Prisioneiros de ilusões...
No café onde paro cerca de uma hora, depois da caminhada
matinal, a zona do balcão onde se vende jogo está sempre cheia de clientela; a
oferta é completa, mas dá para perceber que é a “raspadinha”o que mais
procuram, o que é confirmado na Notícias Magazine, onde se revela que este tipo
de jogo já rende 51% do total das receitas da “Santa Casa”, que foi nome que
lhe puseram.
Fica claro que a possibilidade de saberem logo o resultado,
sem ter que esperar um sorteio, é o principal factor de atracção; conta uma
senhora, mais de sessenta anos e em período de cura do vício, que era uma
vontade incontrolável de raspar sem parar, chegando a jogar 300 euros num dia,
deixando de pagar as contas para gastar milhares de euros no jogo.
Um homem, mais de setenta anos, afirma que já terá perdido
centenas de milhares de euros; quando acorda, a primeira coisa que lhe vem ao
pensamento é ir para a rua raspar - e o jogo
está por todos os cantos e esquinas - numa euforia de que vai mesmo saír prémio, e
se não saír nesta sairá naquela ou na outra...
Das Várias pessoas ouvidas pela revista do JN, todas contam
que jogar naquilo é um vício de tal forma incontrolável que, perante ele, tudo
perde prioridade; lembro-me que, quando isto começou, havia na talevisão um
programa promocional, onde vi um alarve que tinha ganho um prémio gordo dizer
isto: “Quando for daqui, vou comprar 500 contos de “raspadinhas”! E a verdade é
que a moeda até já era o euro...
Amândio G. Martins
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