segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Matar o que um dia foi amor...


Onde está a voz das mulheres mortas pelos companheiros?
A voz firme e capaz de reprimir os comportamentos daqueles que dão sinais de enveredar pela violência doméstica?
Quem toma a cargo e dignifica essas dores, que terminam tantas vezes à porta do emprego que paga as contas, no meio da rua como qualquer indigente ou entre quatro paredes, onde o agressor se sente rei e senhor das coisas e das vidas que um dia disse amar?
Deixem-se de palhaçadas! A nenhuma mulher acossada lhe interessa se os piropos são crime (?); os feriados que saíram do calendário; o próximo Presidente; ou se o Portas abandonou irreversivelmente o poder…
Interessa-lhe mais que se desmantele a violência, na origem, a qual, de gesto em gesto se torna num atentado contra a vida, sua e dos seus. Porque a cada mulher que se mata, mata-se também a infância e a juventude dos filhos. Mata-se a esperança no futuro…
Teoricamente tudo parece estar bem feito: existe a lei, os espaços (?) de atendimento às vítimas, um papelito passado por um qualquer juiz (que até teria condições de contratar um guarda costas, se o problema fosse com ele).
Na prática, deixa-se na "arena" à solta a vitima e o agressor a ver quem mata primeiro.
Senhores do poder, não se trata de um jogo de galos; trata-se de VIDA!
Podem esses senhores dizer que existem organismos (APAV) para proteger as vítimas; mas por que carga de água as vitimas tem que ser fechadas, privadas do seu direito primordial - a liberdade, nas chamadas casa abrigo, enquanto os agressores continuam à solta para caçar as vítimas na primeira oportunidade?
Deveria ser ao contrário, ou não? 
Pelo menos até que o baixo instinto desses animais, ou feras (seres humanos nunca) regredisse e se regredisse!

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