terça-feira, 7 de abril de 2015

No país em que os habitantes são do faz-de-conta, malabaristas, pouco pacifistas ou falsos moralistas (parte I)


- Então pá, não vais à missa?
- Pra quê? Eu sou católico, cristão não praticante!

- Eh pá, deixa de fumar, que isso só te faz mal!
- Tenho de morrer e tenho!
(Portanto, algum serviço público de saúde, e pago por nós, lhe há-de suavizar a morte)

- Eu gabo-me com toda a honestidade deste mundo de ser contra a corrupção!
Mas , - Ó pá, vê lá o que me podes fazer! Dá lá um apertãozinho, que não perderás nada isso, pois até irás ganhar algum!

- Os policiais são uns gajos brutos pró caraças!
Ou, - Para que servem os serviços de segurança, que não nos protegem de nada?

- Este governo é a amante mais cara que tive e, mesmo assim, está longe de me satisfazer!

- Eh pá! Tu és mesmo um tipo bastante fixe e até muito pacífico!
- Claro que sou! Tanto te aperto a mão como prova da minha estima e amizade, como aperto o pescoço à minha mulher, quando estou com ‘os azeites’!

- Ó Zé, não vais votar?
- Pra quê, se todos eles são iguais; uns trafulhas de todo o tamanho?
- Vou mas é curtir, indo até à praia!

José Amaral



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