A inventividade e novas soluções em tempo de guerra, a
improvisação como resposta a catástrofes ou acidentes foi uma realidade que os
povos encontraram como forma de contrariar ou contornar os infortúnios da vida.
As teorias
de gestão, principalmente as anteriores à segunda revolução industrial, foram
alteradas ou mesmo eliminadas em consequência da observação da sua aplicação
prática.
Corrigir um
produto acabado é coisa do passado, o controlo de qualidade desviou o enfoque do
fim do processo produtivo para a observação das ferramentas e métodos que o vão
produzir. A razão é óbvia: custo! De facto é preferível investir numa produção
com zero defeitos do que controlar e reparar o produto acabado.
Cada vez que
um fabricante, quer seja de televisores ou automóveis, publica um anuncio para
recolher produtos acabados cujos defeitos só foram detetados depois de
colocados no mercado sofre um duplo prejuízo.
A ação corretiva que representa elevados custos diretos, e
os custos de imagem que são muito maiores e duradouros.
Hoje é assim em todos os setores de atividade, quer ela seja
produtiva ou comercial.
Da sequência
dessas exigências emergiu um conceito:
Justamente
em tempo (JIT), ou seja, com exceção de algum material armazenado apenas como
precaução, o material a consumir chega justamente a tempo de ser utilizado.
Assim poupa-se espaço de armazenamento, poupa-se em produzir e armazenar para
utilizar mais tarde, poupa-se em complicadas logísticas para prever quando e
quanto encomendar, resumindo, poupa-se dinheiro.
Essa gestão
feita essencialmente para poupar, torna-se ainda mais importante quando se
trata de bens perecíveis. Por isso hoje há menos sobras e isso reflete-se na
quantidade recebida dos nossos dadores.
Essa ação de otimização de meios e material do lado dos
nossos mecenas, tem um efeito significativamente negativo na nossa capacidade
de captar dádivas.
A tendência não pode nem deve ser contrariada, há pois que
ser mais inventivo e pôr maior enfase noutras oportunidades ainda não
exaustivamente exploradas.
Já recolhemos o papel e cartão que possa ser valorizado, as
cápsulas de café e os materiais elétricos e eletrónicos, mas temos de pensar no
vidro, nos milhares de garrafas que são abandonadas nas nossas praias e outros
locais de lazer. Na mesma ação podemos incluir os cilindros de alumínio dos
refrigerantes, incluir as cabeleireiras dos nossos bairros como recetadoras dos
cilindros de cosméticos e fixadores, o tema não se esgota aqui.
Mas há uma ideia que me surge sempre que penso na captação
de recursos tangíveis:
O envolvimento das comunidades apoiadas, e há tanto que elas
podiam fazer em favor de si próprios. Pensemos nisso.
Rui Jacinto
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