Etapa longa
A vida mutila as
pessoas
Faz perder-lhes a
juventude
Esculpe-lhes rostos
de vidro
Transforma-as sem
quietude.
Tudo passa nesta vida
Para alguns tão
facilmente
Mas p’ra outros só
tristezas
Desfilam constantemente.
E assim andamos todos
Uns por cima outros
por baixo
Por mais voltas que
isto dê
Nem todos saem
debaixo.
Para uns será
tormenta
Para outros a bonança
Será p’ra uns só luar
E p´ra outros abastança.
Enquanto uns têm tudo
E lubrificada pança
Outros são uns lazarentos
Não vislumbrando
mudança.
Mesmo assim, vivo
No nascer e no morrer
O acto em si é igual,
Mas durante o viver
Muita coisa é
desigual.
Uns com tudo, outros
com nada,
Vida ingrata – vida bela,
Vidas de entaladela,
Outros com vida de
fada.
Também não tive
bafejos,
Labutei – senti o
travo
Do pão qu’amassou o
diabo
E, por isso, vivo sem
festejos.
José Amaral
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