sexta-feira, 10 de abril de 2015

Um facto desagradável

Ainda não me tinha focalizado convenientemente para um facto altamente desagradável em relação ao tratamento dado aos mais que presumíveis réus – coautores pelo criminoso desaparecimento de muitos milhões de milhões de euros, e pela volatilização mágica de um “sólido banco” – assim defendeu o PR perante o país – com mais de século e meio de existência.
De facto, quando um anfitrião recebe em sua casa um amigo, uma pessoa grata ou uma figura ilustre senta-os à sua direita, ou até os coloca em um dos topos da sua mesa. Tal como rezam os livros sagrados em que O Filho de Deus – Jesus – está sentado à direita d’O Deus Pai Todo O Poderoso.
E também é de boa prática que os criminosos ou indiciados por crimes graves sejam postados num patamar mais baixo ao dos inquiridores da verdade, a fim de responderem a tudo que lhes é perguntado.
Todavia, todos os pseudo incriminados no astronómico roubo perpetrado no grupo BES - que foram à Comissão de Inquérito Parlamentar – cerimoniosamente sentaram-se sempre à direita do Presidente da dita Comissão, tal como as pessoas ilustres e gratas têm assento.
Sendo assim, hoje em dia, os ‘vendilhões do templo’ e todos os pulhas deste nosso secular e desbaratado país são oficialmente enaltecidos, enquanto os honestos cidadãos são constantemente humilhados e vilipendiados.


José Amaral

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