No dia 25 de janeiro de 2015, viveu-se um autêntico sobressalto cívico no berço da Democracia e da Cidadania.A vitória do Syriza veio mostrar que existe um outro caminho na Europa, face ao panorama atual da Austeridade. Apesar das constantes e contínuas pressões a que o povo grego foi sujeito por parte de líderes europeus, venceu o Povo Grego!
A austeridade a que a Europa (especialmente do Sul) vive nos últimos anos, consiste na asfixia de direitos fundamentais consagrados como constitucionais e, na tentativa de enterramento do Estado-Providência, vulgo hoje designado,Estado-Social.
Uma austeridade assente numa pressuposto diktado pelos mercados, agências de notação financeira, fenómenos de privatização de Serviços Públicos, ou a subvalorização do público em detrimento do privado. Aliás, uma doutrina que introduz uma ideia perigosa no plano social, económico e politico. No panorama social, o crescente conflito de gerações - geração dos mais novos pagam pelos erros do passado - conflito geracional - o discurso do "vivemos acima das possibilidades"; a nível político a emergência de partidos políticos, assentes em propostas populistas, introduzindo na envelhecida Europa, valores do passado. Um enraizamento de um pensamento único,baseado em pressupostos económicos-financeiros.
A vitória do Syriza deverá servir de mote para os países da Europa do Sul concertarem posições em torno de uma melhoria das condições de vida dos seus cidadãos. A Social -Democracia europeia terá de ser ambiciosa, mas realista nas propostas a apresentar aos seus cidadãos.
Este mesmo ano (2015) em que se realizam eleições em Portugal e Espanha é de maior importância que o PS e o PSOE assumam estratégias mobilizadoras dos seus cidadãos em torno de projetos políticos, assentes na valorização e potencialização da Comunidade.
É igualmente importante, que o sul da Europa organize uma conferência em torno das questões de índole sócio-económica e política (desemprego, dívida, envelhecimento), de forma a surgir uma visão ou visões alternativa(s), ao panorama económico dominante, a austeridade.
No passado como no presente, em Atenas (re)nasceu a Europa e a Democracia. Duas palavras indissociáveis na construção do nosso futuro coletivo, enquanto cidadãos europeus.
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