O que o oráculo de Delfos quis
dizer quando disse que “ Sampaio da Nóvoa
pode gerar divisões no PS ” foi um conselho paternalista às massas acéfalas
que votam, para não votarem num ser alienígena, oriundo da galáxia dos não arregimentado,seres
excêntricos,sem controlo. Não se sabem, não se medem, temem-se mesmo, os danos
que podem vir a causar ao doce e suave far
niente dos jogos controlados pinga-pinga
da maionese política.
Mesmo não indo à bola juntos, o oráculo
prefere o professor. Quer dizer: amor de cabeça perdida,era o belga – seguindo na
linha de mando do algarvio, que numa sessão espirita de búzios, viu para o país
o regresso de um líder, pródigo em idiomas e com visão “shark tank” =
empreendedor-predador de papalvos.
Pena é D. Sebastião estar fora de
prazo, deu-lhe para nunca mais aparecer.
Numa abordagem ternurenta, o
oráculo é um vidente que pelo menos nos poupa ao aborrecimento do encómio
interminável de livros que nunca leu nem irá ler, e à cansativa e arrastada rubrica
que se arrisca perpétua. Muita salivação, mas nunca se viu nada.
O que o oráculo anunciou, com
outras razões que nem o dito intuiu das sessões conjuntas de búzios foi: o
reitor pode gerar divisões no partido rosa pálido (que deveria fazer análises –
à primeira urina da manhã - anda anémico) porque não sabe o que fazer com ele.
Se nem o seu CEO (também um sorridente empedernido) sabe o que vai fazer amanhã
depois do vazio de uma câmara não tão bem gerida assim e passada de mãos ao
melhor estilo de monarquia consaguínea, como pode subscrever em dívida de médio
prazo as aleivosias possíveis – e desejáveis - de um cidadão quase comum?
Outros seres maneirinhos e de
fácies queridos, continuam a alimentar o eterno limbo de esperança, que no dia de
“São Nunca” vão rasgar as penumbras do nevoeiro, armados de lanças acutilantes cavalgando
mulas como heróis.
Atiça-se o povo com essas novelas,
mas o povo vota no colunista de Domingo, porque se confunde com os “reality show”,
está tudo no mesmo canal: um “pograma” a
seguir ao outro num automatismo mecânico que dispensa o dedo para clicar o
“comando” da televisão – o comando é o melhor amigo do homo broncus contemporâneo.
O senhor reitor é um sonho: ainda
maior do que o das legislativas, mas é uma utopia de desfecho frustrante
eminente.
Para enfarilhar ainda mais as
cabeças pode por aí aparecer,à última das horas, o rapaz do sorriso “pepsodente”. Esse sim, o camaleão, o presidente-monarca-luz
ofuscante. “Irrevogável” seria uma palavra para a sua campanha. Poucos entendem
o seu significado, mas é uma palavra linda de se ver nas bandeirolas
esvoaçantes e nos hinos uníssonos e afinados das juventudes do clube.
Se ele avançar, o colunista
empedernido não avança. Bom seria mesmo o Nóvoa, mas o povo gosta mais das
televisões sensacionalistas…
Mais uma vez uma análise ao social carregada de simbolismo e de beleza estética. Parecendo um jogo de palavras é de profundidade tal que os menos preparados não conseguem apreender. Cada um é para o que nasce, como diz o fado, e o Luís nasceu para ser um escultor de frases de alto relevo. Parabéns! Eu, português desiludido, se tivesse que votar, votava no Nóvoa, porque não aceito qualquer dos outros de que se fala (à excepção do H. Neto), que, se não são nódoas, andam lá por perto.
ResponderEliminarGosto de ler tudo que escreve. Muito bem escrito e soberbamente bem apresentado e explicado.
ResponderEliminarObrigado pelas palavras. Abraço forte
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