quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Batatas

Hoje, para variar, vou falar de batatas. Começo por dizer que temos condições mais que suficientes para sermos auto-suficientes neste tão popular e degustado tubérculo. Para quem desconhece, saiba que esta espécie,cultivada com todas as condições ideais, incluindo o clima, evidentemente, pode atingir 40 sementes. O meu avô materno, chegou a ter anos assim. Ou seja, 1 quilo pode dar 40. Tenho pena de não ter um quintal maior (40 metros quadrados), mas já lá tenho semeado algumas. Por exemplo, o ano passado, semeie 3 quilos, colhi 50. Portanto, longe das produções do meu avô no Torrão do Alentejo, mas já não foi mau! Digo que tenho pena, não é que a batata esteja cara, não está. Tenho pena porque a batata que semeio no meu quintal só leva estrume e, por isso, suponho, é muito mais saborosa do que a que compro.
Agora, vamos à sementeira porque nesta matéria como em tantas outras no nosso país, sei que há diversas maneiras de a fazer ( já agora dizer que esta variedade, estes hábitos, são tão interessantes e só nos valorizam culturalmente). Por exemplo, tenho um vizinho em frente que é algarvio (Alcoutim) na terra dele, raspam a terra, limpam-na toda antes da sementeira. Na minha terra (Torrão do Alentejo), é exatamente o contrário. E quanto mais erva a terra tiver, melhor. Eu aprendi com o meu avô e com o meu pai e é assim que aqui (Corroios-Seixal) faço. Diz-se, semear batata ao estono: Abre-se uma vala/rego aí com uns 30/40 centímetros por 20/25, raspa-se toda a erva para lá coloca-se estrume, e as batatas cortadas com um mínimo de dois olhos/grelos a uma distância de 20 centímetros e depois cava-se bem a terra para cima das batatas que ficaram com os olhos para baixo.
Se o tempo for de feição, passado mais ou menos um mês, nascem. Depois quando estiverem grandinhas, sacham-se. Se aparecer algum míldio, curam-se com calda bordalesa, se o tempo ajudar, passados 3 meses após a sementeira, estão capazes de serem arrancadas. Se não chover ou chover pouco, temos que as regar. Se houver água, evidentemente.
E aqui está meus amigos/as! Hoje deu-me para isto. Ah! Já tenho ali outros 3 quilos para semear.
Espero que não vos tenha aborrecido.
Um abraço!
Francisco Ramalho

Corroios, 7 de Janeiro de 2016

5 comentários:

  1. Mas existem tubérculos que não necessitam de água, mas outros de água necessitam. Chamam-se de SECADAL e de REGADIO. Foi só uma achega. E um abraço.

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  2. Aqui, no meu torrão natal, ninguém rega os batatais. Diz-se que a batata não gosta de água, a não ser a que cai do céu. Só gosta de ser regada, e bem, é com bom azeite, quando jaz no prato...

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  3. Obrigado amiga Clotilde! Agradeço ao amigo Górgias que me ofereceu um bocado de terra. Eu até nem preciso de muita... Já agora, digo-lhe também que antigamente ninguém regava as batatas, mas agora,quase todos os anos, aqui, se não o fizermos, comemos raspas!

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