Para disputar as eleições legislativas,
a coligação de direita baptizou a sua campanha eleitoral por, “Portugal à
Frente”.
Dizem os dois partidos, que nos
desgovernam há mais de quatro anos, que estão unidos pelo “interesse nacional”,
que querem acabar com a “malapata dos tropeções e dos resgates” e querem
“melhorar o rating português”.
O nome da coligação de direita soa bem,
mas como apenas apregoa que vai pagar adiantado ao FMI e porque não tem uma
palavra de consideração e respeito para com os milhões de cidadãos que
sobreviveram ao colossal saque fiscal e encheram os cofres do estado para
salvar banqueiros que burlaram gente honesta e trabalhadora, “Portugal à
Frente” em tempo de bons cheiros a manjericos e alcachofras das festas populares,
tresanda a nacionalismo.
Agora, tenho que concordar que nesta
Europa da ditadura financeira que, por eufemismo, é tratada por “Europa dos
mercados”, que impõe um mar de austeridade sem fim à vista que afunda a
economia dos países do sul e enriquece a Alemanha e satélites apoiantes, há
muita coisa que Portugal está realmente à frente:
Portugal está à frente:
Na corrupção generalizada dos “donos
disto tudo”, no desemprego, na subserviência ao directório da União Europeia.
Portugal está frente na demagogia
governamental, na emigração, na injustiça social e judicial, na iliteracia, no
desemprego de 50% dos jovens licenciados e na instabilidade da vida das
famílias.
Portugal está à frente na monstruosa
dívida soberana, nas ruinosas Parcerias Publico Privadas, na agiotagem dos
contratos swaps, no trabalho mal pago, etc, etc.
Mas como vivemos numa democracia de
amplas liberdades, a coligação de direita “Portugal à Frente” também tem
direito ao contraditório:
Portugal também está atrás:
Na saúde, no atraso de anos nas
consultas de especialidade, na demora no atendimento nas urgências dos
hospitais e nos milhões de portugueses que não têm médico de família, na
educação, no baixo aproveitamento no ensino secundário e no elitismo
progressivo no ensino superior, nos salários e na redução drástica dos direitos
laborais e sociais.
Carlos Pernes
(Samora Correia, 8/6/2015)
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