segunda-feira, 2 de setembro de 2019

A testosterona ou o micróbio?

Também poderia substituir o título por " a verdade não o é pela metade". Parecerá a alguns que o que vou dizer é despiciendo, mas confesso que o rigor ( ou, pelo menos, o esforço honesto de o usar) é para mim fulcral no pensamento e na linguagem que o expressa. Como todos sabemos abriu-se uma larga discussão sobre o uso de hormonas com fins não terapêuticos, espoletada pelo mal que uma injecção de testosterona fez ao actor Ângelo Rodrigues. Só que, como já me tinha parecido, o que o moço teve foi uma septicemia ( ouvi-o a um médico que o tratou), que é uma infecção generalizada com focalizações orgânicas várias, devida a um micróbio que entrou pela " pica" que veiculou a hormona. É bem verdade que o uso da última pode ter sido factor adjuvante ( e foi-o, quase pela certa), pela "fragilização" corporal que facilitou a "cascata" metabólica de disfunções orgânicas, desencadeada pelo "bichinho" oportunista, mas este é que foi o causador da doença. Nada disto retira valor a que o episódio leve a um melhor uso das hormonas, é óbvio, mas... a infecção foi quase retirada de cena e isso não é rigoroso nem traz benefício á comunicação de saber para poder discutir com benefício para a sociedade em geral. Até porque cria hábitos de raciocínio que depois são transportados e repetidos nas mais variadas situações com assertividade e sempre antecedidos dum " eu acho que" ou um " já agora", que tantas vezes é só um papaguear ou/e uma arma de arremesso que afaga o ego mas é um desastre societal, como aliás se vai vendo cada vez mais.

Fernando Cardoso Rodrigues

1 comentário:

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