segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

em O LIVRO EM BRANCO - página 64

Nota: mais um poema criado anteriormente a outubro de 1988

Que vidas

Pobre velhinha
mendigando o pão-nosso
de cada dia
na soleira de cada porta.

Pobre operário
que tanto trabalhou
que tanto produziu
e sem nada ficou.

Pobres jovens
em desvarios inoportunos
provocados por todos nós.

Ó hipocrisia das hipocrisias
em aliciamento róseo
e em dádivas de nada.

Ó vidas tristes
tristes vidas sem viver
viver assim não se pode
assim viver é morrer.


José Amaral

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