Ao longo do
tempo as pessoas que mais se destacaram foram alvo de várias homenagens
públicas.
Os mais
agraciados são indiscutivelmente os chefes de estado e de governo.
Com muito
menos visibilidade, houve quem tomasse a iniciativa de homenagear de alguma
forma quem mais admirava.
Seguidamente
dois casos paradigmáticos:
Há algum
tempo terminei a recuperação de um caderno de receitas de culinária portuguesa,
escrito e datado de 1937, por uma apaixonada da culinária nacional, apesar de
deteriorado, consegui recuperar mais de duzentas receitas.
Uma das
páginas reteve a minha especial atenção.
Diz o
seguinte:
Em honra de
sua excelência o senhor presidente doutor António Oliveira Salazar.
Bolo Salazar.
Ingredientes:
250g. de
farinha.
250g. de
açúcar.
1 chávena de
leite (chá).
1 colher de
fermento (chá).
1 colher de
manteiga ou margarina (sopa).
1 ovo.
Preparação:
Bate-se o
ovo com o açúcar, o leite, a manteiga ou margarina e o fermento, depois de
alguns minutos adiciona-se a farinha e mexe-se com vigor cerca de quinze
minutos até a massa começar a formar bolhas.
Coloca-se a
massa numa forma untada com manteiga ou margarina e polvilhada com farinha.
Introduz-se
no forno, previamente aquecido, para cozer.
Quando o
bolo começar a ganhar cor dourada, pegue num palito, espete no bolo, se o
palito estiver seco, está pronto.
Retire a
forma, deixe arrefecer e desenforme.
Um bolo de
confeção rápida, simples, económico e saboroso.
Se a
quantidade de pessoas for elevada, não aumente o peso dos ingredientes, comam
menos.
Também
detenho um prato de cerâmica de Alcobaça de considerável dimensão,
predominantemente azul, no centro tem a seguinte quadra:
Santo António português,
bem
me podias casar.
De
um mais um fazias três,
como
faz o Salazar.
Certamente
poucos exemplares existem, pois com a revolução de 1974, por razões óbvias,
muitos foram destruídos e os que restam foram escondidos.
Sinais de
uma época?
Talvez.
Com amizade,
Araujo
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