Quis fazer de propósito e corresponder assim desta forma e com um dia de atraso, ao
repto lançado pela mentora deste projecto Céu Mota, acerca do 25 de Abril. Não
peço desculpas por este facto e provavelmente deve ser por eu ter tão mau
feitio? Não, evidentemente que não, apenas o simples gosto de ser do contra. Mas
não era assim. Como tal, ainda sou um aprendiz da vida.
O
25 de Abril, após esta maratona de 41 anos decorridos, sobre este acontecimento
histórico, que não tive a felicidade de ter assistido ao vivo, que enormes
mudanças de trajectos e projectos, passados que foram quatro décadas, para além
de ter havido mudanças, algumas delas muito positivas felizmente, mas, que
neste momento não passa de um projecto “quiçá” ainda inacabado. Escusado será
curtir lamurias, provavelmente nunca chegaremos a uma perfeição, mas espero bem
que si, nem que seja para o meu neto, para todos os nossos netos, mas havemos
de chegar lá, vai ser difícil, eu bem sei, esta luta que travamos, desigual,
mas ainda tenho esperança que iremos alcançar os nossos objectivos que Abril,
nos propôs e nos acordou de um pesadelo de 48 anos. Mas está a ser cada vez
mais difícil, se está…
E
por vários motivos, e, um dos quais decerto o principal, porque acima de tudo
temos sido (des)governados, ao longo destas quatro décadas, mas pessimamente muito
mal (des)governados, por estas politicas
e políticos, que são muito maus, porque antes de mais têm que dar contas aos
partidos e toda aquela escumalha que compõem aquela ciganada.
Efectivamente
não estamos piores do que no tempo do Estado Novo, felizmente, que não…mas, mas
este 25 de Abril, cá para mim, não queria que deixasse de passar a ser e por
ser uma enorme des…ilusão.
Não
sendo, nem tendo pretensões para ter um estatuto de futurologista, mas vejo, (mesmo
usando óculos), pelo que se está a passar em meu redor todos os dias, com a
falta de empregos, como tal o desemprego, a roubarem todos os meses os nossos
reformados e pensionistas, os baixos salários que a maioria usufrui a
mendicidade, alguma envergonhada e com o povo a viver abaixo das suas possibilidades
e que a nossa democracia, e alguns de nós ainda não topou, mas ela com alguma
lentidão de caracol, em silêncio e pela surra, está a fugir-nos. É verdade,
lentamente a democracia está-nos a fugir. Ainda não toparam? Mas ainda vão a
tempo.
Porque,
uma coisa simples, era se fossemos capazes de sermos mais unidos, e juntássemos
as nossas mãos e as nossas vozes não fossem tão roucas a quase completamente
mudas, para poderem ser bem ouvidas. É verdade, que simples que era, não acham?
E,
todos nós, aqueles que tentam através das suas “penas”, umas mais aperfeiçoadas
do que outras, (como em tudo na vida), têm vindo a sentir que a democracia está
a fugir-nos, a liberdade de imprensa está a ser-nos roubada, e aos pouco estão-nos
a calar o “bico”. Não podemos deixar, temos que ser mais fortes e muito mais
unidos, e não ficarmos de braços cruzados, mas temos que forçosamente defender para já este ABRIL, sempre.
Um
pensamento de um dos maiores escritores portugueses de sempre José Maria Eça de
Queirós…”Os políticos e as fraldas devem ser mudadas pela mesma razão”.
(Texto-opinião publicado na edição Nrº. 45.527 do Diário de Notícias da Madeira de 27 de Abril de 2015)
Mário da Silva Jesus
Que a Revolução terá sido um projeto inacabado ou interrompido é o que me parece de facto. E a propósito do que se fez e não fez e do que terá ficado por fazer, ainda no dia passado dia 25 de Abril tive oportunidade de ver um programa que passou na RTP2 sobre o mesmo dia de 1974. Qual não é o meu espanto (ou talvez não...) quando vejo um ex-PIDE a ser entrevistado no dito programa e de tal forma era protegido, que só lhe conseguíamos ver a boca. Impossível reconhecê-lo depois cá fora, a um verme destes que, se calhar, passa por muitos de nós na rua. Algo vai mal nesta dita "democracia" quando se fazem descargas policiais sobre manifestantes pacíficos que só protestam contra uma "democracia sem pão e sem trabalho" e ao mesmo tempo se protege ex-pides que se levam à televisão. Ex-Pides que juntamente com ex-governantes deveriam ter sido julgados, condenados e presos.
ResponderEliminarEstarão contra mim decerto os amantes do pacifismo e os adeptos do perdão, mas é que quando se fazem revoluções e os criminosos de ontem ficam à solta, o resultado, o que sobra, é esta triste república sem presente e sem futuro, onde estamos condenados ao desemprego e à fome e que difere do tempo da outra senhora apenas porque se pode falar ... ainda (ou já não pode?)
Esse tipo de acção, que faz parte também da condição humana, era o que defendiam os próceres do regime anterior. Para muita gente, a cultura do ódio é má se for nos outros, mas boa se formos nós a cultivá-la. O mundo é este e o ser humano, que procura a perfeição, ainda vai demorar muito a encontrá-la.
ResponderEliminarNão é de ódio que falo no meu comentário acima. Porque são condenados os criminosos?
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ResponderEliminarÁs vezes, e a história conta-nos isso, os criminosos vencidos são condenados pelos criminosos vencedores.
ResponderEliminarOra bem, vejo que não fui suficientemente clara. Quando falei em condenar, não estou com estas minhas palavras, a pretender nem a justificar quaisquer atos criminosos sobre esses "criminosos" de ontem, mas tão somente no julgamento pelas vias judiciais esses autores de atos horrendos que conduziram à destruição de tantas vidas. Vidas que apenas clamavam por paz, justiça e pão!
ResponderEliminarTal julgamento pelas vias judiciais não aconteceu, ao invés disso, pude observar que se lhes dá tempo de antena. O que pensarão e sentirão os familiares e seres amados das "vítimas" de ontem?
O tribunal de Nuremberga também se encontra entre esses "criminosos vencedores"?
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ResponderEliminarOs tribunais, criados pelo vencedores, são preparados para julgar os vencidos. É da história. Que tribunal julgou Staline pelos milhões de mortes que causou aos seus compatriotas?
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