sábado, 12 de setembro de 2020

Dá Deus as nozes...

 

Dinheiro desaproveitado...

 

 

Por muita coisa nada bonita, mas sobretudo por inércia burocrática, o nosso país tem-se visto obrigado a devolver largas somas à União Europeia, porque os prazos se esgotam sem que sejam postas em marcha as obras para que foi concedido; de facto, e segundo se pode ler no JN, dos quase três mil milhões de euros previstos no lançamento de concursos públicos para o primeiro semestre deste ano, apenas um terço daquele montante foi celebrado.

 

Não é raro ouvir-se que o excesso de burocracia é um dos factores que favorecem a corrupção, mas às vezes dou comigo a pensar – e quando penso, posso ser “perigoso...” - se não será também um truque para que as coisas façam que andam mas não andam, só para que prescrevam os prazos e os mirrados cofres públicos não tenham que  desenbolsar a sua parte a que são chamados para complementar e verba da comunidade.

 

Uma obra pública em Gondomar, por exemplo – diz o autarca – não demora menos de três anos a começar, tal a teia burocrática que é obrigatório percorrer: a coisa começa por ser pensada, calculados os custos, delineada e lançada no Diário da República; segue-se abertura do procedimento e prazos para apresentação de propostas; pedidos de esclarecimento dos interessados, que pode levar ao dilatar dos prazos; abertura e escolha das propostas mais interessantes; apresentação das garantias exigidas; entrega de compromisso contabilístico para que o contrato possa ser publicado; envio para o tri bunal de contas. Só após ter percorrido todo este “calvário” é que a obra poder ser consignada e é lançada a primeira pedra; mas aqui, diz-se no jornal, acontece muitas vezes o empreiteiro a quem foi entregue a responsabilidade de construír já ter falido, por não aguentar tanta espera...

 

 

Amândio G. Martins

3 comentários:

  1. Os mirrados cofres públicos são-no porque é "importante" fazer "vista grossa" aos milhões a rodos que fazem do futebol um anestésico que mantém o povo obediente e agradecido.
    É também "importante" enfiar biliões nos bancos sem qualquer controle, para emprestar aos amigos.
    Isto vai mal.

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  2. Eu diria mesmo mais: isto vai muito mal...

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