quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Produção de Electricidade a Carvão

A produção de energia eléctrica nacional está divida em dois regimes: O regime de produção especial em que se incluem as energias renováveis e o regime de produção ordinal constituído pelas centrais a gás natural e a carvão. Assim sendo, o regime de produção especial tem prioridade para entrar na rede, ou seja, quando existe produção renovável esta abastece directamente os consumidores. Quando não existem condições naturais para a produção renovável, a rede activa a produção das centrais com menores custos marginais, que neste caso, são as centrais a carvão. Porém, a centrais a carvão são altamente poluentes e ineficientes, uma vez que apenas 30% do carvão utilizado serve para produzir electricidade, sendo o restante desperdiçado em todo o processo de produção. Por outro lado, para serem potencialmente rentáveis, estas necessitam de operar, pelo menos 8000 mil horas anuais, embora na realidade apenas operem 2000 a 3000 mil horas anuais, sendo o remanescente preenchido pelo regime especial. Para assegurar a rentabilidade das mesmas e a sua disponibilidade, os consumidores são obrigados a pagar um valor fixo anual bastante elevado que agrava a factura energética final. O ideal seria efectuar uma renegociação dos contractos, com vista a redução do valor pago e conferir prioridade às centrais a gás natural de ciclo combinado, que são muito menos poluentes (gás natural dissipa se facilmente na atmosfera) e mais eficientes. Esta seria a solução com menores custos para os consumidores e para o meio ambiente. Portugal já possui excesso de capacidade de produção, o que se traduz em inúmera centrais a operar em sub rendimento, por isso não se justifica, neste momento, reforçar a produção renovável sob pena dos custos para os consumidores aumentarem de forma desmesurada nos próximos anos. Além disso, mesmo com maior capacidade renovável, os problemas de intermitência dificilmente seriam resolvidos, o que nos obrigaria a manter activas as centrais de “reserva” a gás natural e sobretudo a carvão.


João António do Poço Ramos

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