Hoje,
para variar, vou falar de batatas. Começo por dizer que temos
condições mais que suficientes para sermos auto-suficientes neste
tão popular e degustado tubérculo. Para quem desconhece, saiba que
esta espécie,cultivada com todas as condições ideais, incluindo o
clima, evidentemente, pode atingir 40 sementes. O meu avô materno,
chegou a ter anos assim. Ou seja, 1 quilo pode dar 40. Tenho pena de
não ter um quintal maior (40 metros quadrados), mas já lá tenho
semeado algumas. Por exemplo, o ano passado, semeie 3 quilos, colhi
50. Portanto, longe das produções do meu avô no Torrão do
Alentejo, mas já não foi mau! Digo que tenho pena, não é que a
batata esteja cara, não está. Tenho pena porque a batata que semeio
no meu quintal só leva estrume e, por isso, suponho, é muito mais
saborosa do que a que compro.
Agora,
vamos à sementeira porque nesta matéria como em tantas outras no
nosso país, sei que há diversas maneiras de a fazer ( já agora
dizer que esta variedade, estes hábitos, são tão interessantes e
só nos valorizam culturalmente). Por exemplo, tenho um vizinho em
frente que é algarvio (Alcoutim) na terra dele, raspam a terra,
limpam-na toda antes da sementeira. Na minha terra (Torrão do
Alentejo), é exatamente o contrário. E quanto mais erva a terra
tiver, melhor. Eu aprendi com o meu avô e com o meu pai e é assim
que aqui (Corroios-Seixal) faço. Diz-se, semear batata ao estono:
Abre-se uma vala/rego aí com uns 30/40 centímetros por 20/25,
raspa-se toda a erva para lá coloca-se estrume, e as batatas
cortadas com um mínimo de dois olhos/grelos a uma distância de 20
centímetros e depois cava-se bem a terra para cima das batatas que
ficaram com os olhos para baixo.
Se o
tempo for de feição, passado mais ou menos um mês, nascem. Depois
quando estiverem grandinhas, sacham-se. Se aparecer algum míldio,
curam-se com calda bordalesa, se o tempo ajudar, passados 3 meses
após a sementeira, estão capazes de serem arrancadas. Se não
chover ou chover pouco, temos que as regar. Se houver água,
evidentemente.
E
aqui está meus amigos/as! Hoje deu-me para isto. Ah! Já tenho ali
outros 3 quilos para semear.
Espero
que não vos tenha aborrecido.
Um
abraço!
Francisco
Ramalho
Corroios,
7 de Janeiro de 2016
Mas existem tubérculos que não necessitam de água, mas outros de água necessitam. Chamam-se de SECADAL e de REGADIO. Foi só uma achega. E um abraço.
ResponderEliminarAqui, no meu torrão natal, ninguém rega os batatais. Diz-se que a batata não gosta de água, a não ser a que cai do céu. Só gosta de ser regada, e bem, é com bom azeite, quando jaz no prato...
ResponderEliminarGostei destes ensinamentos
ResponderEliminarGostei destes ensinamentos
ResponderEliminarObrigado amiga Clotilde! Agradeço ao amigo Górgias que me ofereceu um bocado de terra. Eu até nem preciso de muita... Já agora, digo-lhe também que antigamente ninguém regava as batatas, mas agora,quase todos os anos, aqui, se não o fizermos, comemos raspas!
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