quarta-feira, 25 de setembro de 2019


Será mesmo desta vez?...


O Supremo Tribunal espanhol aprovou, por unanimidade, a exumação da carcaça do ditador Francisco Franco do Vale dos Caídos e a subsequente inumação no cemitério de Mingorrubio, próximo do Palácio del Pardo, onde a família Franco tem uma cripta em que jaz Carmen Polo Franco, mulher do ditador.

A razão da interrogação do título é que a familia, que estava segura da vitória no Supremo, diz que vai esgotar todos os recursos possíveis, desde já para o Constitucional e para o Tribunal Europeu; e a Câmara de Madrid, da qual dependeria uma licença para que possa ser levantada a pedra tumular, está escudada numa “providência cautelar” que um juíz de uma família muito condecorada pela ditadura aceitou, que impede a autarquia de dar essa licença, não se percebendo bem como isto pode passar por cima da sentença do Supremo.

Por outro lado, Santiago Cantera, prior do Vale dos Caídos, sempre tem dito que é ele a única autoridade ali e nunca deixará “profanar” aquela sepultura; já foi desautorizado pela hierarquia da Igreja católica, que várias vezes tem dito, a começar por Roma, que não vai contraditar as decisões das legítimas autoridades espanholas.

Os partidos da Direita, que no Congresso não se opuseram, deixando passar a lei para que o ditador fosse retirado do Vale dos Caídos, agora também mostram grande azia, acusando a Esquerda de se preocupar mais em desenterrar ossos do que em tratar dos problemas dos vivos; de qualquer forma, com a luz verde do Supremo, o Governo quer pôr já um fim ao caso, ainda antes das eleições, que estão marcadas para o próximo dez de novembro...


Amândio G. Martins

2 comentários:

  1. Espero mesmo que seja decisão final, a do Supremo.

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  2. Pela reacção desabrida que vi a um dos netos do ditador, acusando o Supremo de ter lavrado uma sentença ditada pelo Governo, quer-me parecer que já deram o caso por perdido, embora queiram atrasar o mais possível, na esperança de que a Direita ganhe as eleições e o possa reverter...

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