Relativamente ao problema dos refugiados, tenho a certeza
de não ter sido eu o único apanhado de surpresa pelas recentes tomadas de
posição da sra. Merkel. Não há muito tempo, julgá-las-ia tão impossíveis que,
agora, não paro de me interrogar sobre a possibilidade de estarmos a ser “fintados”
por tanta generosidade. Será que, nos meandros da política e do poder mundiais,
não andará qualquer “coisa” a mexer, sem que disso o comum dos mortais se
aperceba, e que conduza a chancelerina a tanta caridade?
Muito recentemente, ela atacava o multiculturalismo,
entendia que são ideias que não funcionam. Pensava também que o desígnio dos
povos mais não é do que se cumprirem metas orçamentais. Dizia à adolescente
palestiniana que a Alemanha não pode receber todos os refugiados e alguns terão
que retornar. Parecia implacavelmente punitiva para com os “malandros” do Sul. Em
todas as circunstâncias, contudo, sempre impante de uma superioridade rácica que
nos fazia pintar-lhe bigodes à Hitler nas fotografias.
Tudo, tudo, e agora isto? Quando a esmola é grande, o
pobre desconfia! Mas nem por isso deixo de expressar sincero respeito e até admiração
pela disponibilidade de acolhimento demonstrada por aquele enorme país e,
sobretudo, por aquele povo que (demasiadas vezes, parece-me) serve de “escudo”
às decisões menos felizes dos seus dirigentes. Fico à espera de ulteriores confirmações das políticas
alemãs viradas para a Humanidade…
Público, 10.09.2015 (a sublinhado, a parte não publicada).
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