quinta-feira, 9 de abril de 2015

Vidas desvalorizadas


Vidas desvalorizadas  
Público 09.04.2015
Parece tão normal haver dois parâmetros para medir a vida humana.

Nuns locais tem muito valor e noutras partes, parece não ter qualquer significado.

No Ocidente a vida humana, ou bastantes vidas humanas, têm um valor que a grande  maioria das vidas por exemplo subsarianas não têm.

Estas, parecem carne para canhão. Não têm valor, nascem, multiplicam-se, algumas não chegam a crescer e morrem de qualquer jeito, aos olhos de um Ocidente sem problemas, com um umbigo enorme, onde “tantos fazem de conta”. (...)

Esta tragédia com humanos iguais a nós, em pleno século XXI, aos quais não se dá qualquer valor à vida, só por terem nascido em África, é horrendo.

E deixá-los morrer, matá-los perante a indiferença mundial, comparando com um avião que cai com 150 pessoas na Europa, ou 12 pessoas que são assassinadas por escreverem ou desenharem o que não era propriamente necessário, num jornal em Paris deveria dar que pensar a muito mais gente.

Mas nada vai mudar principalmente nestes tempos em que estamos todos sem valores (...) Por vezes aqui no Ocidente um animal “dito de estimação” é muitíssimo mais bem tratado que uma Pessoa no meio de África. Algo vai mal.


Augusto Küttner de Magalhães, Porto

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