PÚBLICO 05.05.2014
Como
é evidente a democracia tem de ter partidos, e os eleitores têm de livremente
neles votar.
Contudo,
os partidos devem “ter de estar” ao serviço dos eleitores, logo, os eleitos
também e não o inverso, como por demasiado está a acontecer.
Não
sendo um “fenómeno” exclusivamente nosso, mas por “cá” anda demasiado
instituído e a sentir-se em força, o que está a fazer afastar os eleitores das
eleições, logo dos partidos, logo, e muito grave, da democracia.
Os
partidos, e não se vislumbram excepções, giram sobre si mesmos e
“interessam-se” mais pelas “vantagens” dos seus eleitos do que dos seus
eleitores.
E
criaram-se em função desta situação, em todos os partidos, grupos de pessoas
que valorizam o seu espaço de um melhor estar, não pela população e pelo país,
mas por si mesmos — o que faz descolar eleitores de eleitos, população de
partidos, e [resulta em] afastamento de decisões democráticas.
Como
é evidente, não é necessário dar quaisquer exemplos desta situação, uma vez que
é por todos vivida e sentida. Há uma total diferença de interesses entre os que
estão “dentro” dos partidos e aqueles que estão “fora”, e somos muitos mais!
Torna-se
essencial mudar este estado de coisas, torna-se indispensável exigir aos
partidos que temos que rapidamente se reestruturem completamente, abrindo-se à
população, ou, se impossível, sendo substituídos por novos que nunca façam os
que hoje existem fizeram.
Terá
de haver, cada vez mais, um muito mais amplo contributo da sociedade civil, dos
cidadãos, todos sem excepções, em todo o lado, nunca pela violência, mas pela
ideia franca, e de preferência com o máximo de civismo e educação, a dar
sugestões, a dar ideias, a fazer o futuro do país sem quererem disso tirar
qualquer proveito próprio, e, claro, sem altruísmo exagerados, que não são
necessários, nem existem, antes pelo contrário.
Está
chegado o tempo de se dizerem todas as verdades, de se explicar tudo a todos,
de nada escamotear, de nunca prometer o que se sabe irrealizável.
Isto
não parece ser possível, hoje, visto o modo como estão a funcionar todos os
nossos partidos; assim, a primeira e mais importante mudança a ser feita é
alterar o comportamento democrático destes nossos partidos, enquanto é tempo e
em democracia!
A. Küttner de
Magalhães, Porto
Parabéns pela frontalidade. Não chega só a existência de partidos políticos para haver democracia. A essência da política é a forma como estes funcionam e se orientam. Os partidos estão mais interessados nos benefícios próprios e dos seus apaniguados, que no bem estar do país. Todos vêem que o rei vai nu, mas não é politicamente correcto dizê-lo.
ResponderEliminarMuito obrigado Joaquim.
ResponderEliminarAbraço
augusto
Eles, partidos, bem como a sociedade civil que os suporta, nunca dirão toda a verdade: Está-lhes no sangue enganar a populaça.
ResponderEliminarPenso que não é , neste momento, "a sociedade civil que os suporta", são unicamente os mesmos que auto-circulam em torno de si mesmos.....a sociedade civil....que se lixe......
Eliminarpenso................mas......
abraço
augusto
Partidos são precisos mas esta febre de se dividirem e aparecerem partidinhos - meia dúzia de amigos numa mesa de café... Lembrem-se "tu sozinho não és nada, Junto temos o mundo na mão"
ResponderEliminarSe os que vem aparecendo, não fossem uma repetição igual aos já existentes, até.......valeria......
Eliminarpenso..............
Amigo Augusto, a nossa amiga Clotilde tem razão. Afinal será que alguém acredita numa democracia sem partidos? O importante é que de facto não sejam todos iguais. E aqui é que está a mistificação levada a cabo por alguns e seguida injenuamente por muitos, que é a de dizerem que todos os partidos são iguais e na minha modesta opinião, não são todos iguais. Até porque em última análise, acaba por legitimar as patifarias que os partidos "do arco da governação" (PSD,PS e CDS) (não tenhamos medo de o dizer) ao longo dos ultimos 38 anos têm feito ao "Zé-Povinho" e lembro algumas : Lei dos contratos a prazo, recibos verdes, encerramento de centros de saúde, roubos de subsídio de férias e natal, taxas moderadoras na saúde, TSU, CES, Tentativa de acabar com a contratação colectiva de trabalho, limitações á lei sindical com vista a proteger o patronato e criar ainda mais condições de exploração dos trabalhadores,etc, etc.. Por tudo isto critque-se quando se tem de criticar qualquer partido, mas não misturem o "trigo com o joio" porque, isso é o mesmo( e vou dar o exemplo futebolístico). é o mesmo dizia eu, do que a Selecção Naçional sofrer uma série de derrotas sem aparente justificação e os portugueses em vêz de acusarem o selecçionador, o treinador e a equipa selecçionada, acusarem antes todos os jogadores incluíndo(injustamente) aqueles que não fizeram parte dessa selecção. Será que teria essa atitude alguma lógica? Então qual é a lógica quando se queixam dos governantes, acusar também aquele ou aqueles partidos que nunca governaram e até estiveram na maioria dos casos contra as medidas governamentais? é que essa tese do "são todos iguais" até é popularucha, mas cria a ideia de que não há alternativa aos partidos que nos têm massacrado, que como é sabido são o PSD, O PS e o CDS.
Eliminar