terça-feira, 1 de setembro de 2015

ENFRENTANDO...

                                  ENFRENTANDO AS ADVERSIDADES

Laura foi sempre uma jóvem saudável e cheia de alegria de viver. Formou-se em psicologia e tinha um futuro brilhante pela frente, mas a vida tinha para ela uma prova bem difícil.
Aos 25 anos começou a perder a visão e pouco a pouco foi ficando cega. Passou tempos terríveis, tentou  suicidar-se, mas com ajudas de todo o lado foi-se adaptando à nova situação e agora, aos 30 anos, é uma mulher capacitada para viver com as limitações de um invisual.
Retomou a actividade como psicóloga, gosta de se divertir e fazer o que qualquer pessoa faz, o que às vezes a expõe a situações caricatas.
Mulher bonita, gostando de se vestir como qualquer outra jóvem da sua idade, um dia apeteceu-lhe saír de saia curta e lá foi para a rua, com a bengala identificadora da sua situação. Mas, para além de ter de ultrapassar todo o tipo de obstáculos que se atravessam no caminho de um cego, ainda teve de suportar umas quantas múmias, daquelas cuja missão parece ser encher o mundo de azedume, dizerem-lhe que um cega tinha obrigação de andar decentemente vestida…
A partir deste episódio decidiu não saír mais à rua de bengala, mas novas cenas tristes a esperavam. Estando um dia sentada num café, esperando a irmã que combinara ir ali buscá-la, sente de repente um lapuz qualquer sentar-se a seu lado e convidá-la para ir dar uma volta. Perguntou ao sujeito o que é que o fizera supor que estaria interessada em acompanhá-lo, ao que ele respondeu que ela não tirava os olhos dele havia mais de vinte minutos…
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Na perspectiva filosófica, fazer bem não significa atingir a perfeição nem fazer melhor do que qualquer outra pessoa. Perder ou ganhar a corrida não tem qualquer significado moral. O vencedor pode ser o corredor mais rápido, mas isso nada nos diz sobre o tipo de pessoa que é.
O valor está em cada um dar o seu melhor, mesmo que o nosso melhor não nos permita cortar a meta em primeiro lugar. Mas se lutámos para fazer o melhor que podíamos, ninguém nos poderá tirar a satisfação pessoal, recompensa que só depende de nós mesmos.
A competição faz emergir o que o indivíduo tem de melhor e de pior. Não se deve confundir ligeireza de pernas com excelência de carácter. Não existe uma receita universal para se ser bem sucedido. Todas as pessoas têm talentos particulares, a questão é prestar-lhes atenção.
NOTA – Apontamentos diversos transcritos por   Amândio G. Martins                                                                                                  



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