sábado, 31 de agosto de 2019

Coitado, era tão boa pessoa...

Quando cheguei ao Brasil, em 1964, conheci o Fernando Assunção, que viria a tornar-se o meu melhor amigo em terras de Santa Cruz. Já ali vivia há alguns anos, para onde emigrou com a família. Até hoje, nunca "engoliu" o facto de lhe terem tirado da sua querida Lisboa e das vielas de Alfama que o viu crescer. Doutorou-se em Ginecologia e Obstetrícia e tem hoje uma situação financeira desafogada, que lhe permite vir matar saudades à "santa terrinha" sempre que lhe apetece e os compromissos o permitam. Há tempos, perguntava-lhe eu, sobre a situação política brasileira.
- olha, meu caro, para o povo brasileiro, o melhor Presidente foi o que não governou. (Tancredo Neves foi eleito, há uns anos, mas uma doença matou-o antes de tomar posse).

Para os pêpêdês, falar de Francisco Sá Carneiro, é assunto sagrado. Ninguém dispensa a colagem ao falecido líder, para se autopromover. Se fosse vivo, seria a mesma coisa?

Agora, temos o Variações. Ele é homenagens de toda a espécie e feitio. Ele é imitações. Ele é o filme a bater records de bilheteira. Não tarda muito a ser proposta a trasladação para o Panteão.

As pessoas têem medo dos mortos. Essa é que é essa.

José Valdigem



Escola de maledicência...


Aquilo a que chamam “Universidade de Verão” do PSD costuma ser um “happening” e, este ano, mais uma vez, não deixa os seus “créditos” desacreditados; de facto, perante plateias que dedicam aos palestrantes a conhecida atenção do mocho, estes bem estrebucham para animar a coisa, mas esse frenesim não consegue melhor que a hilaridade geral de quem de fora os observa.

Um dia destes ouvi um figurão em forma de cilindro, apresentado como acessor económico do Partido que, depois de fazer em fanicos a situação do país, rematava assim a sua arenga, não disfarçando a inveja: “Mas o senhor Centeno é que é o Ronaldo”!

Desta vez foi o histriónico Rangel - agora a querer imitar o famoso estilo do prof. Hermano Saraiva -  a fazer  as despesas de animador de serviço, não deixando pedra sobre pedra quanto ao que tem sido a governação de Portugal, e chamando “populismo” e “dramatismo” às decisões tomadas para minimizar os problemas que a greve dos motoristas se preparava para provocar.

Claro que se às reivindicações de professores e motoristas fosse deixado caminho livre, era ver o dr. Rangel feliz, no meio dos cacos, o discurso na mesma demolidor para o Governo, só que, desta vez, por não ter sabido enfrentar os problemas que eram previsíveis...


Amândio G. Martins

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Também vem num jornal

Também, pois. A comunicação social vai merecendo muitas críticas e por variadas razões, umas justificadas, outras nem tanto pois são eivadas duma visão ideológica ou/e "umbiguista". Vem isto a propósito de ter lido no PÚBLICO, anteontem e ontem, respectivamente, dois artigos de informação científica - "Porque é que pessoas magras têm o fígado gordo" e " Ao fim de anos de discussão viu-se que não há um gene gay" - actuais e idóneas. E isto veio no jornal, não veio? Dirão alguns: mas se os temas são científicos, o que nos interessam ou será mesmo curial serem publicados num diário generalista? A isso respondo: para além da minha apetência pessoal, num tempo em que a obesidade é um problema grave de saúde pública  e, portanto, político, não convirá que vamos conhecendo mais dados do problema, para o podermos discutir como cidadãos comuns? E a homossexualidade e sua aceitação/não aceitação, não merecerá mais conhecimento de quem fala, em vez dum "blá, blá" que muitas das vezes toma a feição duma truculência ígnara, mesmo em gente que escreve poesia?
Talvez devesse ficar por aqui mas o título abrangente que emprestei a este texto, vai permitir que "mude um puco a agulha", indo no mesmo carril. Também anteontem, na última página, Rui Tavares escreve um artigo ( "Foi você que pediu uma timocracia?") que, sendo político ( como quase tudo), não tem nada de partidário e muito de transmissão de conhecimentos. Pelo menos para mim. Sabia o que significa democracia, mas ignorava o que queriam dizer kakistocracia, oclocracia ou timocracia . Sei no entanto o que significa aristocracia. E julgava saber ( e continuo a pensar que estou certo) que oligarquia é o governo de poucos ( o prefixo "oligo" assim o diz) e não o governo pelos mais ricos, como o define Rui Tavares. Este último será uma plutocracia. Aliás todas as "cracias" podem ser oligárquicas, excepto uma, a que defendo com "unhas e dentes" e vale por si própria, não adjectivando nada nem ninguém: a democracia
Tudo isto vem no jornal, juntamente com muitas outras coisas, as mais diversas.

Fernando Cardoso Rodrigues

AS APARÊNCIAS E A DITADURA DA FAMA




Esta história da aparência de “celebridades” das telenovelas e revistas cor -de- rosa; eles, bronzeados, atléticos e espadaúdos,elas, um palminho de cara, elegantérrimas, por vezes custa-lhes bem caro. Algumas, de tanta fominha passar, ficam mesmo anoréticas, e eles viciam-se em “aditivos”. A reação do organismo a essas “milagrosas” substâncias, pode mesmo levá-los ao hospital. Consta-se, que foi o caso do jovem ator que tem andado aí na berra e que, pelos vistos, tem estado entre a vida e a morte numa cama do Garcia de Orta em Almada.
É o preço da fama! Tão caro a esta sociedade de consumo e aparências, onde tal, tanto se valoriza. Tantas vezes em detrimento do valor intrínseco das pessoas.
Francisco Ramalho


Da metamorfose da vigarice...


Essa coisa do mercado liberalizado revela-se, na grande maioria dos casos, uma anedota que o consumidor paga caro; para fingir que se lhe dá a possibilidade de procurar quem lhe forneça em melhores condições alguns bens de primeira necessidade, deixa-se o cidadão sujeito a todo o tipo de vigarices, como se pode ler no JN.

Começou com o telefone, que era monopólio da PT, em que muita gente caíu na esparrela de assinar contrato com novos fornecedores e, passado pouco tempo, verificou que só perdeu com a mudança; nos últimos anos tem sido a electricidade o campo para todas as trafulhices, com vários fornecedores a oferecer um bem que só tem um produtor fiável, tentando sacar os clientes ao fornecedor tradicional com promessas mirabolantes que nunca são cumpridas.

Como se isso ainda fosse pouco, aceitam como bom o trabalho de uns bandalhos que vigarizam as pessoas com contratos falsificados, afirmando depois que só fazem parcerias com empresas que cumprem rigorosos códigos de conduta e que há penalizações para quem transgrida, tudo “conversa de ervanária”, dado que as queixas já vêm de há muito e as más práticas continuam a fazer vítimas...


Amândio G. Martins

Coincidências, esperemos...




Provavelmente, não quer dizer nada de extraordinário, e tudo não passará de meras coincidências. Inveterado leitor do PÚBLICO, tento lê-lo com a máxima concentração, nem sempre o conseguindo, porque o tempo é quase como o rendimento, que, só após muitas amputações, se torna disponível, sendo sempre exíguo. Algumas coisas, contudo, acabam por me chamar a atenção, seja pela repetição inusitada, seja pelo insólito. Não sei se o “fenómeno” já vem a ocorrer há mais tempo, mas, só no mês de Agosto, dei conta de três intervenções de fundo nestas páginas, do presidente e de dois cabeças de lista às eleições legislativas pelo partido Iniciativa Liberal. Não se tratou de notícias, mas de nada menos que dois textos assinados e uma entrevista. Posso estar enganado, mas não me dei conta de semelhante visibilidade concedida a outros partidos também “emergentes”, e só espero que a legitimidade de o PÚBLICO cair para o lado que muito bem entender, não lhe dê para cair para esse...      Público - 31.08.2019

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Hormonas

O actor Ângelo Rodrigues, com 31 anos, estará entre a vida e a morte por ter injectado testosterona para aumentar a massa muscular. Bem sei que, segundo a notícia que li, será mais devido a infecção por falta de assepsia da picada que por efeitos deletérios da própria hormona mas, mesmo assim, o facto serve-me de mote para umas divagaçõezinhas. Provocadas também pela leitura do "duríssimo e belo" livro de Michel Houellebecq, "Serotonina"... também ela uma hormona. A personagem principal, Florent ( que detesta o seu próprio nome pois parece-lhe um arranjo masculino de Florence...) toma um medicamento anti-depressivo que tem como efeito colateral a baixa da testosterona com perda da libido e do subsequente "tesão". Mas houve outro facto: a subida exponencial do cortisol - outra hormona - o que significará que ele poderá estar a.... "morrer de desgosto". Isto disse-lho um magnífico médico psiquiatra, arguto e livre no pensamento. Terminei pois isto é um "devaneio" meu. O resto fica por vossa conta e pela do dr.Azote...

Fernando Cardoso Rodrigues

BOLSONARO ASSASSINO!

Com as políticas de Jair Bolsonaro estamos a assistir ao holocausto da Amazónia. A floresta está a pegar fogo, há um número anormal de incêndios provocado por fazendeiros, madeireiros ilegais, mineiros e pelo agro-negócio, incentivados pelo presidente Bolsonaro, que recusa ajuda internacional. O Observatório do Clima atribui a responsabilidade ao dirigente fascista, já que este promove a desflorestação, o corte de fundos e a desmontagem de órgãos de controle e fiscalização. Verifica-se a perda de biodiversidade, a extinção de espécies animais, bem como a emissão de gases com efeitos de estufa. Cidades inteiras do Brasil ficaram sob um cobertor de fumo e houve um aumento exponencial das infecções respiratórias. Bolsonaro, Trump e outros fascistas são assassinos (mas nem outros aparentemente mais moderados escapam), querem destruir o Ser Humano e o Planeta. Unidos, temos que afastá-los para bem longe, eliminá-los da face da Terra, para que esta possa finalmente tornar-se pura, uma comunidade de irmãos.

Bitaites sobre Manel Serrim

Bitaites sobre o Manel Serrim

29 AGO 2019 / 02:00 H.
    O Manel Serrão escreve “Bitaites sobre Salazar”, no jornal do norte, aonde tem uma boa e tradicional quota e grande participação, sobre o vazio. É ele quem o diz por escrito, que aprendeu na escola, ou mais provável em colégio fino, que enquanto cachopo só lhe importou saber aprender a ler e a contar sem ser pelos dedos, e daí não saber népia sobre a ditadura salazarista - regime que o beneficiou, embora ele também não o saiba. O dr. pai dele podia e devia ter-lhe contado mais esta “história”, a par das demais que mais tarde leu, em livros comprados por quem tinha dinheiro, já que esses materiais não eram acessíveis aos pobres. Mas ele mesmo tendo lido algumas coisas, ignora que andou com o credo na boca que entoava sob a Cruz da igreja e pregado nas paredes das escolas do Estado Novo, ou seja, com Salazar presente, ali mesmo à frente do seu nariz, mais limpo do que o dos seus ranhosos contemporâneos. Para não andar só nesta ignorância, afirma que a mocidade actual também nada sabe sobre o ex-governante de Santa Comba Dão, e daí achar-se com direito autenticado para não se pronunciar sobre tal tempo e tal regime político, que privilegiou uns e prejudicou outros, que ainda hoje sofrem as consequências que aquele religioso e supremo homem impôs. Mas à medida que a gente o vai lendo, constata que o Manel sempre ouviu alguma coisa sobre prisões, ditadura, e até a terra onde está enterrado o homem que caiu da cadeira. Este Serrão é mais serrim, do que Manel, embora tenha cobertura e apoio de um jornal, que o devia “mandar pregar para outra freguesia”, já que ele até pode viajar quando e para onde lhe apeteça, seja para uma campa ou Museu e Centro Interpretativo. Mas ao que parece, “a liberdade ainda não está a passar por ali”. Ele reconhece entretanto que é um homem de outros tempos levando pela mão uma filha, que um dia talvez venha a saber mais uns bitaites sobre o seu pai - um pretenso humorista vazio por dentro, e gordo por fora!
    (hoje no DN.:Mdrª)

    E pur si muove...


    Entrevistada na Time como primeira poetisa nativa americana premiada, pelo livro “An American Sunrise”, Joy Arjo deixa palavras notáveis acerca do que têm sido as vicissitudes daqueles povos ao longo dos tempos.

    Perguntada sobre o que foi feito de errado com os povos nativos, Joy Arjo responde assim: “Um grande número de imagens nossas são baseadas em histórias de fadas ou shows do west selvagem, mas nós somos seres humanos, não uma coisa criada para fantasia do mundo; somos uma comunidade de grande diversidade pela terra, pela língua, pela cultura, espalhados por 573 nações tribais, mas somos hoje americanos dispersos, totalmente desprotegidos.

    Também cantora e saxofonista na Arrow Dynamics Band, acerca do estado da poesia no país diz que a turbulência tem feito crescer as audiências: “We need something to counter the hate speech, the divisiveness, and it´s possible with poetry”...


    Amândio G. Martins


    quarta-feira, 28 de agosto de 2019

    Algés – Av da Republica e…



    Há anos que a mobilidade nesta artéria de Algés se tem vindo a complicar sem que se vislumbre alguma preocupação por parte da autarquia em resolver este assunto ou encontrar solução que melhor o trânsito. É mesmo uma arte de condução para os motoristas de carrinhas, pesados  e principalmente para a carreira de passageiros. A carreira 114 é um desafio à arte de conduzir num percurso sem qualquer “saída” quando os dois sentidos estão com carros em segunda-fila ou esta carreira se cruza com um pesado.
    Como acontece na maior parte das nossas ruas praticamente todos os moradores têm carro e muitas das áreas de garagens estão a ser utilizadas para outros fins. Mesmo quando o imóvel dispõe de garagem a sua dimensão é normalmente para um carro por andar. Ora acontece que a maior parte dos moradores dispõem de dois carros – pai e da mãe.
    Dispondo o nosso Município de um número considerável de técnicos altamente especializados não haverá possibilidade de estudarem este assunto e encontrarem rapidamente uma alternativa à parte do percurso mais atafulhada para facilitar e até tornar mais seguro o percurso desta via? Por exemplo: verificação das garagens que existem e se elas estão ao serviço dos moradores ou a serem utilizadas para outros fins e encontrar maneira das libertar para estacionamento. E parte deste percurso não poderá ser feito pela Rua Alegre? (Penso que há alguns anos se pensou ensaiar este percurso). 
    O que se torna urgente é mesmo encontrar melhorias de mobilidade para esta via.
    Outro assunto que se está a tornar preocupante aqui em Algés são as baratas e os ratos. Está  a aumentar o número e variedade de baratas que invadem as casas de muita gente. Há queixas especificando que estes insectos de asas são cada vez em maior número saindo dos esgotos que têm grelha na via pública.
    E ao ratos? Uns maiores e bastantes pequenos tipo ninhadas passeiam-se na via pública em sítios muito frequentados na baixa de Algés como a Rua do Pingo Doce,  área do mercado e um café de esquina na Rua Luís de Camões. Parece que a desbaratização e desratização são operações complicadas (?) por causa dos produtos a utilizar que podem ter implicações nos cães e gatos que passeiam nas nossas ruas. Mas face à quantidade destes invasores – baratas e ratos – tem de se actuar rapidamente pois constituem um perigo para os moradores. Talvez até este problema não seja só de Algés mas se alongue por todo o Município o que obriga os responsáveis a actuarem antes destas pragas alastrarem e este êxito de um Município limpo de pragas seria um bom slogan para confirmar que Oeiras é mesmo uma Terra de Excelência.

    Maria Clotilde Moreira

    Jornal Costa do Sol - 28.08.2019

    O AMOR INFINITO DE JESUS

    Aquele que se dá a sua própria lei a saber é irmão de Jesus. O amor é o princípio e o fim de si mesmo. É a convergência de todas as coisas para sempre. Falar de amor é subversivo, ser amor ainda mais. O amor corresponde ao diálogo sem fim, ao querermos conhecermo-nos uns aos outros até ao infinito, ao entrar completamente dentro do outro, à dádiva, à graça, à entrega. Eis o amor infinito, eis o amor de Jesus, que salvará o mundo.

    Nem tudo é deprimente...


    Do emaranhado de notícias que enformam um jornal diário, a grande maioria assustando os cidadãos com coisas muito feias, que a criminalidade se exibe a cada dia mais atrevida, mais sofisticada, mas também violenta, que a corrupção está cada vez mais corrupta, que os políticos não sabem desenvencilhar-se dos problemáticos sarilhos que eles próprios criam, extraem-se também algumas que nos ajudam a manter a confiança.

    Lê-se no JN que uma “jovem” de 74 anos se levantou da cama cerca das quatro da manhã, com intenção de viajar de Santa Maria da Feira para Castelo de Paiva; quando caminhava para a paragem do autocarro, que passaria aí às seis horas, como a visibilidade era pouca, entrou por um caminho desconhecido e caíu numa ravina, de onde não conseguia saír sem ajuda.

    Terá adormecido naquele buraco e, quando acordou, por volta das nove horas, socorreu-se do celular que levava consigo e ligou o 112, contando o que lhe tinha acontecido, mas não sabendo dizer em que local exacto estaria; accionados os bombeiros de Lourosa, estes ligaram para a senhora, que só lhes sabia dizer que deveria estar próximo de uma estrada, porque ouvia carros a passar; e assim, às apalpadelas, os socorristas lá conseguiram descobri-la, cerca de hora e meia depois do pedido, sem grandes ferimentos.

    Na mesma página realça-se que uma patrulha do Destacamento de Trânsito da GNR de Penafiel, em serviço de prevenção da sinistralidade, registando a velocidade do trânsito que circulava na A3, interceptou um veículo em excesso de velocidade; ao abordarem o condutor, verificando que leva a mulher em trabalho de parto, imediatamente se puseram à frente do veículo, sirene ligada, e escoltaram o casal até ao Centro Materno-Infantil do Norte, aonde chegaram rapidamente e em segurança, numa complicada hora de ponta.

    Em Guimarães, debaixo de intensa chuva e trovoada, os bombeiros conseguiram retirar calmamente, evitando que entrassem em pânico, um casal idoso e os dois netos de uma cabine do teleférico que tinha encravado por avaria a 20 metros de altura...


    Amândio G. Martins

    ASSASSINOS A NADAR EM DINHEIRO E PODER


    Olho para a televisão. Observo o jogo. O circo. As rameiras da TV. Nem que esteja mal, a mim não me apanham. No fundo, não passam de um bando de palhaços imbecis. Palmas e mais palmas. A fazer cabeças. É o jogo. Cabrões a nadar em dinheiro e em poder. Outros olham. Deixam-se comer. Comem gelados. Escravos para sempre. Na fila. No trabalho. Drogados. Anestesiados.

    terça-feira, 27 de agosto de 2019

    VIVAMOS A VIDA TOTAL E PLENA!

    Somos todos culpados do grande crime de não viver a vida na sua totalidade. Contudo, também somos todos potencialmente livres. Subindo, avançamos sempre, desde que não escorreguemos e caíamos. "O caminho é infinito e quanto mais longe chegarmos, mais a estrada alargará", nas palavras de Henry Miller. As armadilhas e os pântanos estão todos dentro da mente. O mundo dos fantasmas ainda não foi conquistado. 
    É claro que é difícil. O recuo ao nível dos relacionamentos e dos sentimentos humanos, o isolamento que a ditadura da internet e o mercado sem piedade trazem também castram a mente e a vida. Todavia, ninguém ousou ainda, verdadeiramente, avaliar até onde vão as nossas potencialidades. Chegaremos à conclusão de que são infinitas na hora em que admitirmos que a imaginação é tudo. A imaginação é a voz da ousadia, é a voz divina. Larguemos tudo. Vivamos a vida total e plena.

    Notas "políticas"

    A recente entrevista do primeiro ministro António Costa  tem dado que falar. Pela mais que óbvia vontade de que o PS tenha a maioria absoluta nas próximas eleições legislativas. Sem o dizer com clareza, obviamente, como é próprio dos meandos da política, toda ela expressa em eufemismos e e frases dúbias. "Babando-se" sobre aquilo que consideram "inteligências" mas são, a maior parte das vezes, "espertezas" e disso não passam. No meio dessa "ganga" lá vêm a desfaçatez e o mau gosto. Como aquele " o nosso Podemos" para se referir ao Bloco de Esquerda (BE), enquanto se refere ao Partido Comunista (PCP) pelo nome que tem. Deixando cair qualquer referência, convenientemente, ao Partido Ecologista os Verdes (PEV), que talvez o mereça porque se esconde por detrás da "neutral" sigla da CDU. E neste caso específico nem o PCP protesta, preferindo chamar à colação a sua "paciência revolucionária" para "aturar o PS, numa "vaidade conveniente" que qualquer mortal ( mesmo um partido " solidamente institucional) tem. O PS adula o PCP com a condescendência dum tutor que pede fidelidade e este "aceita" porquê? Bem sei da história do "dois passos à frente um atrás" e dos "elefantes engolidos" mas, além disso? Ouve-se demais o silêncio de opiniões entre o BE e o PCP. Mas nós também temos a veleidade de querer saber ler nas entrelinhas, ou não podemos? Será porque a maioria absoluta que o PS quer mas não diz, e parece não ser possível, levar a que o próximo governo só precisará de um dos parceiros de agora para governar? E qual deles? O PS parece que já fez a escolha mas os outros dois, que dirão, não somente do PS, (pois desse já o fazem) mas um do outro? A "esquerda" parlamentar apoiante da "geringoça" continuará assim? Ou o "escolhido" continuará a ter "paciência", agora para aguentar carga nos dois "ombros"? Vamos esperar para ver. Se entranto a maioria absoluta vier, como chamará ao PCP o primeiro ministro? No quadro espanhol político não arranjará certamente muleta de linguagem atrevida como o fez com " o outro parceiro da esquerda"...

    Fernando Cardoso Rodrigues

    Competitividade falseada...


    Ouvi um desses ganadeiros brasileiros – chico esperto – que são dos primeiros responsáveis pelos crimes ecológicos na selva amazónia -  para ganharem pasto para as enormes manadas que possuem -  papaguear o discurso dessa figura anedótica que desempenha as funções de presidente, que é o comparsa ideal que há muito esperavam, afirmando que são as ONG, por terem perdido a “mamata”, que alimentam contra o Brasil uma campanha mentirosa.

    E que Macron, que está cheio de problemas com os “coletes amarelos”, aproveita a onda para também atacar o Brasil, com intenção de ganhar espaço para a carne francesa, que não consegue competir com a brasileira; este “rei do gado”, que paga mal, ou não paga mesmo, o seu pessoal escravizado, que alimenta os animais em terrenos roubados, gaba-se de ser mais competitivo que os europeus, que têm de cumprir normas apertadas, pagar decentemente aos trabalhadores e pagar o alimento dos animais.

    E cabe aqui aquela disputa dos vendedores de vassouras que vendiam na mesma feira; as vassouras eram basicamente iguais, mas um deles tinha sempre um preço mais baixo que o concorrente; se este igualava, o outro ultrapassava, até que um dia, o que perdia negócio dirigiu- se ao outro nestes termos: Ó amigo, eu roubo cabos num lado, piassaba no outro, só tenho o trabalho de montar aquilo, e já não posso baixar mais o preço, não percebo como você consegue. “Bom – diz o outro – já que você foi tão franco, também lhe vou revelar o segredo: É que eu roubo as vassouras feitas!”...


    Amândio G. Martins

    segunda-feira, 26 de agosto de 2019

    A Sabedoria dos Mitos

    Foi por informação da propria Gradiva que fiquei a saber que já estará à venda o primeiro número - "Prometeu e a Caixa de Pandora" - duma série de BD baseada no livro de Luc Ferry, "A Sabedoria dos Mitos". Este autor escreve-a e tem dois ilustradores ( não recordo os nomes) a fazer-lhe companhia. Li o livro original há alguns anos, gostei imenso e uma das coisa que mais me impressionou foi ficar a saber que a ESPERANÇA tem também outro sentido, não tão benévolo, alternativo àquele que, habitualmente, lhe damos. Foi ela que ficou colada ao fundo, precisamente, da dita Caixa de Pandora, não para manter acesa  a chama dum futuro radiante para todos e cada um de nós, humanos, mas, numa dádiva malévola dos deuses, para nos azucrinar na ilusão de que esse futuro virá. Nesta apresentação da editora, aprendi  também ( eu bem que desconfiava...) que não foi Prometeu que "roubou" o fogo aos deuses mas sim estes ( sempre eles!) que o criaram para divertimentos seu mas, depois, temendo-o pelo fogo da conhecimento ( ou sabedoria?...) ... toca de o castigar, encarnando nele toda a Humanidade. Sempre eles, os deuses, "mauzinhos" ou dissimulados. Pois naõ foi o próprio Édipo matou o pai... sem saber que este era o seu progenitor? Chego a pensar que até poderia ter sido para dar o mote a Sófocles, a Freud, aos psiquiatras e por aí fora até chegar a cada um de nós neste "vale de lágrimas"...

    Fernando Cardoso Rodrigues 

    NA PRÉ-HISTÓRIA DO AMOR

    Em matéria de amor e de relacionamentos humanos ainda estamos na pré-história. O medo do ridículo, da perseguição e do ostracismo impede o ser humano de derramar o amor na sua expressão completa. Segundo Henry Miller, as pessoas sensitivas, "as pessoas que sentem", querem unir-se de um modo mais profundo, mais subtil e mais durável do que é permitido pelas convenções e pelos costumes. Só que a sociedade castradora em que vivemos diminui o indivíduo, institui castas privilegiadas e reduz quase tudo a números.

    Falem de mim...


    ...Nem que seja para dizer mal, parece ser o lema de Leonel Gouveia, autarca de Santa Comba Dão (meia encosta, cujos vapores etílicos lhe devem toldar o raciocínio). Uma coisa muito louvada em Espanha -  depois da decisão do Governo de transladar a múmia de Franco, ainda encravada pelo Tribunal – sobretudo pelas vítimas do franquismo, é Portugal ser um exemplo onde nada existe de exaltaçao ao ditador, parelha de Franco na ignomínia, ainda que em menor dimensão, situação que o referido presidente de Câmara parece considerar grave lacuna; e não surpreenderá se, atrás disto, vier um movimento para o elevarem ao Panteão

    “Não é verdade que favorecer a memória de Salazar como “filho da terra” seja só uma liberdade democrática, porque não é. É uma desfaçatez. Salazar mandou assassinar, criou campos de concentração, torturou, mentiu, falseou eleições, dispôs do país e das colónias como se fossem sua mercearia e seu jogo de soldadinhos” - escreve Valter Hugo Mãe no JN.

    “O museu que tinha de haver era o que se perdeu com a sede da PIDE. Aí, sim, haveria de se espanar o saudosismo. A simples ostentação daquelas portas e daquelas paredes serviria para se contar a História a partir do prisma da decência; aquele que imediatamente diz que nenhum poder se pode arrogar a perseguir os seus opositores”.

    “Já sabemos que o diabo encontra meios de colocar os néscios ao seu serviço, também já suspeitávamos que muita da Esquerda trabalhasse na verdade para a mais pura Direita.Que fizesse um favor tão grande ao fascismo é que não estaria à espera. (...) Com o rumo que o Mundo leva, se não formos mais espertos, o que vemos acontecer espantados em outros países regressa ao nosso em esplendor”.


    Amândio G. Martins

    domingo, 25 de agosto de 2019

    A SOCIEDADE DE JESUS

    No projecto político de Jesus não há trabalho por conta de outrém, nem "tripalium", nem tortura. Há actividade de acordo com as capacidades de cada um. A gratuitidade é a base de tudo. A sociedade defendida por Jesus é uma sociedade sem poder, que nem os seus discípulos entendem, dominados pela ideologia-teologia do poder davídico e judeo-messiânico. Não há sociedade verdadeiramente humana enquanto as populações se mantiverem organizadas em forma de pirâmide, poucos em cima a mandar e todos os demais na base a obedecer, como afirma o padre Mário de Oliveira. Actualmente vivemos os tempos dos adoradores do Dinheiro. Nem os pobres escapam.

    "Santuários" e coisas similares

    Hesitei em juntar ao título um... "ou no pequeno está o ganho". Realmente os santuários são limitados no espaço ( uns mais que outros) mas simbolicamente têm um peso específico imenso. Como seria (será?) o Museu Salazar que o "ilustre" presidente socialista da Câmara Municipal de Santa Comba Dão quer construir com - reparem bem - a motivação de " não deixar no olvido os ilustres filhos da terra" e, "juntando" mais qualquer coisinha que é "não deixar amputar um parte da nossa história". Em poucas palavras está todo um pensamento (?), na mistura "manholas" entre o pequeno e o grande. Clássico. Semelhante ao que se passa no mundo com a contemporaneidade entre avanço cientifico e subida o poder dos truculentos incultos e/ou distorcidos da mente.
    No mesmo mundo onde os "santuários" se querem manter ou (re)instalar. Veja-se o Vale dos Caídos com Franco, a Predapio de Mussolini, o museu de Estaline em Gori e o Berghof de Hitler, tudo "gente boa"! Neste último, curiosamente, há um pequeno facto ( parece...) que merece nota: o aumento de camionetas com visitantes da Hungria e da República Checa... E a "coincidência" de, em Portugal, para além da ideia do museu "santacombense", ter havido uma reunião de neonazis ( uma redundância, esta palavra...) e um encontro de cristãos (!) em Fátima, onde pontificavam Viktor Orban e o chefe de gabinete de Trump. E, no entretanto, o parlamento da Rússia de Putin, aprova a "reactivação" ( o que quer que isso seja) do pacto Molotov/Ribentropp. "Les bons esprits se rencontrent"....
    Tudo isto - sempre "pequeno" mas feito cizânia - vai fazendo o seu caminho com a permissividade dos democratas que, inventando nomes como "pós-modernidade" e quejandos, vão deixando "Troia" ser reinvadida por "cavalinhos" feitos de coligações contranatura ( só aparentemente...). Com a ajudinha de " bem intencionados" que entendem que o que seria desejável, para não delapidar a História, era um museu do Estado Novo, arquitectado por uma associação entre "uma espécie de Rui Ramos/ Fernando Rosas" ( não chega vir nos livros?)... Tão "lindo" que seria! Ou, mais às escâncaras, como Vasco Pulido Valente, dizer que o salazarismo nun ca foi um regime fascista mas sim " uma ditadura clerical" (sic). E a "estupidez " (sic) de quem assim não acha... "aflige-o".

    Fernando Cardoso Rodrigues

    O FUTEBOL DIGNIFICADO




    Por razões que se prendem com obrigações minhas relacionadas com as Festas de Corroios, não vi o jogo. E só hoje, domingo, de manhã, ouvi os treinadores. Sérgio Conceição, que anda mais moderado, mostrou-se naturalmente satisfeito, disse que a sua equipa mereceu inteiramente a vitória, elogiou o adversário (o que é sempre uma forma de valorizar ainda mais a vitória), e ficou-se por aí.
    Bruno Lage, o homem que disse que o futebol está longe de ser a coisa mais importante da vida, que a economia ao serviço de todos e não apenas de uma minoria, é que sim, não defraudou as expectativas, e confirmou tratar-se de um grande Senhor. Começou por concordar com a análise que o seu adversário e companheiro de ofício fez do jogo, considerou justo o resultado, e deu os parabéns ao FC do Porto e a Sérgio Conceição.
    Seja qual for a evolução destes dois grandes do futebol nacional, esperemos que os respetivos treinadores mantenham esta postura digna, para bem desta tão interessante modalidade desportiva geradora de irracionais e alienantes paixões, fomentadas por quem delas se aproveita para daí retirar tão imorais e obscenos dividendos.
    Francisco Ramalho
    Corroios, 25 de Agosto de 2019


    Da complexidade das democracias...


    No ano da graça de 2019 verificamos, sem solução à vista, que a governabilidade dos Estados se complica de ano para ano, deixando em  maus lençóis o sistema democrático; da facto, nunca como agora a democracia deu tão má conta de si própria, ao ponto de abrir as portas do poder a todo o tipo de cretinos que, escolhidos por legiões de seus iguais, acedem aos mais altos cargos na hierarquia do Estado, a partir dos quais se sentem legitimados para cometer todo o tipo de atrocidades, sem que o sistema disponha de meios expeditos de pará-los a tempo, vide Trump e “BolsoNero”.

    Em artigo no JN, escreve o prof. Poiares Maduro que a actual situação política italiana, país onde vive, é uma crise da democracia, e que tudo que ali acontece é replicado no resto da Europa, da qual a Itália sempre foi laboratório político, antecipando aquilo com que nos confrontaremos todos se não encontrarmos soluções para a crise das nossas democracias.

    E mais à frente: “O que acontece dentro das nossas fronteiras depende tanto das nossas escolhas como das escolhas dos outros, e aqueles que exploram políticamente isto fazem-no pretendendo que podemos regressar ao autogoverno nacional sem perder as vantagens decorrentes do mundo interdependente”...


    Amândio G. Martins

    sábado, 24 de agosto de 2019

    A propósito dos "livros de férias"

    Vem isto a propósito dum velho hábito, que se repete, das escolhas tornadas conselhos, que muitos jornais fazem. Aqui vou falar dos "vícios" em que eu próprio vou cair. Lembro-me bem de, há um "par" de anos, Carlos Fiolhais ter indicado duas mãos cheias de livros - todos científicos e filosóficos - que levaria consigo para uma semana de veraneio... num tempo em que ainda não havia McBook. Quem acredita, por muitas qualidades que tenha o professor? Este ano, julgo que já em Agosto, o PÚBLICO perguntou a várias personalidades quais as suas escolhas e aquelas fizeram-no de bom grado, indicando, no total, uma boa trintena de livros... dos quais ( pobre de mim...) eu nem sequer sabia da existência, excepto, em rodapé, o último de Elena Ferrante. Uns dias mais tarde Mariana Mortágua, conhecida política do BE, escolhe três ou quatro os quais - pasme-se! - são motivo  de crítica abusiva em artigo de João Miguel Tavares porque... ou a escolha é possidónia politicamente ou a senhora é uma "chata" porque nem em férias larga a sua ideologia!
    Chegou aminha vez de cometer o "pecado", venial... porque não pretende ser conselho. Desde o início do Verão li os seguintes livros: Carne Crua (Rubem da Fonseca), A Invenção Ocasional (Elena Ferrante), Serotonina ( Michel Houellebecq), A História de Uma Serva (Margaret Atwood)), O Macaco Bêbedo Foi à Ópera ( Afonso Cruz), Becoming (Michele Obama), A Única História (Julian Barnes), Que Importa a Fúria do Mar ( Ana Margarida de Carvalho), Olga (Bernard Schlink) e Máquinas como Nós ( Ian McEwan). Todos bons, permitindo-me destacar, por pura subjectividade minha, espiritual e estética, os dois últimos.
    Agora vou mesmo iniciar o "A Era dos Muros" ( Tim Marshalll). O que me tenta é a "entrada nos infernos" dos dias de hoje, física e simbólicamente. Porque nunca esquecerei, tristemente, a factual travessia do Muro de Berlim que fiz, com mais doze pessoas, no início dos anos 80. Onde os guardas ditos "democráticos" entraram aí umas seis vezes no autocarro para fazerm sempre a mesma coisa: pedir o passaporte e espreitarem para debaixo das cadeiras... O poder exerce-se... mesmo quando tem "pés de barro", não é?

    Fernando Cardoso Rodrigues

    O salto do Pardal

    - Marinho e Pinto acaba de cair no aventureirismo que nem um pardal. Ao nomear cabeça de lista à capital do país, um ainda sob estudo advogado, chefe sindicalista, perturbador da normalidade nacional, condutor de veículo perigoso como um Maserati, não fez mais do que desenhar o seu voo em direcção ao abismo político. Marinho, que também é pinto da mesma pinta ao aliar-se ao pardal, vai desaparecer do espaço de intervenção por cá e pela Europa por onde se tem apresentado com alguma discrição e bem pago. Não resistiu porém a tomar medida populista, desafiadora, que crê ser rentável. Agora ressurgiu no ar a planar, trazendo na sua asa, um figurão que tem conduzido por vias estranhas, matérias que põem o país a arder. Ambos vão sair com as asas queimadas, e abatidos com um só tiro - o das Eleições Legislativas. E lá terão que ir fazer ninho por outras lutas em outros céus;*

    -*( PÚBLICO-24.08-rsmº)
    http://www.publico.pt/2019/08/24/opiniao/opiniao/cartas-director-1884268
    -*(DNmrª-26.08)
    -*(SÁBADO-29.08)
    -*(JN-30.08)
    -*(SÁB.12-09.reptç)

    O HOLOCAUSTO DA AMAZÓNIA

    Com as políticas de Bolsonaro estamos a assistir ao holocausto da Amazónia. A floresta está a pegar fogo, há um número anormal de incêndios provocados por fazendeiros, madeireiros ilegais e mineiros incentivados pelo presidente Jair Bolsonaro. O Observatório do Clima atribui a responsabilidade ao dirigente fascista já que ele incentiva a desflorestação, o corte de fundos e a desmontagem de órgãos de controlo e fiscalização. Verifica-se a perda de biodiversidade e a emissão de gases com efeitos de estufa. Cidades inteiras do Brasil ficaram dias sob um cobertor de fumo e houve um aumento exponencial das infecções respiratórias. Se não tirarmos estes tiranos do poder, a morte é certa.

    Da importância do silêncio...


    Um dia destes, na sala de espera da pessoa que, há mais de vinte anos, me dá um arranjo ao que me cresce – salvo seja – dei comigo a pensar como é que ainda não sei o nome dele e, quase de certeza, ele também não saberá o meu.

    Como as pessoas que lá vão serão basicamente as mesmas de quando lá comecei a entrar, com uma ou outra nova cara a mais, e uma ou outra que já terá morrido a menos, o cliente chega, saúda quem está e senta-se aguardando a sua vez; nunca ouvi o “tesourinha” tratar alguém pelo nome, nem o cliente se lhe dirige pelo nome; como a freguesia é antiga, nem pergunta como querem, começando logo a desbastar; quando acaba aquele, vira o assento e já está outro pronto a sentar-se, mais um a despachar sem precisar  dizer nada.

    E eu, que “detesto” gente gratuitamente palradora, que fala por falar, sem ter nada de interesse para dizer, aprecio isto, que contrasta com o que se passa nas salas de espera do Centro de Saúde, apesar dos cartazes que apelam ao silêncio; e é tal a palração, sobretudo das senhoras que, com frequência, não se ouve quem foi chamado, obrigando médicos e enfermeiros a vir pessoalmente buscar os barulhentos, que nem parece que estão doentes.

    E, a propósito de doentes, ocorre-me um episódio passado no Centro de Saúde de Santo Tirso, no tempo em que lá residia, era “minha” médica a Drª Conceição, que tinha fama de “bruta”, mas eu gostava dela; conversava a doutora com o pessoal de serviço na recepção quando a filha pequena, que naquele dia acompanhou a mãe, lhe perguntou se aquela gente ruidosa que estava na sala eram seus “fregueses”: -Ò filha, alguns devem ser. –E estás aí à conversa?... – Deixa lá, que eles parecem ter mais saúde que nós...


    Amândio G. Martins

    sexta-feira, 23 de agosto de 2019

    Por cada crime que fica sem punir outros crimes vão surgir


    Discordo de quem diz que nunca houve tanta corrupção como agora.
    Nunca houve foi tanta investigação.
    Se quando começaram a vir os fundos europeus na década de 80 houvesse ministério publico, as coisas não teriam chegado a este ponto.
    Ele haver havia, mas os que estavam de serviço foram formados no antigo regime e não se metiam com  ministros e presidentes de câmara.
    Assim os que na altura se abotoaram ficaram «avezados», e quando o poder mudou de mãos os outros, pensaram com os seus botões: é pá se isto é assim também quero.
    A diferença está pois no ministério público.
    Se pensarmos bem os magistrados de hoje já nasceram ou foram formados depois do 25 de Abril.
    A minha vida profissional foi durante 30 anos trabalhar nas auto estradas, e para quem não sabe, os espanhóis fizeram 140 Kms com o mesmo dinheiro nós fizemos 100, e os operários espanhóis ganhavam mais que os portugueses. 
    Um sem número de obras custaram seis vezes mais do que previsto.
    Etc etc etc..
    Ai se houvesse magistrados corajosos nessa altura!...
    Que a coragem não falte aos magistrados, filhos da democracia.


    Quintino Silva 

    Volta a Portugal em V.N.Gaia e Porto



    A Volta a Portugal de 2019 teve a sua etapa final entre Vila Nova de Gaia e Porto, em 11 de Agosto, um contra-relógio individual, que acabou por ser decisivo para determinar o vencedor, João Rodrigues do W52-F.C.Porto.

    A primeira Volta a Portugal realizou-se em 1927, por iniciativa do jornalista Raul de Oliveira, que em anos anteriores fez parte de comitiva que foi ao Tour de França. Por dificuldades económicas só se realizaria depois em 1931. É interrompida com a guerra civil de Espanha (1936-1937), com a segunda guerra mundial (1942-1945), por falta de organizador (1953-1954) e devido ao processo revolucionário em curso (1975).

    A Volta a Portugal chegou a durar três semanas até 1980, passando depois a ter o actual figurino de dez etapas e um dia de descanso, atribuído pela UCI (União Ciclista Internacional). Depois de durante algum tempo se ter afastado dos grandes centros urbanos de Lisboa e Porto, voltou a inclui-los nos últimos anos.



    Ambiente, ideologia e sistema político

    Aqui há dias envolvi-me num debate com o Ernesto Silva (ES) e com o José Rodrigues (JR), a que prometi voltar ontem. Afinal é hoje e continua versar o tema a que o primeiro deu o mote: "capitalismo e alterações climáticas". Posteriormente o JR veio dar a sua achega, num texto que, noutra linguagem, muito se aproximou do de ES. E que este aproveitou muito bem num comentário ao dar razão a JR, ou melhor... à segunda parte do que ele escreveu na resposta que deu ao meu comentário sobre ele. Tentando resumir, o ES acusa o capitalismo da destruição do meio ambiente, mas nunca responde a que sistema político podemos recorrer para "salvar o planeta" e à minha pergunta sobre quem seria, acaba por se socorrer da palavras do JR para designar tal "entidade" político-ideológica: o Estado. Só que este é, pelo próprio JR, o que arranja de melhor para solucionar o drama (final?) que todos estamos a viver. Até lhe chama...utopia. E sobre utopias de Estado... estamos conversados com a implosão da maior do século XX. Pareço liberal? Pois não sou, simplesmente sei muito bem que todo o Estado centralizador "à outrance" tende a tornar-se totalitário e... não há sociedade humana que resista à degradação que provoca. Do outro lado está o tal liberalismo rapace que ajuda à delapidação do ambiente, ao libertar os "demónios" dos egoísmos individuais, dando-lhes "carta de alforria" para todas as barbaridades. Um destroi a alma, outro o mundo físico em que todos habitamos. E aqui poderão dizer-me: mas afinal que "solução" dás tu? E vou surprender-vos, talvez: não sei!
    Mas, começando a "filosofar", digo-o com um pessimismo assumido que resulta de como vejo o mundo. É que este drama do "fim deste mundo" é mesmo o problema magno deste nosso tempo e não se joga em sistemas político-ideológicos retroactivos e projectados, ora atacando ora defendendo os mesmos. E introduzo aqui a achega do Amândio Martins (AM) que se atem ao quanto " o ser humano, não se portando bem, desafiou a natureza que agora o castiga". Mais uma visão. Comunismo não, liberalismo capitalista sem limites, também não, "castigo divino" mediado pela natureza ( digo eu), o que fica? Pois, com o tal "pessimismo optimista: fica o Mundo e tudo o que está nele, embora diferente. Como diferente foi sendo sempre desde que, há 13,5 mil milhões de anos o Big Bang iniciou o tempo, a energia e a matéria... a física. E continuou com, 300.000 anos depois com a química. E há 3,8 mil milhões o aparecimento da biologia. E só há 70.000 mil anos o "homo sapiens". E este agora "vai à ópera". E depois? Uma nova espécie dentro do homo? Talvez,... talvez mesmo. Poderá ser "injusto" para nós viventes, mas neste "contínuo" será muito redutor ter uma visão demasiado antropocêntrica e, muito menos, politicamente normativa para o futuro, por muito que todos nós o queiramos com a nossa pequenez temporal com lampejos, quer se cinjam a Marx, a um capitalista de nome feito. ou simplesmente à vasta "natura".
    Vai longo o arrazoado e por aqui me fico. Grato.


    Fernando Cardoso Rodrigues
    Santa ignorância

    Gosto de José Cid enquanto músico. Fico contente por ir receber o Grammy da Música Latina, que muito nos honra. Reagindo à notícia, disse que somos um País pequenino. Não é caso único nem raro. Mais grave é  quando esse palavreado é pronunciado por gente com responsabilidades políticas. Chegam a dizer pequeníssimo, ou minúsculo.

    Não sei qual é o critério em que se baseiam para afirmar tais barbaridades.
    Se é a área geográfica, vejamos: no continente europeu, em que estamos inseridos, existem 49 Estados ou Países independentes. Desses, 29 são de tamanho idêntico ou menores que Portugal. Se colocarmos a bitola ao meio, estamos esclarecidos.
    Se é a importância económica, não sei. Mas acredito que não somos pequeninos.
    Se é a população (número de habitantes), claramente não somos pequeninos.

    Se o autor de "Quando o Rei fez anos" quis referir-se aos países latino-americanos, a que pertencemos, é igual.

    José Valdigem

    Abaixo de zero!...


    Vi na TV um sujeito de cara tapada e voz distorcida, presunto líder de uma espécie de batalhão de ”soldados da fortuna” a que chamam “movimento zero”, fazendo intoleráveis ameaças à segurança das populações, alegadamente porque os responsáveis governamentais não lhes pagam o devido pelo serviço a que foram chamados em países africanos em guerra civil.

    Como se pertencessem a uma qualquer república bananeira, estes fulanos propõem-se fazer justiça à sua maneira de “escacha pessegueiro”, em vez de apresentarem as razões que eventualmente lhes assistam nas instâncias competentes; espera-se das autoridades que, analisando o que naquelas reivindicações haja de razoável, sejam rápidas a cumprir o que lhes compete e, não havendo díferença que justifique tal comportamento, desarticulem sem contemplações os aventureiros, porque os portugueses não podem estar sujeitos a polícias irresponsáveis e trauliteiros.

    Diz no JN o líder sindical Paulo Rodrigues que os polícias estão a ser empurrados para acções à margem da lei, chamando àquelas ameaças “chapada de luva branca” aos governos; só que os polícias nunca podem entrar em aventuras marginais, e estas declarações também me parecem, elas próprias, pouco pensadas, talvez por se sentir impotente e ultrapassado...


    Amândio G. Martins

    quinta-feira, 22 de agosto de 2019

    CORROIOS É OUTRA MÚSICA!




    É já amanhã, sexta-feira 23, que se abrem as portas do extenso e aprazível Parque Urbano da Quinta da Marialva para a 44ª edição das Festas de Corroios. Referência maior da nossa terra, do distrito de Setúbal e até do Sul da país. E, note-se, organizada por uma junta de freguesia (CDU).
    Pelos seus três palcos irão passar artistas que agradarão às mais diversas e exigentes preferências musicais.
    Pelo palco Carlos Paredes, nomes sonantes, como António Zambujo, Ana Bacalhau, Ana Moura, Pedro Abrunhosa ou Bonga, irão emocionar muitos milhares que decerto não lhes regatearão os mais efusivos e entusiásticos aplausos. Mas também os Bizarra Locomotiva, o XXXV Festival de Folclore de Corroios, Estrada de Santiago, Berg e ÀVariações, irão agradar a muitos outros. De referir ainda, que o vocalista deste grupo, Àvariações, que presta tributo a António Variações, é o nosso conhecido e vizinho (almadense) Kássio, que já nos brindou com excelentes atuações. Por exemplo, ainda recentemente no Pavilhão Multiusos a abrilhantar o Festival Infanto- Juvenil Moinho d`Ouro do CCRAM. E ainda a já consagrada fadista Seixalense Nélia Romão que irá fazer a 1ª parte de Ana Moura. A apresentação, mais uma vez, estará a cargo da nossa conterrânea, a jovial e competente Carla Rodrigues.
    Mas se é justo destacarmos estes grandes nomes do panorama artístico nacional, injusto, seria não fazermos também referência a muita outra “prata da casa” para além do Kássio e da Nélia. Assim, pelo palco Liberdade, irão passar grupos de concertinas e de cavaquinhos, e grupos corais de diversas coletividades e associações de reformados pensionistas e idosos da nossa freguesia. E ainda o Grupo de Teatro e a Classe Talentos sem Fronteiras do CCRAM e as Danças de Salão e Danças Orientais do Clube Recreativo de Miratejo. E pelo palco Arraial, todas as noites , quem estiver interessado num pezinho de dança, ou ouvir musica adequada à mesma, pode fazê-lo. Portanto, como se constata, a dificuldade está na escolha. E tudo isto quase à borla. Quase, porque apenas nos dias 29 e 31, António Zambujo e Ana Moura, respetivamente, haverá o “Dia do Título de Solidariedade”. Ou seja, uma contribuição pouco mais que simbólica (5 euros) que reverte para melhoramentos do parque urbano.
    Mas, como se sabe, este grande evento não se esgota apenas no plano artístico! Muito longe disso! Desde comes e bebes, aos mais variados utensílios desde mobiliário, roupas, loiças e porcelanas até automóveis e muitas diversões, tudo ali pode ser usufruído e adquirido. Ou seja, as Festas de Corroios, são uma grande oportunidade e um poderoso incentivo ao tecido empresarial da região.
    Dizer finalmente que os grandes responsáveis pelo assinalável certame, são, em primeiro lugar, a Junta de Freguesia de Corroios, o seu Executivo e respetiva Comissão de Festas e a Câmara Municipal do Seixal com o seu indispensável contributo. E depois, os trabalhadores da JFC, colaboradores, patrocinadores, empresários, comerciantes e feirantes.
    Evidentemente que um evento desta envergadura, custa muito. Mas as receitas e a sua boa gestão, pagam-no e quem beneficia são as entidades já referidas e o povo de Corroios e arredores. É para isso que o Poder Local Democrático deve existir. Em Corroios, no Seixal e não só..., é assim. Portanto, digam lá se não tem toda a justificação, o slogan “ CORROIOS É OUTRA MÚSICA!”
    Francisco Ramalho
    Corroios, 22 de Agosto de 2019



    O salto do pardal

    ( aqui artigo completo, que no PÚBLICO não respeitou)

    O salto do Pardal

    26 AGO 2019 / 02:00 H.


      Marinho e Pinto acaba de cair no aventureirismo que nem um pardal. Ao nomear cabeça de lista à capital do país, um ainda sob estudo advogado, chefe sindicalista, perturbador da normalidade nacional, condutor de veículo perigoso como um Maserati, não fez mais do que desenhar o seu voo em direcção ao abismo político. Marinho, que também é pinto da mesma pinta ao aliar-se ao pardal, vai desaparecer do espaço de intervenção por cá e pela Europa por onde se tem apresentado com alguma discrição e bem pago. Não resistiu porém a tomar medida populista, desafiadora, que crê ser rentável. Agora ressurgiu no ar a planar, trazendo na sua asa, um figurão que tem conduzido por vias estranhas, matérias que põem o país a arder. Ambos vão sair com as asas queimadas, e abatidos com um só tiro - o das Eleições Legislativas. E lá terão que ir fazer ninho por outras lutas, em outros céus;*
      -(SÁBdo- 28.08)
      -(SÁBADO-12.09-rptç.)
      -(DNmdrª)
      -(PÚBLº)
      -(JN.30/08)

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