas fingidas, pois das almas,
Triunfante virá: Não mais queremos
Sonho apenas sonhado, mas a vida
Em sonho transformada, nós aos deuses
Unidos para sempre, à própria Morte
Vencendo pela vida em que a mudarmos.

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Exortação do doutor Luís António do Vale de Aboim,
De Amarante, num tempo em que Portugal se encontrava
Submetido ao mando de outros, como agora…
Sequência recolhida pelo prof. Agostinho da Silva,
Publicada pela Nova Renascença, em 1982, e pelo ICALP,
Instituo de Cultura e Língua Portuguesa, em “Agostinho da
Silva-DISPERSOS, em 1988.


 NÃO DE ABATAS, MÃE NOSSA, NÃO DE ABATAS
Não de abatas, Mãe Nossa, porque estranhos
Servimos a que outrora derrotámos
Nos campos de batalha em que inda ecoam
Os gritos de vitória saudando
Um início dos tempos em que ao mundo
Novos mundos de povos e de estrelas
Revelámos com proa de navios
Em que vogavam deuses, não os homens
Desanimados, tristes, que hoje somos.
Não te abatas, Mãe Nossa, porque tantos
Deixam campos e serras, os seus lares
E as praias  em que ninfas se lamentam
De heróis não as amarem nem poetas
Cantos de exaltação lhes dedicarem,
Em que, sendo teus filhos, te adornavam
De tal novo esplendor que às outras línguas
Servas tuas faziam pela Fama;
A bárbaras nações levam agora
A força de seus braços, como escravos
Não como para ensino e do céu guia.
Não te abatas, Mãe Nossa, porque vês
Na tua própria terra se perder
A lusitana antiga liberdade
Que o Vate celebrou, em nome apenas
Lembrado pelos mais, que poucos são
Os que em espírito o têm redivivo
E pronto a outro canto quando enfim
O renascer vier que nos liberte.
Pecados cometemos que expiamos:
Filho à Mãe abateu, a liberdade
Comprando com vileza e bruto gesto.
Um rei que só amor sentir devia
Amor matou em sossegados campos,
As boninas regando com o sangue
Que só amar sabia a quem amava.
Logo outro rei ao povo que o ergueu
Sofrendo assédios, fome, desespero,
Só tendo vida para dar à morte
Se tanto Pátria sua o exigisse,
Lento foi dominando, até que o trono
Só esteve ao serviço da rapina
Que do germano vem; da dure lei
Que Césares legaram, de cultores
De ídolos sim e não daquele Deus
A quem menino o Povo coroava.
Viu-se um irmão a seu irmão traír
Para firmar domínio que mais roubo
Viria a ser que exemplo de infiéis,
Que mais terror do mar se tornaria
Que unidade das ondas sobre as quais
Espírito Divino pairaria.
Como guerras levámos a quem só
Tão livre como nós viver quisera,
Mentindo, escravizando, atormentando,
Àquele Cristo que adorar devíamos
Transformando num anjo de extermínio.
Mas não te abatas, Língua, que outro tempo
Ao nosso vai seguir-se, o em que ao Povo
Redimiremos todos, à miséria
Expulsando dos corpos e das almas,
Mais livres os fazendo, por não terem
A posse que os possui, e o mundo inteiro
Revelando a quem tem passado a vida
No não mais que viver a repetida
Morte que dia a dia lhe é o dia.
Não, não te abatas, Língua, que aos irmãos
De Ibéria acordaremos e de novo
Mar de espírito agora rasgaremos
Às europeias terras abundantes
Que usura e desamor juntos fizeram
A si próprias infensas, e com elas,
À sua frente, iremos nos juntando
Aos de Áfricas outrora dominadas
E aos que, expulsos por nossa férrea idade,
Na quarta parte nova araram campos.
Não te abatas, Mãe Nossa, não te abatas,
A todos os do mundo um canto novo,
Que música será bem mais celeste
Que a de esferas fingidas, pois das almas,
Triunfante virá: Não mais queremos
Sonho apenas sonhado, mas a vida
Em sonho transformada, nós aos deuses
Unidos para sempre, à própria Morte
Vencendo pela vida em que a mudarmos.

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Exortação do doutor Luís António do Vale de Aboim,
De Amarante, num tempo em que Portugal se encontrava
Submetido ao mando de outros, como agora…
Sequência recolhida pelo prof. Agostinho da Silva,
Publicada pela Nova Renascença, em 1982, e pelo ICALP,
Instituo de Cultura e Língua Portuguesa, em “Agostinho da
Silva-DISPERSOS, em 1988.












 NÃO DE ABATAS, MÃE NOSSA, NÃO DE ABATAS
Não de abatas, Mãe Nossa, porque estranhos
Servimos a que outrora derrotámos
Nos campos de batalha em que inda ecoam
Os gritos de vitória saudando
Um início dos tempos em que ao mundo
Novos mundos de povos e de estrelas
Revelámos com proa de navios
Em que vogavam deuses, não os homens
Desanimados, tristes, que hoje somos.
Não te abatas, Mãe Nossa, porque tantos
Deixam campos e serras, os seus lares
E as praias  em que ninfas se lamentam
De heróis não as amarem nem poetas
Cantos de exaltação lhes dedicarem,
Em que, sendo teus filhos, te adornavam
De tal novo esplendor que às outras línguas
Servas tuas faziam pela Fama;
A bárbaras nações levam agora
A força de seus braços, como escravos
Não como para ensino e do céu guia.
Não te abatas, Mãe Nossa, porque vês
Na tua própria terra se perder
A lusitana antiga liberdade
Que o Vate celebrou, em nome apenas
Lembrado pelos mais, que poucos são
Os que em espírito o têm redivivo
E pronto a outro canto quando enfim
O renascer vier que nos liberte.
Pecados cometemos que expiamos:
Filho à Mãe abateu, a liberdade
Comprando com vileza e bruto gesto.
Um rei que só amor sentir devia
Amor matou em sossegados campos,
As boninas regando com o sangue
Que só amar sabia a quem amava.
Logo outro rei ao povo que o ergueu
Sofrendo assédios, fome, desespero,
Só tendo vida para dar à morte
Se tanto Pátria sua o exigisse,
Lento foi dominando, até que o trono
Só esteve ao serviço da rapina
Que do germano vem; da dure lei
Que Césares legaram, de cultores
De ídolos sim e não daquele Deus
A quem menino o Povo coroava.
Viu-se um irmão a seu irmão traír
Para firmar domínio que mais roubo
Viria a ser que exemplo de infiéis,
Que mais terror do mar se tornaria
Que unidade das ondas sobre as quais
Espírito Divino pairaria.
Como guerras levámos a quem só
Tão livre como nós viver quisera,
Mentindo, escravizando, atormentando,
Àquele Cristo que adorar devíamos
Transformando num anjo de extermínio.
Mas não te abatas, Língua, que outro tempo
Ao nosso vai seguir-se, o em que ao Povo
Redimiremos todos, à miséria
Expulsando dos corpos e das almas,
Mais livres os fazendo, por não terem
A posse que os possui, e o mundo inteiro
Revelando a quem tem passado a vida
No não mais que viver a repetida
Morte que dia a dia lhe é o dia.
Não, não te abatas, Língua, que aos irmãos
De Ibéria acordaremos e de novo
Mar de espírito agora rasgaremos
Às europeias terras abundantes
Que usura e desamor juntos fizeram
A si próprias infensas, e com elas,
À sua frente, iremos nos juntando
Aos de Áfricas outrora dominadas
E aos que, expulsos por nossa férrea idade,
Na quarta parte nova araram campos.
Não te abatas, Mãe Nossa, não te abatas,
A todos os do mundo um canto novo,
Que música será bem mais celeste
Que a de esferas fingidas, pois das almas,
Triunfante virá: Não mais queremos
Sonho apenas sonhado, mas a vida
Em sonho transformada, nós aos deuses
Unidos para sempre, à própria Morte
Vencendo pela vida em que a mudarmos.

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Exortação do doutor Luís António do Vale de Aboim,
De Amarante, num tempo em que Portugal se encontrava
Submetido ao mando de outros, como agora…
Sequência recolhida pelo prof. Agostinho da Silva,
Publicada pela Nova Renascença, em 1982, e pelo ICALP,
Instituo de Cultura e Língua Portuguesa, em “Agostinho da
Silva-DISPERSOS, em 1988.












 NÃO DE ABATAS, MÃE NOSSA, NÃO DE ABATAS
Não de abatas, Mãe Nossa, porque estranhos
Servimos a que outrora derrotámos
Nos campos de batalha em que inda ecoam
Os gritos de vitória saudando
Um início dos tempos em que ao mundo
Novos mundos de povos e de estrelas
Revelámos com proa de navios
Em que vogavam deuses, não os homens
Desanimados, tristes, que hoje somos.
Não te abatas, Mãe Nossa, porque tantos
Deixam campos e serras, os seus lares
E as praias  em que ninfas se lamentam
De heróis não as amarem nem poetas
Cantos de exaltação lhes dedicarem,
Em que, sendo teus filhos, te adornavam
De tal novo esplendor que às outras línguas
Servas tuas faziam pela Fama;
A bárbaras nações levam agora
A força de seus braços, como escravos
Não como para ensino e do céu guia.
Não te abatas, Mãe Nossa, porque vês
Na tua própria terra se perder
A lusitana antiga liberdade
Que o Vate celebrou, em nome apenas
Lembrado pelos mais, que poucos são
Os que em espírito o têm redivivo
E pronto a outro canto quando enfim
O renascer vier que nos liberte.
Pecados cometemos que expiamos:
Filho à Mãe abateu, a liberdade
Comprando com vileza e bruto gesto.
Um rei que só amor sentir devia
Amor matou em sossegados campos,
As boninas regando com o sangue
Que só amar sabia a quem amava.
Logo outro rei ao povo que o ergueu
Sofrendo assédios, fome, desespero,
Só tendo vida para dar à morte
Se tanto Pátria sua o exigisse,
Lento foi dominando, até que o trono
Só esteve ao serviço da rapina
Que do germano vem; da dure lei
Que Césares legaram, de cultores
De ídolos sim e não daquele Deus
A quem menino o Povo coroava.
Viu-se um irmão a seu irmão traír
Para firmar domínio que mais roubo
Viria a ser que exemplo de infiéis,
Que mais terror do mar se tornaria
Que unidade das ondas sobre as quais
Espírito Divino pairaria.
Como guerras levámos a quem só
Tão livre como nós viver quisera,
Mentindo, escravizando, atormentando,
Àquele Cristo que adorar devíamos
Transformando num anjo de extermínio.
Mas não te abatas, Língua, que outro tempo
Ao nosso vai seguir-se, o em que ao Povo
Redimiremos todos, à miséria
Expulsando dos corpos e das almas,
Mais livres os fazendo, por não terem
A posse que os possui, e o mundo inteiro
Revelando a quem tem passado a vida
No não mais que viver a repetida
Morte que dia a dia lhe é o dia.
Não, não te abatas, Língua, que aos irmãos
De Ibéria acordaremos e de novo
Mar de espírito agora rasgaremos
Às europeias terras abundantes
Que usura e desamor juntos fizeram
A si próprias infensas, e com elas,
À sua frente, iremos nos juntando
Aos de Áfricas outrora dominadas
E aos que, expulsos por nossa férrea idade,
Na quarta parte nova araram campos.
Não te abatas, Mãe Nossa, não te abatas,
A todos os do mundo um canto novo,
Que música será bem mais celeste
Que a de esferas fingidas, pois das almas,
Triunfante virá: Não mais queremos
Sonho apenas sonhado, mas a vida
Em sonho transformada, nós aos deuses
Unidos para sempre, à própria Morte
Vencendo pela vida em que a mudarmos.

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Exortação do doutor Luís António do Vale de Aboim,
De Amarante, num tempo em que Portugal se encontrava
Submetido ao mando de outros, como agora…
Sequência recolhida pelo prof. Agostinho da Silva,
Publicada pela Nova Renascença, em 1982, e pelo ICALP,
Instituo de Cultura e Língua Portuguesa, em “Agostinho da
Silva-DISPERSOS, em 1988.












 NÃO DE ABATAS, MÃE NOSSA, NÃO DE ABATAS
Não de abatas, Mãe Nossa, porque estranhos
Servimos a que outrora derrotámos
Nos campos de batalha em que inda ecoam
Os gritos de vitória saudando
Um início dos tempos em que ao mundo
Novos mundos de povos e de estrelas
Revelámos com proa de navios
Em que vogavam deuses, não os homens
Desanimados, tristes, que hoje somos.
Não te abatas, Mãe Nossa, porque tantos
Deixam campos e serras, os seus lares
E as praias  em que ninfas se lamentam
De heróis não as amarem nem poetas
Cantos de exaltação lhes dedicarem,
Em que, sendo teus filhos, te adornavam
De tal novo esplendor que às outras línguas
Servas tuas faziam pela Fama;
A bárbaras nações levam agora
A força de seus braços, como escravos
Não como para ensino e do céu guia.
Não te abatas, Mãe Nossa, porque vês
Na tua própria terra se perder
A lusitana antiga liberdade
Que o Vate celebrou, em nome apenas
Lembrado pelos mais, que poucos são
Os que em espírito o têm redivivo
E pronto a outro canto quando enfim
O renascer vier que nos liberte.
Pecados cometemos que expiamos:
Filho à Mãe abateu, a liberdade
Comprando com vileza e bruto gesto.
Um rei que só amor sentir devia
Amor matou em sossegados campos,
As boninas regando com o sangue
Que só amar sabia a quem amava.
Logo outro rei ao povo que o ergueu
Sofrendo assédios, fome, desespero,
Só tendo vida para dar à morte
Se tanto Pátria sua o exigisse,
Lento foi dominando, até que o trono
Só esteve ao serviço da rapina
Que do germano vem; da dure lei
Que Césares legaram, de cultores
De ídolos sim e não daquele Deus
A quem menino o Povo coroava.
Viu-se um irmão a seu irmão traír
Para firmar domínio que mais roubo
Viria a ser que exemplo de infiéis,
Que mais terror do mar se tornaria
Que unidade das ondas sobre as quais
Espírito Divino pairaria.
Como guerras levámos a quem só
Tão livre como nós viver quisera,
Mentindo, escravizando, atormentando,
Àquele Cristo que adorar devíamos
Transformando num anjo de extermínio.
Mas não te abatas, Língua, que outro tempo
Ao nosso vai seguir-se, o em que ao Povo
Redimiremos todos, à miséria
Expulsando dos corpos e das almas,
Mais livres os fazendo, por não terem
A posse que os possui, e o mundo inteiro
Revelando a quem tem passado a vida
No não mais que viver a repetida
Morte que dia a dia lhe é o dia.
Não, não te abatas, Língua, que aos irmãos
De Ibéria acordaremos e de novo
Mar de espírito agora rasgaremos
Às europeias terras abundantes
Que usura e desamor juntos fizeram
A si próprias infensas, e com elas,
À sua frente, iremos nos juntando
Aos de Áfricas outrora dominadas
E aos que, expulsos por nossa férrea idade,
Na quarta parte nova araram campos.
Não te abatas, Mãe Nossa, não te abatas,
A todos os do mundo um canto novo,
Que música será bem mais celeste
Que a de esferas fingidas, pois das almas,
Triunfante virá: Não mais queremos
Sonho apenas sonhado, mas a vida
Em sonho transformada, nós aos deuses
Unidos para sempre, à própria Morte
Vencendo pela vida em que a mudarmos.

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De Amarante, num tempo em que Portugal se encontrava
Submetido ao mando de outros, como agora…
Sequência recolhida pelo prof. Agostinho da Silva,
Publicada pela Nova Renascença, em 1982, e pelo ICALP,
Instituo de Cultura e Língua Portuguesa, em “Agostinho da
Silva-DISPERSOS, em 1988.












 NÃO DE ABATAS, MÃE NOSSA, NÃO DE ABATAS
Não de abatas, Mãe Nossa, porque estranhos
Servimos a que outrora derrotámos
Nos campos de batalha em que inda ecoam
Os gritos de vitória saudando
Um início dos tempos em que ao mundo
Novos mundos de povos e de estrelas
Revelámos com proa de navios
Em que vogavam deuses, não os homens
Desanimados, tristes, que hoje somos.
Não te abatas, Mãe Nossa, porque tantos
Deixam campos e serras, os seus lares
E as praias  em que ninfas se lamentam
De heróis não as amarem nem poetas
Cantos de exaltação lhes dedicarem,
Em que, sendo teus filhos, te adornavam
De tal novo esplendor que às outras línguas
Servas tuas faziam pela Fama;
A bárbaras nações levam agora
A força de seus braços, como escravos
Não como para ensino e do céu guia.
Não te abatas, Mãe Nossa, porque vês
Na tua própria terra se perder
A lusitana antiga liberdade
Que o Vate celebrou, em nome apenas
Lembrado pelos mais, que poucos são
Os que em espírito o têm redivivo
E pronto a outro canto quando enfim
O renascer vier que nos liberte.
Pecados cometemos que expiamos:
Filho à Mãe abateu, a liberdade
Comprando com vileza e bruto gesto.
Um rei que só amor sentir devia
Amor matou em sossegados campos,
As boninas regando com o sangue
Que só amar sabia a quem amava.
Logo outro rei ao povo que o ergueu
Sofrendo assédios, fome, desespero,
Só tendo vida para dar à morte
Se tanto Pátria sua o exigisse,
Lento foi dominando, até que o trono
Só esteve ao serviço da rapina
Que do germano vem; da dure lei
Que Césares legaram, de cultores
De ídolos sim e não daquele Deus
A quem menino o Povo coroava.
Viu-se um irmão a seu irmão traír
Para firmar domínio que mais roubo
Viria a ser que exemplo de infiéis,
Que mais terror do mar se tornaria
Que unidade das ondas sobre as quais
Espírito Divino pairaria.
Como guerras levámos a quem só
Tão livre como nós viver quisera,
Mentindo, escravizando, atormentando,
Àquele Cristo que adorar devíamos
Transformando num anjo de extermínio.
Mas não te abatas, Língua, que outro tempo
Ao nosso vai seguir-se, o em que ao Povo
Redimiremos todos, à miséria
Expulsando dos corpos e das almas,
Mais livres os fazendo, por não terem
A posse que os possui, e o mundo inteiro
Revelando a quem tem passado a vida
No não mais que viver a repetida
Morte que dia a dia lhe é o dia.
Não, não te abatas, Língua, que aos irmãos
De Ibéria acordaremos e de novo
Mar de espírito agora rasgaremos
Às europeias terras abundantes
Que usura e desamor juntos fizeram
A si próprias infensas, e com elas,
À sua frente, iremos nos juntando
Aos de Áfricas outrora dominadas
E aos que, expulsos por nossa férrea idade,
Na quarta parte nova araram campos.
Não te abatas, Mãe Nossa, não te abatas,
A todos os do mundo um canto novo,
Que música será bem mais celeste
Que a de esferas fingidas, pois das almas,
Triunfante virá: Não mais queremos
Sonho apenas sonhado, mas a vida
Em sonho transformada, nós aos deuses
Unidos para sempre, à própria Morte
Vencendo pela vida em que a mudarmos.

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De Amarante, num tempo em que Portugal se encontrava
Submetido ao mando de outros, como agora…
Sequência recolhida pelo prof. Agostinho da Silva,
Publicada pela Nova Renascença, em 1982, e pelo ICALP,
Instituo de Cultura e Língua Portuguesa, em “Agostinho da
Silva-DISPERSOS, em 1988.












 NÃO DE ABATAS, MÃE NOSSA, NÃO DE ABATAS
Não de abatas, Mãe Nossa, porque estranhos
Servimos a que outrora derrotámos
Nos campos de batalha em que inda ecoam
Os gritos de vitória saudando
Um início dos tempos em que ao mundo
Novos mundos de povos e de estrelas
Revelámos com proa de navios
Em que vogavam deuses, não os homens
Desanimados, tristes, que hoje somos.
Não te abatas, Mãe Nossa, porque tantos
Deixam campos e serras, os seus lares
E as praias  em que ninfas se lamentam
De heróis não as amarem nem poetas
Cantos de exaltação lhes dedicarem,
Em que, sendo teus filhos, te adornavam
De tal novo esplendor que às outras línguas
Servas tuas faziam pela Fama;
A bárbaras nações levam agora
A força de seus braços, como escravos
Não como para ensino e do céu guia.
Não te abatas, Mãe Nossa, porque vês
Na tua própria terra se perder
A lusitana antiga liberdade
Que o Vate celebrou, em nome apenas
Lembrado pelos mais, que poucos são
Os que em espírito o têm redivivo
E pronto a outro canto quando enfim
O renascer vier que nos liberte.
Pecados cometemos que expiamos:
Filho à Mãe abateu, a liberdade
Comprando com vileza e bruto gesto.
Um rei que só amor sentir devia
Amor matou em sossegados campos,
As boninas regando com o sangue
Que só amar sabia a quem amava.
Logo outro rei ao povo que o ergueu
Sofrendo assédios, fome, desespero,
Só tendo vida para dar à morte
Se tanto Pátria sua o exigisse,
Lento foi dominando, até que o trono
Só esteve ao serviço da rapina
Que do germano vem; da dure lei
Que Césares legaram, de cultores
De ídolos sim e não daquele Deus
A quem menino o Povo coroava.
Viu-se um irmão a seu irmão traír
Para firmar domínio que mais roubo
Viria a ser que exemplo de infiéis,
Que mais terror do mar se tornaria
Que unidade das ondas sobre as quais
Espírito Divino pairaria.
Como guerras levámos a quem só
Tão livre como nós viver quisera,
Mentindo, escravizando, atormentando,
Àquele Cristo que adorar devíamos
Transformando num anjo de extermínio.
Mas não te abatas, Língua, que outro tempo
Ao nosso vai seguir-se, o em que ao Povo
Redimiremos todos, à miséria
Expulsando dos corpos e das almas,
Mais livres os fazendo, por não terem
A posse que os possui, e o mundo inteiro
Revelando a quem tem passado a vida
No não mais que viver a repetida
Morte que dia a dia lhe é o dia.
Não, não te abatas, Língua, que aos irmãos
De Ibéria acordaremos e de novo
Mar de espírito agora rasgaremos
Às europeias terras abundantes
Que usura e desamor juntos fizeram
A si próprias infensas, e com elas,
À sua frente, iremos nos juntando
Aos de Áfricas outrora dominadas
E aos que, expulsos por nossa férrea idade,
Na quarta parte nova araram campos.
Não te abatas, Mãe Nossa, não te abatas,
A todos os do mundo um canto novo,
Que música será bem mais celeste
Que a de esferas fingidas, pois das almas,
Triunfante virá: Não mais queremos
Sonho apenas sonhado, mas a vida
Em sonho transformada, nós aos deuses
Unidos para sempre, à própria Morte
Vencendo pela vida em que a mudarmos.

ZXZXZXZXZXZXZXZXZXZXZXZXZ

Exortação do doutor Luís António do Vale de Aboim,
De Amarante, num tempo em que Portugal se encontrava
Submetido ao mando de outros, como agora…
Sequência recolhida pelo prof. Agostinho da Silva,
Publicada pela Nova Renascença, em 1982, e pelo ICALP,
Instituo de Cultura e Língua Portuguesa, em “Agostinho da
Silva-DISPERSOS, em 1988.












 NÃO DE ABATAS, MÃE NOSSA, NÃO DE ABATAS
Não de abatas, Mãe Nossa, porque estranhos
Servimos a que outrora derrotámos
Nos campos de batalha em que inda ecoam
Os gritos de vitória saudando
Um início dos tempos em que ao mundo
Novos mundos de povos e de estrelas
Revelámos com proa de navios
Em que vogavam deuses, não os homens
Desanimados, tristes, que hoje somos.
Não te abatas, Mãe Nossa, porque tantos
Deixam campos e serras, os seus lares
E as praias  em que ninfas se lamentam
De heróis não as amarem nem poetas
Cantos de exaltação lhes dedicarem,
Em que, sendo teus filhos, te adornavam
De tal novo esplendor que às outras línguas
Servas tuas faziam pela Fama;
A bárbaras nações levam agora
A força de seus braços, como escravos
Não como para ensino e do céu guia.
Não te abatas, Mãe Nossa, porque vês
Na tua própria terra se perder
A lusitana antiga liberdade
Que o Vate celebrou, em nome apenas
Lembrado pelos mais, que poucos são
Os que em espírito o têm redivivo
E pronto a outro canto quando enfim
O renascer vier que nos liberte.
Pecados cometemos que expiamos:
Filho à Mãe abateu, a liberdade
Comprando com vileza e bruto gesto.
Um rei que só amor sentir devia
Amor matou em sossegados campos,
As boninas regando com o sangue
Que só amar sabia a quem amava.
Logo outro rei ao povo que o ergueu
Sofrendo assédios, fome, desespero,
Só tendo vida para dar à morte
Se tanto Pátria sua o exigisse,
Lento foi dominando, até que o trono
Só esteve ao serviço da rapina
Que do germano vem; da dure lei
Que Césares legaram, de cultores
De ídolos sim e não daquele Deus
A quem menino o Povo coroava.
Viu-se um irmão a seu irmão traír
Para firmar domínio que mais roubo
Viria a ser que exemplo de infiéis,
Que mais terror do mar se tornaria
Que unidade das ondas sobre as quais
Espírito Divino pairaria.
Como guerras levámos a quem só
Tão livre como nós viver quisera,
Mentindo, escravizando, atormentando,
Àquele Cristo que adorar devíamos
Transformando num anjo de extermínio.
Mas não te abatas, Língua, que outro tempo
Ao nosso vai seguir-se, o em que ao Povo
Redimiremos todos, à miséria
Expulsando dos corpos e das almas,
Mais livres os fazendo, por não terem
A posse que os possui, e o mundo inteiro
Revelando a quem tem passado a vida
No não mais que viver a repetida
Morte que dia a dia lhe é o dia.
Não, não te abatas, Língua, que aos irmãos
De Ibéria acordaremos e de novo
Mar de espírito agora rasgaremos
Às europeias terras abundantes
Que usura e desamor juntos fizeram
A si próprias infensas, e com elas,
À sua frente, iremos nos juntando
Aos de Áfricas outrora dominadas
E aos que, expulsos por nossa férrea idade,
Na quarta parte nova araram campos.
Não te abatas, Mãe Nossa, não te abatas,
A todos os do mundo um canto novo,
Que música será bem mais celeste
Que a de esferas fingidas, pois das almas,
Triunfante virá: Não mais queremos
Sonho apenas sonhado, mas a vida
Em sonho transformada, nós aos deuses
Unidos para sempre, à própria Morte
Vencendo pela vida em que a mudarmos.

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Exortação do doutor Luís António do Vale de Aboim,
De Amarante, num tempo em que Portugal se encontrava
Submetido ao mando de outros, como agora…
Sequência recolhida pelo prof. Agostinho da Silva,
Publicada pela Nova Renascença, em 1982, e pelo ICALP,
Instituo de Cultura e Língua Portuguesa, em “Agostinho da
Silva-DISPERSOS, em 1988.







NÃO DE ABATAS, MÃE NOSSA, NÃO DE ABATAS
Não de abatas, Mãe Nossa, porque estranhos
Servimos a que outrora derrotámos
Nos campos de batalha em que inda ecoam
Os gritos de vitória saudando
Um início dos tempos em que ao mundo
Novos mundos de povos e de estrelas
Revelámos com proa de navios
Em que vogavam deuses, não os homens
Desanimados, tristes, que hoje somos.
Não te abatas, Mãe Nossa, porque tantos
Deixam campos e serras, os seus lares
E as praias  em que ninfas se lamentam
De heróis não as amarem nem poetas
Cantos de exaltação lhes dedicarem,
Em que, sendo teus filhos, te adornavam
De tal novo esplendor que às outras línguas
Servas tuas faziam pela Fama;
A bárbaras nações levam agora
A força de seus braços, como escravos
Não como para ensino e do céu guia.
Não te abatas, Mãe Nossa, porque vês
Na tua própria terra se perder
A lusitana antiga liberdade
Que o Vate celebrou, em nome apenas
Lembrado pelos mais, que poucos são
Os que em espírito o têm redivivo
E pronto a outro canto quando enfim
O renascer vier que nos liberte.
Pecados cometemos que expiamos:
Filho à Mãe abateu, a liberdade
Comprando com vileza e bruto gesto.
Um rei que só amor sentir devia
Amor matou em sossegados campos,
As boninas regando com o sangue
Que só amar sabia a quem amava.
Logo outro rei ao povo que o ergueu
Sofrendo assédios, fome, desespero,
Só tendo vida para dar à morte
Se tanto Pátria sua o exigisse,
Lento foi dominando, até que o trono
Só esteve ao serviço da rapina
Que do germano vem; da dure lei
Que Césares legaram, de cultores
De ídolos sim e não daquele Deus
A quem menino o Povo coroava.
Viu-se um irmão a seu irmão traír
Para firmar domínio que mais roubo
Viria a ser que exemplo de infiéis,
Que mais terror do mar se tornaria
Que unidade das ondas sobre as quais
Espírito Divino pairaria.
Como guerras levámos a quem só
Tão livre como nós viver quisera,
Mentindo, escravizando, atormentando,
Àquele Cristo que adorar devíamos
Transformando num anjo de extermínio.
Mas não te abatas, Língua, que outro tempo
Ao nosso vai seguir-se, o em que ao Povo
Redimiremos todos, à miséria
Expulsando dos corpos e das almas,
Mais livres os fazendo, por não terem
A posse que os possui, e o mundo inteiro
Revelando a quem tem passado a vida
No não mais que viver a repetida
Morte que dia a dia lhe é o dia.
Não, não te abatas, Língua, que aos irmãos
De Ibéria acordaremos e de novo
Mar de espírito agora rasgaremos
Às europeias terras abundantes
Que usura e desamor juntos fizeram
A si próprias infensas, e com elas,
À sua frente, iremos nos juntando
Aos de Áfricas outrora dominadas
E aos que, expulsos por nossa férrea idade,
Na quarta parte nova araram campos.
Não te abatas, Mãe Nossa, não te abatas,
A todos os do mundo um canto novo,
Que música será bem mais celeste
Que a de esferas fingidas, pois das almas,
Triunfante virá: Não mais queremos
Sonho apenas sonhado, mas a vida
Em sonho transformada, nós aos deuses
Unidos para sempre, à própria Morte
Vencendo pela vida em que a mudarmos.

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Exortação do doutor Luís António do Vale de Aboim,
De Amarante, num tempo em que Portugal se encontrava
Submetido ao mando de outros, como agora…
Sequência recolhida pelo prof. Agostinho da Silva,
Publicada pela Nova Renascença, em 1982, e pelo ICALP,
Instituo de Cultura e Língua Portuguesa, em “Agostinho da
Silva-DISPERSOS, em 1988.












  















2 comentários:

  1. Gostei muito ter conhecimento deste poema e de o mesmo ter sido recolhido pelo Prof. AGOSTINHO DA SILVA, por quem tinha/tenho muita admiração.

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