terça-feira, 12 de janeiro de 2016

David Bowie (1947- ∞)

Hoje comprei o jornal por um motivo especial: não pelas presidenciais e respetiva campanha , não pela greve marcada para dia 29 na função pública, nem pelas mudanças previstas para Lisboa, nem tão-pouco pelas finanças...
Comprei o jornal num dia da semana, pela atenção dada a David Bowie. Achei curioso a data da morte (figurada) que um jornalista atribuiu ao artista inglês: infinito! O símbolo matemático criado no séc. XVII para dizer que algumas coisas são ilimitadas! 
Foi ilimitado o talento de Bowie, e sem fim a vontade que teve desde o início até ao fim da carreira de surpreender, mudar, transformar, inovar, renovar constantemente, não deixando espaço para a monotonia. O baixista Tony Visconti, que o acompanhou em toda a sua carreira, escreveu que «Ele sempre fez o que ele queria fazer. E Ele queria fazer as coisas à maneira dele e ele queria fazê-lo da melhor maneira.» 
Fantástico o tema «Lazarus» (o saxofone, o seu primeiro instrumento, não está lá por acaso e vai ficar no ouvido por muito tempo...). Tudo parece ter um significado por trás, nada deixado ao acaso!
Para terminar a minha pequenina homenagem, gostava de dizer a Bowie (olho para cima, acho que estás no Céu, sim): admiro e tentarei assimilar as suas qualidades positivas de uma vida que foi tudo menos uma «viagem aborrecida» e admiro, sobretudo, o ter tornado o seu «fim» uma obra de arte. Criou até ao fim (fez da sua doença um segredo), tentando comunicar aquilo em que mais acreditava.

(PÚBLICO 14.1.2016)

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