quinta-feira, 23 de abril de 2015






Estou algures entre o nauseado e o confuso, entre o perplexo e o contente.

Se por um lado fico perplexo por ver que só passa fome quem quer, por outro fico muito contente ao ver que há dois portugueses que nitidamente não querem. 
Belo esforço. 
Grande abnegação
.
Se por um lado fico nauseado a ver que Einstein tinha razão ao dizer que, a diferença entre o génio e a estupidez é que o génio tem limites, por outro lado fico confuso quando vejo alguém tão bem alimentado a falar da fome dos outros.

E já não falo da coitada da ministra das Finanças, que com os seus míseros 6.000 euros por mês tem dificuldade em comprar pão (deve-se dedicar aos brioches).

Se por um lado fico perplexo ao ver alguém ter a desfaçatez de dizer que é “financeiramente desvantajoso” ganhar 10.000 euros por mês, por outro fico confuso, pensando nas vantagens económicas desse ordenado.

Se por um lado fico nauseado com os problemas que implica ganhar 10.000 euros por mês, por outro fico confuso com as vantagens de ganhar 505.

Bem sei que Portugal é um país de brandos costumes, mas começam a ser demasiado brandos.

Assistir a este espetáculo degradante, aviltante, em que se é insultado todos os dias à mesa de lagosta Thermidor regada com Chateau Petrus, começa a ser demais.

Bem sei que não adepto de violência, mas confesso que assim, só à chapada.


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