- Então pá,
não vais à missa?
- Pra quê? Eu
sou católico, cristão não praticante!
- Eh pá,
deixa de fumar, que isso só te faz mal!
- Tenho de
morrer e tenho!
(Portanto,
algum serviço público de saúde, e pago por nós, lhe há-de suavizar a morte)
- Eu gabo-me
com toda a honestidade deste mundo de ser contra a corrupção!
Mas ,
- Ó pá, vê lá o que me podes fazer! Dá lá um apertãozinho, que não perderás
nada isso, pois até irás ganhar algum!
- Os
policiais são uns gajos brutos pró caraças!
Ou, - Para
que servem os serviços de segurança, que não nos protegem de nada?
- Este governo
é a amante mais cara que tive e, mesmo assim, está longe de me satisfazer!
- Eh pá! Tu és
mesmo um tipo bastante fixe e até muito pacífico!
- Claro que
sou! Tanto te aperto a mão como prova da minha estima e amizade, como aperto o
pescoço à minha mulher, quando estou com ‘os azeites’!
- Ó Zé, não
vais votar?
- Pra quê,
se todos eles são iguais; uns trafulhas de todo o tamanho?
- Vou mas é
curtir, indo até à praia!
José Amaral
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