terça-feira, 17 de setembro de 2019

Bom comportamento



Neste início de mais um ano lectivo também os adultos devem ponderar a melhoria das regras de vida para um melhor comportamento no seu dia a dia. Por exemplo no que se refere à alimentação. Está mais que provado que se deve comer os produtos da época e da região onde nascemos e vivemos. Hoje em dia a maior parte das superfícies de venda de bens alimentares, expõem de maneiras chamativas produtos trazidos dos confins do planeta, plantados em terras com composição muito diferentes das nossas e criados com técnicas e aditivos que visam não a qualidade mas um mais rápido crescimento e assim um maior lucro. Se cada vez que formos às compras dermos atenção à origem desses produtos e optarmos pelos da nossa terra iremos, mesmo que devagarinho, ajudar a nossa agricultura e o nosso comércio.
            Depois temos a água: de uma maneira geral em Portugal a água das nossas torneiras públicas é boa e está devidamente controlada. Vamos optar por deixar de lado as garrafinhas e optarmos por um “cantil” com água das nossas torneiras e só recorrermos às garrafinhas quando estivermos em sítios sem água canalizada e  que desconhecemos a origem. Também iremos contribuir por baixar o nível de plásticos que todos os dias enchem os nossos contentores quando não são deixados, por exemplo, nas saídas das praias.
            Podemos ajudar a melhorar as nossas indústrias e o nosso comércio na selecção das nossas comprar de vestuário. Porque optamos por etiquetas de roupas confeccionadas no outro lado do Mundo muitas vezes fruto de exploração de mão de obra infantil?
            Todos sabemos que é difícil esta prática de escolha dado o atafulhamento deste tipo de vestuário nas nossas lojas, mas gastando um pouco mais de tempo, olhando bem as etiquetas e comprando apenas o que precisamos mesmo que os preços tenham descido mais de cinquenta por cento podemos ajudar a eliminar o supérfluo. E os nossos têxteis do lar? Os nossos fabricantes precisam que sejam os nossos preferidos não só para sermos o suporte destas fábricas como porque, na verdade, são de muito boa qualidade.
            Perante o estado dos nossos mares, dos acidentes com os “moradores” dos nossos oceanos, vamos mesmo cortar com o plástico. Podemos não  ir a correr – embora o estado do nosso planeta esteja muito degradado – mas todos os dias devemos alterar o nosso comportamento num pequeno gesto para depois, tudo somado, ser possível entregarmos aos nossos filhos e netos um Mundo com futuro. É tempo de irmos buscar os sacos de pano que muitos ainda temos no fundo da gaveta para comprar o pão, levarmos a alcofa ao mercado e à mercearia e utilizarmos aqueles sacos dobráveis em pequenas embalagens que muitos já trazem no fundo das carteiras para prescindirmos do saco de plástico.
            Vamos a isto: mudar os nossos hábitos do plástico em nome de um Mundo mais saudável.

Maria Clotilde Moreira

Jornal Costa do Sol - 11.09.2019

2 comentários:

  1. O seu texto foca variados aspectos que a Clotilde torna num só. Se quanto às atitudes individuais no hiperconsumo e, mais que isso, no beber água da torneira e no uso excessivo do plástico, estou totalmente de acordo, mas quanto à escolha do "made in Portugal" não concordarei assim tanto. Se não for poluente, porque será curial escolher o que é "nosso"? Já pensou no que sucederia, em idêntica atitude mas "lá fora", aos sapatos e texteis portugueses ( e às pessoas que disso vivem) noutros países, por exemplo?...

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    1. Não tinha pensado na atitude de outros face aos nossos produtos. Mas mesmo assim temos de ajudar as nossas produções, pelo que devemos dar prioridade ao que é cá produzido.

      Maria Clotilde Moreira

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