sábado, 19 de setembro de 2020

EUROPA

 Neste blogue, como na vida em geral, todos sabem as linhas mestras do meu pensamento, ou por que as afirmei ou porque mas intuem. Este prólogo é-me necessário porque isso me dá o à vontade para criticar atitudes "pontuais" dos "meus", bem como para defender as posições estruturais dos mesmos, atento que tento estar quer aos ataques abertos ou dengosos ou omissos, que vêm de fora, para já não falar duns outros, mais "invertebrados" que se refugiam no "quem sou eu" ou/e num "umbiguismo" curto, omnipresente e pretensamente "crítico" que os proteje da vacuidade unipessoal.

Hoje venho fazer aquilo que mais gosto: elogiar a EUROPA, através do elogio às palavras programáticas da sua (belíssima) presidente da Comissão da UE, Ursula von der Leyen, no discurso que proferiu - perante o Parlamento Europeu, note-se - sobre o "Estado da União". Desde o criar uma coordenação europeia no campo da saúde ( mormente na covid 19 ), passando pela já conhecido fundo de recuperação financeiro; o pacto sobre as migrações; o liderar ambiciosamente a luta contra as alterações climáticas; a luta contra as autocracias ou similares que "cercam" a UE: a firmeza nas negociações (?) com o "trapaceiro" Reino Unido no Brexit e terminando na defesa estrénue do Estado de Direito que, de dentro, alguns países "europeus"  querem destruir num neologismo chamado de "iliberalismo", tudo me agrada. Relevando, por uma questão pessoal, o primeiro e o último, pelo menos de momento.

Termino com com mais um "confesso" para juntar aos que abordei no início: quem me dera que estejamos a caminhar para uma federação, os Estados Unidos da Europa.

Fernando Cardoso Rodrigues

1 comentário:

  1. Um tudo-nada enigmático, designadamente no prólogo, este seu texto não merece passar por aqui “incólume”. Pelas melhores razões, refira-se.
    A integração política, mais do que a económica, é uma coisa muito séria. Depois de conseguida, raramente se pode andar, pacificamente, para trás, o que, só por si, assusta muito boa gente que não gosta de se sentir em becos sem saída. Para além disso, implica ter na sua base um cimento cultural e uma identidade que, francamente, não sinto nos variegados povos da Europa.
    Por isso, não sou federalista e, no tocante à UE, acho mesmo que a palavra “União” é abusiva. Onde está a moeda única (para todos os países...), onde estão a fiscalidade e a política externa comuns, onde estão a defesa e as forças armadas europeias?
    Defendo, contudo, os objectivos que aparecem nos tratados e nas declarações de intenções com que os políticos “europeus” não se cansam de nos brindar, a propósito de tudo e de nada. Só que, na realidade - e não será a covid que vai alterar isso, estou crente - a experiência do passado tem muitos altos, mas também alguns baixos nada desprezíveis. Quando a realidade “doeu”, viu-se que solidariedade foi palavra vã, e, pior, os fortes aproveitaram-se em benefício próprio da fraqueza dos outros. Dizendo melhor: uma coisa é o que se diz, outra é o que se faz.
    Ainda não estou totalmente seguro da “firmeza” europeia nas negociações com o Reino Unido e, sobretudo, com a Hungria. A UE depende muito mais do RU do que se pensava aquando do início do Brexit, e o Órban continua a chantagem com a arma da ratificação. É de arrepiar pensar-se que o fundo de recuperação (que, apesar de tudo o que se tem dito, não está ainda “seguro”) depende da aprovação de gente como os dirigentes húngaros ou polacos (e ainda mais alguns que se lhes podem juntar).
    Não se veja nestas minhas palavras a ideia de que entendo que Portugal não beneficiou da sua pertença à “União” ou que viríamos a ganhar com a saída. Não disse nem penso tal coisa, mas a verdade é o que é, não o que gostaríamos que fosse.

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