Reconhecendo as minhas limitações como “escriba”, pois não tenho uma “pena”
tão bem apurada como a maioria de vós, (não sendo a primeiro vez que faço tal afirmação
publicamente e sem qualquer tipo de problemas, pois cada um de nós tem o seu
valor conforme, o tamanho das suas aptidões…sim, às vezes só a vontade não
chega…eu sei), mas no entanto, continuo teimosamente à minha melhor maneira a
procurar defender a minha cidadania e a defender como sei e como sou capaz os meus pontos de vista, desta sociedade podre e nojenta, porque tenho
opinião.
Como tal pressinto, não é de agora este meu pensamento, mas de há muito tempo, que me
estão, mas lentamente, aliás estão-nos a calar aos poucos as nossas vozes, e
arrisco a afirmar que voltámos não ao tempo do lápis azul da censura do Estado
Novo, do passado, mas hoje nos dias que correm, pelo contrário, estamos não com
a censura do lápis azul, mas, com a censura do lápis de outra cor, essa cor é
bem pior, o vermelho.
Tanto assim que escrevi para o Diário de Notícias, afirmado isso mesmo,
através das minhas cartas de 31 de Janeiro e 14 de Março, que enderecei
directamente por e-mail por correio electrónico, para o citado diário, (que
podem consulta neste blogue nas respectivas datas, as referidas cartas). Mas a conclusão a que chego é que com o envio das duas cartas, fui completamente vetado pelo Diário de Notícias, mas não fiquei aborrecido,pelo contrário, fiquei muito bem comigo mesmo, porque afirmei o que sentia e sabem eles por sua vez já sabem com quem conta.Para mim, publicarem ou não as minhas opiniões, não me faz qualquer diferença.
Um jornal com 150 anos, mas é minha opinião, deve estar moribundo, com toda
a certeza, e vamos ficar sentados à espera, porque acabará por morrer, essa é a realidade.
Mas, este meu desabafo é acima de tudo para dar os parabéns à Graça Costa,
pelo seu texto “DESABAFO”, e estou completamente de acordo e subscrevo por completo
tudo o nele escreveu acerca do Diário de Notícias, (e, outras publicações, provavelmente), que
efectivamente deixou de ser o “nosso” jornal.
Prevejo tempos muito difíceis de liberdade, que parece que nos está a ser
roubada a todos nós.
Mário da Silva Jesus
Ia sugerir-lhe também para enviar o seu desabafo ao DN, mas se já o fez, fez muito bem! Obrigada
ResponderEliminarEnviei as duas cartas, para o Diário de Notícias, a do dia 31 de Janeiro e a 14 de Março, respectivamente...conclusão, afundei-me ainda mais, mas sinto-me bem comigo.
ResponderEliminarBom dia a todos.
Meu caro Mário , agradeço-lhe a generosidade das suas palavras em relação ao meu texto, mas acredite que foi com imensa mágoa que o escrevi. Nasci no antigo regime e fui mãe, duas vezes, já em "democracia" ou seja lá como se chama esta coisa em que agora vivemos; tenho um filho na faculdade em Comunicação Social e sempre lhes ensinei, aos dois que a Democracia era o menos mau dos regimes, sendo que , pelo menos podíamos expressar livremente a nossas opiniões e questionar o status quo...hoje não estou tão certa de que assim seja, mas enfim...
ResponderEliminarBem haja por não se calar...
Eu por enquanto também ainda tento ter voz, mas cada vez menos vontade de falar...vai crescendo o grito preso na garganta - resta saber...até quando.
Obrigada pelas suas palavras.
Eu infelizmente nasci num regime, que tal como outros jovens da mesma época, houve um certo senhor. que nos atirou para a guerra colonial. É verdade fez mossa, e que grande mossa fez em mim,nos meus pais já entretanto falecidos...e, para que? Com o tão falado 25 de Abril,pensei que alguma coisa podia mudar,enganei-me redondamente. Aquele silêncio das palavras as desconfianças entres todos,o não podermos falar. Passados quase 41 anos,tenho a certeza que estamos a voltar novamente ao escuro que durou 48 anos e que tanto nos atormentou. Noto que gradualmente estamos a perder a liberdade...porquê?
ResponderEliminarObrigado a todos.
Tiveram oportunidade de ver hoje o espaço do leitor no DN?
ResponderEliminarCéu Mota, há uns tempos a esta parte que já deixei de comprar o Diário de Notícias,no entanto não deixo de ler ao acaso a página do leitor. A carta que hoje foi publicada na edição do D.N., do António Catita,sobre a liberdade,não deixa contudo de ser uma farsa, do que é efectivamente o conceito de liberdade de imprensa. Faz-me recuar ao outro tempo, o do outro senhor,em que afirmavam que não havia presos políticos. É tudo uma fachada,descarada e para esconder a verdadeira liberdade que nos estão ingloriamente a roubar-nos.
ResponderEliminarO que corre na vida pública do nosso país, e se calhar em muitos outros, é um desalento que contamina toda a acção dos que pretendem viver honesta e honradamente e de cabeça levantada. Os jornais estão em crise e os seus profissionais, que nem sempre são os mais bem preparados, sofrem as pressões geradas, em última análise, pela situação económica. Há um clima de Lei da Selva e nesta, não há moral e ética, mas o salve-se quem puder. O nosso grito é, quase sempre, um rugido sem eco e mesmo clamando no deserto, até esse deserto nos querem tirar. As pessoas deixaram de ter cotação, e o que conta são as estatísticas que têm as leituras que mais convém no momento. É preciso ter consciência deste mar encapelado, mas também, porque estamos vivos e nos sentimos responsáveis, não devemos abandonar os remos porque é necessário e urgente levar o barco a bom porto. Um abraço universal para todos.
ResponderEliminar(O Joaquim escreve tão bem...). Não quero desistir, quero acreditar que o nosso grito tenha algum eco!
EliminarEstamos vivos! É isso, Joaquim. Estamos vivos e não abandonaremos os remos. Obrigada pela sua perseverança.
Ainda ontem o JN publicou um texto da minha pobre autoria que lhe fora enviado há 3 meses e 6 dias.
ResponderEliminarE esta, hein?
essa é o cúmulo...
EliminarObrigado à Céu Mota pelas palavras simpáticas e de perseverança, que sinto não serem de circunstância, que dedica ao que escrevi. Quanto ao José Amaral, um lutador intransigente, merece os parabéns de todos nós, porque se o jornal publica um seu artigo, 3 meses após ter sido redigido, é porque o seu conteúdo tem profundidade e é intemporal. Um abraço para todos.
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