sexta-feira, 24 de abril de 2015

LIBERDADE SIM, MAS...

Por mais que queira – e não quero! –, não consigo dissociar a Liberdade, um dos valores máximos do Homem, enquanto ser social, de um outro não menos importante, a Igualdade.
Uma sem a outra não completam a grandeza do ser humano. Cada uma delas é fundamental para que o Homem tenha a dignidade que alcançou ao destacar-se dos restantes animais, mas uma só não basta, são necessárias as duas.
A muitos convirá celebrar apenas uma delas e, nas sociedades a que chamamos democráticas, dá-se, invariavelmente, a primazia à Liberdade. Mas esta posição pode ser enganosa, pode encobrir interesses obscuros de quem pretende usar a Liberdade apenas em proveito próprio. Os arautos da desigualdade não prescindem da Liberdade, sem ela não conseguiriam os seus intentos.
De que serve a alguém ser livre se não dispõe da Igualdade de oportunidades e de direitos que lhe permitam aceder ao mundo e aos seus recursos da mesma forma que outros? Por que razão uns têm tudo, incluindo a liberdade de se irem apropriando de cada vez mais direitos de saque sobre o mundo, e outros nada têm, nem sequer o mínimo de subsistência?
Para dizer o que sinto, preciso da Liberdade. Mas também preciso de experimentar a Igualdade, para poder sentir que há Justiça no mundo. E quanto eu gostaria de olhar e ver a sociedade partilhar-se, com Fraternidade.
Então sim, festejaria sem reservas esta Liberdade que Abril nos trouxe. Sem as legítimas frustrações dos muitos que se perguntam até onde nos trouxe o 25 de Abril.

Público de 27.04.2015 - Truncada a parte sublinhada

1 comentário:

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