Fazer “mão-baixa” de bens alheios...
No texto anterior falava de um padre que traíu a confiança dos cidadãos, apoderando-se de bens das comunidades onde prestava assistência religiosa, e este é um caso que, para mim, se reveste da maior gravidade, porque um padre é alguém que, na igreja católica, está investido de funções para as quais se exige gente impoluta e confiável, como as confissões dos crentes, por exemplo, embora saibamos que são homens, sujeitos às mesmas tentações de todos.
O excelente jornalista catalão Jordi Évole conseguiu do Papa Francisco uma entrevista deliciosa, que passou na TV “La Sexta”, do grupo Atresmedia; no seu estilo pouco habitual num jornalista, Évole conseguiu levar o Papa a falar de tudo e, às tantas, perguntou-lhe se um Papa também pode fraquejar na sua fé, ao que Francisco respondeu sem pestanejar: Claro, o Papa é um homem, sujeito às mesmas fraquezas das outras criaturas humanas!
Hoje escrevo sobre um caso que, em Espanha, há muito aguardava nos tribunais uma solução: Trata-se do Paço de Meirás, na Corunha, Galiza, importante propriedade do Estado espanhol que o ditador Franco utilizava para passar férias com a família, e depois teve o desplante de registar em seu nome, como fez com tantas outras ao longo do seu “reinado”, como escreveu o jornalista galego António Maestre, no seu livro “Franquismo, S. A.”, onde afirma, com dados, que toda a fortuna dos Franco foi espoliada ao povo espanhol.
Presos e fuzilados, como “rojos”, todos aqueles de quem não gostava, se possuíam bens que agradassem ao ditador, este pura e simplesmente inutilizava os títulos de registo de propriedade e registava-os em seu nome e da mulher; como “El Pazo de Meirás”, que o tribunal agora decidiu que voltasse para o Estado, para regozijo da autarquia de Sada, localidade onde a grande propriedade pertence e que se bateu contra a posse dos Franco, outras “abarbatadas” da mesma forma aguardam decisão da Justiça, morosa, lá como cá...
Amândio G. Martins
Neste caso específico, como noutros similares, mais vale tarde do que nunca...
ResponderEliminarÉ isso; que a Justiça tarde, mas não falte...
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