Enquanto, quem ainda tem algum poder de decisão e de
oposição – muito pouco – neste nosso País, não fizer o trabalho de casa, vamos
sempre de mal a pior.
Já deu para facilmente entender que a nossa produtividade
é inferior e bastante, à da Alemanha. Mas, também já deu para entender que em
qualquer escalão da hierarquia, por exemplo de uma empresa alemã, um
trabalhador português é tão bom ou melhor que os locais. Veja-se o caso do
director-geral da Bayer na Alemanha que é excelente e é português. E não é caso
único.
E em todas as cadeias hierárquicas de qualquer empresa
se encontra um português tão bom ou melhor que qualquer outro cidadão do mundo.
Logo, o problema não é do trabalhador português, mas antes e só do sistema
desorganizado, burocratizado, que temos “assente e a funcionar” cá no nosso
País, a nível público, mas também em muito “do” privado.
Muita confusão, muita papelada, excessivas
hierarquias, repetições de funções, não exactas definições de cargos, pouco
espírito de equipa. Algo que interessa a quem não é competente e capaz, e
sobrevive no meio desta trapalhada, sem mérito!
Assim, se isolarmos um trabalhador alemão no meio das
nossas hierarquias empresariais públicas ou privadas, terá a produtividade
inferior à que teria na Alemanha. Funcionará como funciona o modelo local.
E temos portugueses e alemães a funcionar muitíssimo
bem em Portugal, por exemplo na AutoEuropa. Modelo de organização alemão – no
caso! - que também funciona cá e connosco, e com um português no topo da
hierarquia.
Assim, o problema não está no trabalhador português
que vai para a Alemanha e é o melhor, se o alemão vem para Portugal, não para a
AutoEuropa, e tem produtividade menor.
O problema está no País, onde ainda não foi feita a
tão necessária Reforma do Estado - central e local, à séria e irreversível -
além de uma necessidade mudança total de atitudes e comportamentos, aqui também
no privado, e em mais aspectos da vida, pelo ser e não só mostrar ter, com
capacidade, pelo mérito e competência.
E, seremos cá tão bons como lá fora, logo, os
melhores.
Enquanto isto não acontecer iremos, de mal a muito
pior.
Augusto Küttner de Magalhães
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