sexta-feira, 2 de maio de 2014

O ajustamento de cada trabalhador a cada país


O ajustamento de cada trabalhador a cada país   
(DN 02.05.2014 com outro titulo)

Enquanto, quem ainda tem algum poder de decisão e de oposição – muito pouco – neste nosso País, não fizer o trabalho de casa, vamos sempre de mal a pior.

Já deu para facilmente entender que a nossa produtividade é inferior e bastante, à da Alemanha. Mas, também já deu para entender que em qualquer escalão da hierarquia, por exemplo de uma empresa alemã, um trabalhador português é tão bom ou melhor que os locais. Veja-se o caso do director-geral da Bayer na Alemanha que é excelente e é português. E não é caso único.

E em todas as cadeias hierárquicas de qualquer empresa se encontra um português tão bom ou melhor que qualquer outro cidadão do mundo. Logo, o problema não é do trabalhador português, mas antes e só do sistema desorganizado, burocratizado, que temos “assente e a funcionar” cá no nosso País, a nível público, mas também em muito “do” privado.


Muita confusão, muita papelada, excessivas hierarquias, repetições de funções, não exactas definições de cargos, pouco espírito de equipa. Algo que interessa a quem não é competente e capaz, e sobrevive no meio desta trapalhada, sem mérito!

Assim, se isolarmos um trabalhador alemão no meio das nossas hierarquias empresariais públicas ou privadas, terá a produtividade inferior à que teria na Alemanha. Funcionará como funciona o modelo local.

E temos portugueses e alemães a funcionar muitíssimo bem em Portugal, por exemplo na AutoEuropa. Modelo de organização alemão – no caso! - que também funciona cá e connosco, e com um português no topo da hierarquia.

Assim, o problema não está no trabalhador português que vai para a Alemanha e é o melhor, se o alemão vem para Portugal, não para a AutoEuropa, e tem produtividade menor.

O problema está no País, onde ainda não foi feita a tão necessária Reforma do Estado - central e local, à séria e irreversível - além de uma necessidade mudança total de atitudes e comportamentos, aqui também no privado, e em mais aspectos da vida, pelo ser e não só mostrar ter, com capacidade, pelo mérito e competência.

E, seremos cá tão bons como lá fora, logo, os melhores.

Enquanto isto não acontecer iremos, de mal a muito pior.

Augusto Küttner de Magalhães

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