Quase
todos os dias surgem notícias, com ou sem inquéritos do Ministério Público,
sobre casos que são rotulados de corrupção. Muitos processos, poucos
julgamentos e ainda menos condenações.
A
corrupção aparece associada aos poderosos e a impunidade que se verifica
descredibiliza a justiça e o próprio regime democrático.
O
poder político dos últimos mais de 40 anos (PS/PSD/CDS), área onde se encontram
também a grande maioria dos indiciados e alguns condenados por corrupção, não a
combateu consistentemente, não dotando a investigação criminal de suficientes
meios humanos e materiais e não respeitando por vezes a autonomia do Ministério
Público. No campo legislativo não se avançou na criminalização do
enriquecimento ilícito e no fim do sigilo bancário.
A corrupção está ligada à essência do
capitalismo, de enriquecer muito e depressa, neste caso, não respeitando as
regras do próprio sistema muitas vezes.
Há eleitores que tentam justificar com a
corrupção a sua abstenção, o voto em branco ou nulo, recusando assim penalizar
com a sua opção de voto, aqueles que acusam de corrupção ou de responsáveis por
tal, acabando na prática por os beneficiar, ao contribuir para que tudo fique
na mesma ou parecido.
A eleição de deputados para a Assembleia da
República de 6 de Outubro, que determinará igualmente as características do
próximo governo, são uma oportunidade dos eleitores exprimirem com o seu voto a
necessidade dum combate efectivo à corrupção, da penalização dos corruptos, da defesa
do interesse, património e bens públicos, elegendo quem nas palavras e nos
actos tem provas dadas de cumprir os compromissos assumidos.
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