quarta-feira, 9 de setembro de 2015

O tempo mudou?


- O tempo mudou; já não é como dantes; as estações do ano, idem aspas; está tudo como há-de ir; já nada se aproveita -, diz o povo e com alguma razão, pois tudo está muito alterado.
Mas tudo será assim mesmo, ou o desregramento natural a que vamos assistindo está a ser provocado pelo desnaturado homem, plantado aonde não deveria ter sido semeado?
Não será ele o mau da fita, o actor principal dos filmes de terror, a que todos os dias somos obrigados a assistir?
A época de saldos acabou, uma vez que todos os dias o melhor que tínhamos está em saldo, cujo produto reverte a favor do privado, enquanto o público fica somente a sustentar todo o tipo de bicho carunchoso, moléstia que cada vez mais o consome.
Mas temos a época predadora da caça! Atira-se a tudo que mexa, seja à pouca caça, seja à traça das roupas camufladas, que usam os ‘bons’ caçadores.
Também temos a bem demarcada e ‘riquíssima’ época dos incêndios. É um fartote de arte diversificada de pirotecnia de ponta, no seu máximo esplendor de tudo arder para regalo dos luciferes, que a altas horas da noite se levantam para atiçar o que o Sol abrasador não consegue fazer de dia.
Nem Nero – do seu palácio – conseguiu ver ou jamais pensou no que agora, todos os anos, se transformou Portugal: no circo infernal e dantesco de tudo bem arder a todo o vapor.
Maldito seja todo o banditismo que já tem calendário aprazado e sustentado para que ‘A Bem da Nação’, ela, ciclicamente, se afunde ano após ano, em fogo e cinzas.


José Amaral

3 comentários:

  1. Mais uma vez comungo as suas observações, preocupações e revolta.

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  2. Gosto de prosar sem querer melindrar ninguém, uma vez que nem tudo que dizemos é bem aceite por outrem. Evito a todo o custo o insulto;
    pois quem sou eu para o fazer?

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