domingo, 5 de julho de 2015

Quatro anos de pesadelo e o estranho caso grego

         O velho sonho da direita, um governo, uma maioria, um presidente, é, há quatro anos, um pesadelo para 10 milhões de portugueses.
Como se não bastasse a cartilha do “empobrecer não é uma política, é uma urgência, é uma emergência”, teoria assente em contas erradas (com desvio de 300%) dos dois famosos economistas de Boston, que teve um efeito global devastador e em particular na nossa economia (teoria miserabilista em que se apoiou o desgoverno para “ir para além da troika” e que levou a um colossal aumento de impostos), ainda vem o dr. Passos e o dr. Cavaco adicionar mais confusão.
O dr. Passos, com sorrisos e falinhas mansas, como convém em tempo de votos, vem dizer que os elogios que fez à bondade da emigração “são um mito urbano”. Para não ficar atrás no protagonismo político o dr. Cavaco diz “que está aliviado com a venda da TAP a privados”.
No estranho caso da perda de memória do dr. Passos, ainda ecoam as palavras de incentivo à emigração e a altissonante sentença de um seu secretário de estado que exortou os jovens à disporá: “saiam da vosso zona de conforto, emigrem”, disse.
         No estranho caso do dr. Cavaco, soam todas as campainhas de alarme.
Para mal dos nossos pecados, o ainda presidente sente-se “aliviado” pela TAP, empresa de bandeira da pátria de Camões, que vale biliões, ter sido vendida, não por 30, mas por 20 milhões.
Vendida não sr. Presidente, dada!!!
         O calor que fez a semana passada também afectou a moleirinha do directório da União Europeia.
         A teoria do empobrecimento que a troika quer impor à Grécia fez disparar as taxas de juros das dívidas soberanas. Portugal e Espanha, pela violenta e absurda oposição às propostas gregas de reestruturação da dívida, já estão a provar do próprio veneno.
A questão grega já não é uma questão económica e financeira, transformou-se numa fundamental questão ideológica para o pensamento único liberal, cujo fanatismo míope nega a mais elementar noção de sobrevivência do sistema de que se alimenta. Suicídio político que acontecerá se os gregos forem empurrados para o default.
Os gregos estão impedidos de reduzir dois mil milhões na astronómica despesa militar. A troika quer que esse montante seja abatido às pensões e apoios sociais! A Grécia cai, a seguir cai Portugal!

Carlos Pernes
(Samora Correia, 16/6/2015)


1 comentário:

  1. A Grécia não caiu nesta hora, porque os seus governantes encararam com firmeza a situação. De Portugal, com esta gente pouco inteligente que nos governa, não sei qual o futuro. Sem enfrentar a realidade, não é possível resolver os tão ingentes problemas que temos, pois o nosso governo, sem se aperceber da gravidade do estado da economia, vai enterrando a a cabeça na areia.

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