sábado, 21 de setembro de 2019


Dos “alimaizinhos”...

Ti Ana “música”, que morou aqui ao fundo da rua, não entendia a sanha com que o meu cão se atirava ao portão, quando ela passava; um dia que me viu por ali fez-me “queixa” disso, dizendo que o animal devia ter uma “pancada”, porque já a conhecia havia muito tempo, passava aqui todos os dias e era sempre a mesma barulheira.

Disse-lhe que aquele cão era assim, que fazia isso com toda a gente, não só com ela, mas respondia-me que tinha um igual que não fazia nada daquilo, embora então andasse adoentado, ao que lhe respondi que os animais têm direito a ser bem tratados, que o levasse ao veterinário; concordou que os “alimaizinhos”, tirando a alma, são como nós, mas que não era preciso levá-lo ao veterinário, que ele se curaria por si, tendo eu respondido que, como ela tinha dito, os animais têm "alma", mas há muitos donos que não.

A Ti Ana ficou meio confundida, despediu-se com um seco “até logo” e afastou-se rapidamente; esta senhora, o cão dela e o meu, que já morreram há muito tempo, vieram-me agora à memória quando li no JN que, em Lamego, um cão que entrou muito ferido pela Urgência do Hospital local, sangrando muito, foi logo humanamente atendido, sem burocracias, e fiquei a pensar na confusão que se geraria se todos os animais maltratados - ou simplesmente não tratados - deste país “decidissem” dirigir-se aos hospitais à procura de ajuda...


Amândio G. Martins

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