Elaborar o Orçamento do
Estado até pode ser divertido. Às vezes, parecerá um puzzle. O problema é que o que lá se põe (ou tira) envolve
consequências que podem ter a ver com a vida (e a morte) de outras pessoas.
O envelhecimento progressivo
das populações (que se saúda pelo adiamento da morte e que se lamenta pelo
baixo número de nascimentos) é fenómeno conhecido e estudado, razão suficiente
para afastar qualquer esboço de desculpa com base nas “surpresas” que acontecem.
O que é previsível (como a gripe no Inverno) não pode ser surpresa.
Em Portugal, ano após ano, o
Orçamento do Ministério da Saúde é alvo de cirurgias que lhe amputam verbas, quando
o que se esperaria era uma trajectória ascendente já que, por via do envelhecimento
demográfico, os doentes aparecem nas Urgências com idade cada vez mais avançada
e, consequentemente, com complicações adicionais. A crise também ajudará à
“festa”: quantos portugueses se vêem forçados a recorrer aos serviços
hospitalares porque, por insuficiências financeiras, adiaram compras de
medicamentos, descurando ou interrompendo tratamentos?
Para os leigos como eu, surpresa
é ficar a saber que aparecem casos de escorbuto. Está-se mesmo a ver que quem
sofre de escorbuto não é por ter andado nas viagens dos Descobrimentos…
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