VENHA O DIABO E ESCOLHA!
Na luta de
galos que vimos observando entre as chamadas grandes potências, há uma coisa
que não devemos ignorar: nenhuma delas mostra qualquer complacência pelos
Direitos Humanos, quando se trata de defender aquilo que consideram ser o seu “espaço
vital”.
E uma coisa
que deveras me confunde, nos textos do senhor Francisco Ramalho, é ver a frequência
com que se refere à Rússia como “vítima” do imperialismo americano. Na verdade,
considerar a Rússia actual, qualquer que seja o ângulo de análise, um exemplo
de boas práticas, é coisa que ultrapassa a minha capacidade de entendimento…
Do filósofo
grego Protágoras aprende-se que “não existe verdade absoluta; o que há são
opiniões e diferentes maneiras de ver”. E, na minha maneira de ver, a actual liderança
russa faz parelha com o que de pior há no mundo, para quem a vida humana não
vale nada, se tiver o atrevimento de lutar com aqueles para quem nada é tão
valioso como a vida humana.
De facto, a Rússia
que a “perestroika” nos legou, com os actuais Putin e seu bonifrate Medvedev,
afigurasse-me o que há de mais execrável, violando as mais sagradas regras
contra o seu próprio povo e aqueles que da URSS se tornaram independentes, mais
ou menos como aquele “pai” que, depois de os filhos saírem de casa e formarem a
sua própria família, quer poder continuar a dar ordens na casa deles, impedindo
que se emancipem verdadeiramente.
É sobejamente
conhecido que hoje, na Rússia, é dada rédea solta ao capitalismo mais selvagem,
em que meia dúzia de oligarcas se apoderaram de toda a riqueza da nação, em
prejuízo da justa distribuição de bem estar pelo povo, sendo-lhe apenas exigido
que não faça ondas com o regime político vigente, personalizado em Putin, ou
então acontece-lhes como àquele da Yukos, que foi malhar com os costados na
prisão por largos anos, e depois libertado e expulso do país por mercê do “grande
chefe”, por temer que ainda lhe poderia continuar a fazer sombra…
Amândio G. Martins
Esta coisa das tecnologias tem os seus inconvenientes. Pelo menos para quem não morre de amores por elas, que é o meu caso.Ou seja, depois de uma prolongada resposta como o assunto e o amigo Amândio merecem, carreguei para aqui onde não devia, apaguei tudo e nem sequer acesso ao blogue conseguia. Foi preciso recorrer à ajuda de um entendido na matéria. Vou tentar ser sintético mas provavelmente a resposta terá que ser, para já, parcial.Se for satisfatória para o amigo Amândio, muito bem, se não, paciência! Quem sou eu para discordar do grande Protágoras no que respeita à verdade e às opiniões. Mas o Protágoras também deve ter falado de factos.E é em factos que eu me baseio! E há alguns sobre os quais estamos de acordo. Por exemplo, quanto à natureza do regime político vigente na Rússia. Quanto aos malefícios da sua política externa e da dos EUA, aí, pelos vistos, já não estamos nada de acordo. E o rol é tão extenso, amigo Amândio! Podemos começar pelas bombas atómicas que foram usadas, 2 meses depois de a Alemanha ser ter rendido...Depois temos o Vietname onde foram despejadas mais bombas que durante toda a 2ª Guerra Mundial, muitas delas de napalm. E agora tenho que me ficar por aqui. Voltarei assim que poder.
ResponderEliminarOlá, senhor Ramalho. Mas, como digo no título do meu escrito, entre as duas grandes potências, venha o diabo e escolha. Na verdade, não consigo ir à "missa" de qualquer delas...
ResponderEliminarMas dá-me o direito de me explicar, não é verdade? Ia no Vietname, depois foi o retalhe da Jugoslávia. Antes, ainda foi o apoio da CIA ao banho de sangue no Chile e às várias ditaduras sangrentas naquele continente e não só, o Iraque, a Líbia e agora a Síria. Só destes dois países são 11 milhões de refugiados. E agora esta pérola, esta ameaça concreta:" todos sabemos como começou a 1ª Guerra Mundial. Há ainda tempo para evitar uma dolorosa repetição, eclodindo desta vez no Médio Oriente e mais especificamente na Síria. Moscovo escolheu intervir militarmente na Síria, mas sem cooperação política ou tática com os EUA - a principal potência externa empenhada em esforços directos, se bem que não muito eficazes, para derrubar o presidente sírio Assad. Ao fazê-lo, lançou alegadamente uma série de ataques contra elementos sírios que são patrocinados, treinados equipados pelos americanos, provocando prejuízos e causando baixas. A presença naval e aérea russa na Síria, está isolada geograficamente do seu país. Pode ser "desarmada" se insistirem em provocar os EUA." Zbigniew Brzezinski, Financial Times 4.10.15. Está a ver amigo Amândio? Mais claro que isto? E são apenas algumas citações de um importante falcão americano. Imagina as consequências da aplicação destas ameaças?! Para já são responsáveis por milhões de vítimas e o que poderá aí vir. Então das duas uma uma, pomos tudo no mesmo saco e somos coniventes com os principais criminosos ( aceito que involuntariamente) ou não só temos o direito, mas o dever de tudo fazermos para impedir tamanhos crimes contra a humanidade. Um abraço!
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