A transcrição de
relato do Facebook, dum episódio na urgência do Hospital de Santo António, a
meio do passado mês de Março, demonstra que não é só quando a gripe ataca que
se verifica o caos nos serviços de urgência hospitalares… Responsáveis do
Ministério da Saúde, a começar pelo ministro e responsáveis dos hospitais, a
começar pelos administradores, fecham os olhos e não tomam medidas para
corrigir lamentáveis situações que se arrastam de dia para dia, de semana para
semana, de ano para ano…:
«Tendo entrado na
urgência… depois de assistido porque não tinha cama disponível fiquei num
exíguo corredor mesmo em frente da porta dessa mesma urgência das 2,00 da manhã
até perto das 20,00 horas da noite, tomando soro e medicação específica e
agarrado a uma máquina com a roupa do dia que trazia no corpo ali fiquei sem
quase me poder movimentar, porque necessitava de constantemente urinar ia
solicitando a quem passava enfermagem e pessoal auxiliar o urinol, ia com
alguma dificuldade conseguindo urinar perante olhares de pessoas encostadas à
parede e à minha cama, fi-lo durante o dia por diversas vezes, até que naquelas
lamentáveis condições verti um primeiro urinol sobre mim, ali sequei a urina no
meu corpo sem que alguém me pudesse valer, desconforto que não consigo descrever,
recebo ali as primeiras visitas a minha esposa ao ver-me naquele estado fica
perplexa o cheiro era desagradável, fim de tarde, continuo sem conseguir-me
movimentar-me quase não consigo puxar a roupa para baixo, verto um segundo
urinol sobre o meu corpo, não suporto mais, quero levantar-me e ir embora,
começo a berrar e a dizer que vou mesmo sair dali se não me tirarem de
imediato, tento levantar-me, olho, olhares de lamentação e pena de quem ali se
encontra, ninguém diz nada, silêncio total, não verifico alguma
"solidariedade", é então que um simpático médico me pede calma e me
dá razão sem contudo nada puder fazer de imediato refiro-lhe que sou um ser
humano e desejo que me tratem com respeito e dignidade, não aguentava mais
entrei num stress profundo, é então que uma senhora enfermeira me comunica que
me iam arranjar uma cama de imediato, não acredito, dou-lhe uns minutos, senão
vou embora mesmo nas condições em que me encontrava, ao ver que a minha
indignação tinha sido ouvida e sou levado dali foi para mim um alívio e uma
grande satisfação, sou "empurrado" por um mensageiro passo por esse
longo corredor a caminho de uma enfermaria e noto a quantidade de doentes ali
apinhados e na mesma situação que a minha, lamentável, fico feliz por mim e com
pena de todos os outros e alguns já ali estavam há muito mais tempo…».
Este país está doente, a todos os níveis, não apenas na falta de resposta atempada a problemas de saúde, como nos outros pilares que deviam sustentar a organização social. As pessoas, para os irresponsáveis que nos governam, pouco representam, porque o único e insubstituível objectivo é o desalinhavado Orçamento do Estado. Estão sempre a descobrir novas formas de lançar ou aumentar impostos e taxas. Esta gente está louca e é difícil que perceba o enredo em que nos meteu e está metida. Parte destes (ir)responsáveis serão ignorantes ignorantes insensíveis, pois recuso-me a acreditar que seja, por maldade, que tomam as decisões aberrantes que tomam. Não sei quanto tempo mais ainda somos capazes de suportar tais torturas.
ResponderEliminarNão é por maldade... Mas é premeditado, para desacreditar o Serviço Nacional de Saúde e empurrar os portugueses para engordar o negócio dos hospitais privados.
ResponderEliminarO problema não é apenas o SNS, mas todos os serviços que o Governo domina. Atiram os portugueses, uns contra os outros: novos contra velhos e velhos contra novos, ricos contra pobres, desgraçados contra os ainda mais desgraçados, os serviços públicos contra os privados e assim nos distraem do essencial. Nós devemos é estar unidos e estar contra todas as maldades que esta gente nos faz e é pródiga na sua execução.
ResponderEliminarFeliz daquele que em tais sítios não cai. Se cai, por vezes, de lá não sai.
ResponderEliminarE mais não digo, para não me alcunharem de má língua.