terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Candidatos e debates “pobres”

Os debates presidenciais têm sido marcados por uma total falta de qualidade e abordam assuntos completamente fora do âmbito das funções do presidente da república. Do que assisti nos últimos dias, fiquei a perceber que Paulo Morais pretende prender todos os políticos à face da terra e combater a corrupção, que Maria de Belém exerce funções num grupo com supostas ligações promiscuas com o Estado Português e que o candidato do partido comunista considera a Coreia do Norte, uma democracia exemplar. Por populismo ou ignorância a maior parte dos debates e das propostas dos candidatos abordam temas sobre os quais o presidente da república não tem competência para exercer a sua autoridade. Curiosamente, os próprios moderadores contribuem de forma decisiva para esta situação, deixando-se “enredar” pelos discursos dos candidatos ou seleccionando questões que pouco interesse têm para a opinião pública. Quanto aos assuntos chave e que de facto compõem a missão do presidente da república enquanto chefe de Estado, pouco ou nada se ouviu. Além disso, seria interessante perceber qual a relação que irão estabelecer com o governo minoritário de Costa e até que ponto estariam dispostos a segura-lo num eventual cenário de ruptura da coligação. No entanto, por receito de gerar polémica ou por cautela os candidatos preferem omitir as suas intenções, em relação a estes pontos delicados. Com candidatos e debates deste calibre espera-se um novo aumento da abstenção e a degradação da imagem do futuro chefe de Estado perante os eleitores.

João Ramos

6 comentários:

  1. Tinha bom remédio, Sr. João, porque é que não se candidatou?

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  2. Caro Francisco, pelos vistos não possuo competência, apoios e muito menos vocação para o cargo (para além de não cumprir os requisitos legais). Porém, julgo que, enquanto cidadãos temos o direito de exigir uma campanha e candidatos de melhor qualidade.

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  3. Eu não disse que não possui competência! (Até há um semi-analfabeto: Tino de Rans) Quanto à campanha, é discutível se é boa ou má. Em relação aos candidatos, ainda é muito mais discutível. Por exemplo, eu acho que há lá alguns de muito boa qualidade, daí o meu primeiro comentário...

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  4. Caro Francisco, tem todo o direito a estar satisfeito com a campanha eleitoral e com os respectivos candidatos. No entanto, parece me que este é um local de opinião e parte do espírito do blog passa pelo confronto de ideias.

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  5. Claro que sim, amigo! Completamente de acordo!

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