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terça-feira, 28 de abril de 2015
Rostos da Cidade
A cidade outrora referenciada pela sua indústria , vinha a ganhar uma projeção decorrente dos avanços civilizacionais na parte da coesão social, em contraste com a capital de um império que durou e permaneceu até ao 25 de abril.
A coesão social na cidade do Porto , sempre foi uma constante, talvez pelo facto da cidade ser uma "aldeia" num ponto global, nacionalizando aqueles que viam nesta Invicta , o seu espaço de acolhimento e afeição . Atualmente, o Porto , possui um elevado índice de pobreza que só consegue ser minorado pelas almas da noite, os anjos da guarda daqueles que encontram nas ruas da cidade , a sua forma de habitação exclusiva e "reconfortante " .
Esses anjos da noite- comumente designados por voluntários - acalmam com a sua bondade , os rostos da cidade ; rostos esses com histórias de vida imensamente ricas e preponderantes em cultura de uma outra vida já vivida e de um passado que já não volta.
Os rostos da cidade , são a face visível do sofrimento e injustiça que grassa no mundo mas também que avança desmesuradamente , sem dó nem piedade no nosso Portugal e na nossa mui nobre cidade do Porto , transportando consigo uma avalanche de experiências marcantes, que nos deixa tocados e pensativos.
Os rostos da cidade , têm tudo: um passado, uma vida, cultura, profissão , e até imagine- se, uma nostalgia que nos leva a recalcar no nosso pensamento, o que lá por trás se foi deixando ficar.
Dá que pensar: os rostos da cidade , foram "atraiçoados " pela vida que nunca viveram; pelas ilusões de uma ótica que aos olhos de quem a imaginou, nunca pensava que a mesma fosse terminar assim. Mas há uma esperança: a esperança de que um dia, ou ...uma noite, esses ventos de bonança invadam os espírito dos mais incautos e os rostos da cidade, possam ter uma outra forma de estar na nossa cidade, com as condições adequadas ao seu desenvolvimento económico e social.
Porque os rostos da cidade têm tudo; só não tiveram ainda a sua oportunidade de voltar a ser felizes.
1 comentário:
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E eu que fiz parte integrante da minha mui querida cidade do Porto de 1957 a 1969, mas que nela trabalhei até 1996, com dois anos de interregno - 1966 a 1968 - ausente na Guerra Colonial.
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