Publicado
no jornal Diário da
Manhã -03/02/12- caderno Opinião Pública de Goiânia- Go , Brasil - Site do jornal: http://www.dm.com.br/jornal/#!/mini
É bastante conhecida e célebre a frase
proferida pelo grande cientista inglês,
Isaak Newton, em seu leito de morte: "Se mais longe vi, foi por estar de pé sobre ombros de
gigantes."
Segundo parte de
historiadores científicos, os gigantes mencionados por Newton, teria sido o
astrônomo dinamarquês, Tycho Brahe e o alemão, Johannes Kepler,também
astrônomo, nos quais, teria ele se baseado para formulação das suas notáveis
teorias, que revolucionou o mundo cientifico, com aplicação até nos dias
atuais.
Tycho Brahe (1546-1601), a quem muito deve
a ciência moderna. Personagem quase desconhecido pelos nossos estudantes e por
grande parte dos próprios professores de
Física, ele é mencionado nos livros didáticos de forma esporádica, tratava-se de um personagem fascinante, misterioso, a
quem a ciência moderna deve as primeiras peças para conhecimento do cosmo.
Nascido de família rica, tendo fama de se
envolver facilmente em homéricas encrencas, sendo que em uma delas, na sua
juventude, teria perdido parte do nariz, o obrigando a usar uma prótese de
metal, em outra, que marcou sobremaneira
toda sua vida , foi a divergência com o rei da Dinamarca, tendo por isto, obrigado a se refugiar na cidade de Praga, hoje
capital da República Tcheca, foi nesta
época que convidou Johannes Kepler, para trabalhar com ele.
Possuidor de uma imensa capacidade de
observação, sem precedentes até então, se pôs a observar os céus, sem nenhum
instrumento, o telescópio ainda não era conhecido, o fez durante 30 anos,
produzindo a chamada Tábuas Rodofinas, com dados astronômicos que ate hoje são
utilizados com diferenças irrisórias de milésimos, dados estes, que só poderiam
hoje, ser obtidos, com uso de computadores de última geração, interligado a
potentes observatórios astronômicos. Teve
também o grande mérito, de apenas com observação a olho nu, obter dados exatos
sobre órbita do planeta Marte, dados estes, que foram usados por Kepler, para
estabelecer mais tarde, as leis que consagrou este notável alemão.
Brahe morreu precocemente aos 55 anos, de
uma estranha doença, atribuída à época de complicações renais aguda, com
envolvimento na bexiga, causando perplexidade, pois até então, era considerado
possuidor de ótima saúde.
Johannes Kepler
(1571-1630), ao contrario de Brahe, nascera em família de poucos recursos, estudando
com ajuda da igreja luterana, da qual era fervoroso devoto. Por ser dotado de
rara inteligência manifestada no campo da matemática, foi convocado para ser professor de astronomia,
tornando-se pouco tempo, um de seus maiores conhecedores, conseguindo inclusive
aprimorar o telescópio, cuja invenção é
atribuída ao grande sábio, Galileu Galilei.
Kepler teve uma vida de
privações e marcada por tragédias, tendo sofrido varíola, quando jovem, fato que marcou fisicamente o seu rosto e
dilacerou sua alma, pelo complexo que lhe acarretou, outro fato relevante, foi
ter se casado com uma mulher, de temperamento extremamente ranzinza, fato que
lhe causou imenso constrangimento ao longo de sua vida.
Ao tentar estabelecer o
formato das órbitas dos planetas, que até então, era tida como circular,
inicialmente não teve êxito por falta de dados concretos sobre estas
trajetórias, foi nesta época, que tomou
conhecimento que Tycho Brahe, tinha
estes dados referentes a Marte, por isto, após
vários contatos, conseguiu que aquele astrônomo, lhe convidasse para ser
seu assistente, por isso mudou com a família para cidade de Praga, contra
vontade da esposa.
Esta parceria foi
bastante conflituosa, muitas vezes instigada pela esposa, que não tolerava
Brahe. O ressentimento de Kepler, chegou ao extremo, por ter lhe sido negado o
acesso aos dados da trajetória orbital do planeta Marte, movido pela imensa
vaidade de Brahe.
Finalmente após a morte
prematura do astrônomo dinamarquês, pode Kepler se apossar dos dados que ele
tanto sonhara, e, conceber a trajetória elíptica para os planetas, formulando
assim, as leis que imperam na imensidão do cosmo, fato que
contribuiu decisivamente para uma das maiores descobertas científicas de
todos os tempos.
Interessante assinalar que Kepler para não
desagradar as autoridades religiosas, concebia um sistema planetário totalmente
esdrúxulo, em que o sol girava em torno da terra e os demais planetas girava em
torno do astro rei.
Alguns investigadores
dinamarqueses, movidos pela curiosidade nata do ser humano, conseguiram exumar
o cadáver de Brahe após mais de 400 anos de sua morte, sugerindo que ele não morreu de
problemas urinários, como se supunha, mas de envenenamento por mercúrio :
níveis extremamente tóxicos foram encontrados nos cabelos de seu bigode, que
sobreviveu ao tempo, aventando a hipótese de envenenamento, ou por ter tomado medicamentos
contendo impurezas não intencionais de cloreto de mercúrio, ou de ter sido
envenenado por terceiros.
Em
2004 o casal de escritores
investigativos americanos Joshua Gilder e Anne-Lee Gilder, após varias
pesquisas com idas e vindas na Dinamarca e Republica Tcheca, escreveu um livro
onde assinala haver evidências
substanciais de que Kepler assassinou Brahe ;
eles argumentam que Kepler tinha os meios, motivos, e oportunidade, e roubou os
dados de Tycho com sua morte. De acordo com os Gilders, seria improvável que
Tycho tivesse se envenenado acidentalmente, uma vez que ele era conhecedor da
toxidade dos diferentes compostos do mercúrio.
o livro foi publicado nos Estados Unidos em 2004, sob o
título Heavenly Intrigue: Johannes Kepler,
Tycho Brahe- existindo uma edição
em Portugal, com o titulo: Intriga Cósmica, editora Aletheia
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