Palácio de Westminster...
A Time, por Billy Perrigo, dedicou quatro páginas a
descrever o seu ruinoso estado de conservação . Ocupa uma área enorme na margem
norte do Tamisa e é sede do governo britânico desde o início do século XI; tem
mais de 1100 divisões, incluindo as duas câmaras, salas dos deputados, bibliotecas,
bares e os arquivos documentais do último milénio da história do Reino Unido.
Sobreviveu a grandes crises políticas, ataques terroristas e
dois grandes incêndios, mas é hoje bem visível a sua degradação, para além do que escondem as entranhas
daquele “mastodonte”, com cablagens e tubagens podres e outros materias cujo
uso é hoje interdito em todo o lado, como os asbestos, que foram aplicados como
barreira contra o fogo.
É a casa da democracia britânica, onde trabalham diariamente
oito mil pessoas, e o recente incêndio da catedral ícone de França fez soar os
alarmes, mas as preocupações com o estado geral do edifício não se limitam ao
perigo de fogo, mas também a sua estrutura; parte das paredes externas estão
rodeadas de andaimes e tapumes, para que os pedaços que se desprendem não
atinjam as pessoas que circulam por perto, como quase aconteceu em 2018, quando
uma chuva de pedras se desprendeu de “Victoria Tower”, a parte mais alta, junto à entrada da Casa dos Lordes.
Quando vejo aquele “cortelho” onde se realizam os debates parlamentares – é frequente chover-lhes em cima – ocorre-me a inveja que devem
sentir dos nossos, se alguma vez já repararam no luxo em que, muitos deles,
fazem que trabalham; ou talvez seja uma forma de mostrar ao mundo que, ao menos
ali, somos abastados...
Amândio G. Martins
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