Os grandes benfeitores da humanidade
quase sempre são muito perseguidos e jurados de morte. Suas ideias e até mesmo suas
descobertas ou invenções podem contrariar interesses materiais e mesmo
religiosos da pobre e ainda tão atrasada sociedade humana dividida por uma luta
de classes que somente desaparecerá com a futura e muito longínqua implantação
de um socialismo cristão, que será bem diferente do previsto por Max baseado no
materialismo dialético.
São Vicente de
Paulo, o grande apóstolo da caridade, disse a uma religiosa que o auxiliava:
“Ninguém pratica o bem impunemente”.
Há uma ficção do
antigo cinema norte-americano que retrata a história de um homem do terno
branco. Ele confeccionou uma vestimenta de tecido de duração infinita e que
nunca precisaria de ser lavada, porque era imune a qualquer sujeira. Sofreu a
mais tenaz perseguição de industriais da tecelagem, de alfaiates e até mesmo de
simples lavadeiras de roupas, mas não desistiu de seu nobre intento. Planejaram
matá-lo e só não morreu porque acordou de seu sonho que se transformou em
pesadelo.
O imperialismo
inglês quando dominava a Índia, para impor seus produtos, editou lei proibindo
a população local de extrair o sal da água marítima e de fazer tecidos, mas não
houve êxito em tal absurda proibição, porque o grande líder da nação, Mahatma
Ghandi proclamou a pacífica desobediência civil. No Brasil, Delmiro Gouveia,
hoje até nome de cidade no Estado de Alagoas, teve sua indústria têxtil
destruída e lançada na cachoeira de Paula Afonso por sicários a serviço dos
interesses britânicos.
Jesus Cristo, o
maior de todos os mestres da humanidade, proclamava um reino de Deus a eclodir
dentre das criaturas, através de uma religiosidade univérsica que a antiga
sinagoga de Israel e mesmo as religiões contemporâneas tentam limitar, segundo
suas teologias. Foi perseguido e teve sua morte cruel pedida pelo próprio povo
por ele tão beneficiado, mas que, infelizmente, se deixou ser iludido e
excitado pela cúpula farisaica, que teve
o respaldo de um pusilânime governador romano, que, ao invés de pelo menos
decretar um encarceramento provisório do acusado (prisão preventiva é antiga),
e remeter o processo a Roma, de acordo com as formalidades do direito pertinentes àquela inusitada
situação de suposta prática delituosa, preferiu permitir a consumação da morte de cruz, indevida para um líder
religioso, na época.
Um ótimo texto escrito por SALOMÃO JORGE, ex-gerente
bancário (CAIXEGO) e Mestre instalado da Loja Maçônica “Ordem e Progresso" de
Goiânia, capital do Estado de Goiás, bem retrata os acontecimentos de
Jerusalém, que ora tomo a liberdade de transcrever. Seu título: É REUNIÃO DA
NOITE. Ei-lo:
“ Estamos
aproximando de mais um pleito eleitoral e todos os partidos políticos se
preparam para tentar eleger seus candidatos visando a ocupar os melhores
cargos, principalmente os apadrinhados que tomam conta de tudo, para
continuarem sendo eleitos. Muitos são até bons de votos, mas não têm capacidade
administrativa para governar e acabam enchendo os gabinetes com os chamados no
Brasil de “posto Ipiranga”, que possuem boas ideias, mas não sabem como pô-las
em prática: falta-lhes experiência, tendo como consequência a continuação do
país no fundo do poço.
Quando aparece um
líder que mostra seu pendor administrativo, surgem os conchavos noturnos para
eliminar os pontos positivos, transformando-os em negativos, isto é, tirando
todas as condições e até perseguindo, como fizeram com muitos e até com nosso
mestre Jesus Cristo. De onde vem e como funciona essa poderosa força
oculta? Podemos também perguntar: Qual foi o motivo, qual foi o crime que levou
a condenar e até crucificar Jesus?
Ele não era
político, não tinha fazenda, comércio, indústria, cargo público. Chegou ao
ponto de dizer a um candidato ao apostolado que não tinha sequer uma pedra para
repousar a cabeça (Mateus 8.20). Em seu julgamento, a curiosidade era tão
grande, que o governador Pôncio Pilatos pediu ao senador romano Públius Lentulus que estava em
Jerusalém, para lhe informar quem era este homem chamado Jesus, tão amado por
uns e odiado por outros. Atendendo o pedido do governador, disse-lhe que já
tinha enviado uma carta ao senado romano, contando que havia entre nós um homem
considerado pelos que o acompanham como filho de Deus, que ama o próximo, cura
os enfermos, ressuscita os mortos, dá luz aos cegos e chamam todos de irmãos.
Seu nome é Jesus, filho de Maria.
Pilatos continua
com sua pergunta: Quem são estes que formam essa força oculta trazendo
preocupação para todos, inclusive ao rei Herodes, mesmo sabendo que nele não
existe nada de mal, só o bem para a humanidade. Diga-me quem são? Respondeu
Publius: É a elite da cidade que forma esta força oculta, e poderá, com sua
permissão, ser convidada para uma reunião aqui no palácio, a fim de o senhor
conhecer e saber os motivos e quem sabe até dar razão e colaborar para tirar
este homem do nosso meio.
E assim se
realizou uma reunião no salão nobre do palácio, em altas horas da noite, com
todas as portas fechadas. De início, o governador assumiu a presidência,
fazendo os esclarecimentos costumeiros e em seguida facultou aos presentes e a
cada representante de classes, que fizessem com fundamentos seus protestos
contra Jesus.
O primeiro a falar
foi o representante dos advogados que assim disse: Esse homem prega a
conciliação entre as pessoas, o amor ao próximo, o respeito às leis, aos pais,
às famílias: Afirma que todos somos irmãos, que devemos pagar os impostos,
respeitar as autoridades. Com isso nossos escritórios estão fechando as portas:
Não há mais divórcios, questões trabalhistas, acabaram as brigas, desapareceram
os inimigos. Assim sendo, como vamos custear os nossos escritórios, porque só
vivemos às custas, com o perdão da palavra, das dificuldades alheias. Com isso,
pode-se até fechar as escolas de direito, e os professores perderão suas
rendas, e agora!?
O segundo a falar
foi um membro da classe médica: Esse homem anda pregando amor e caridade,
curando os enfermos, dando luz aos cegos, fazendo aleijados andarem
ressuscitando mortos. Em face disso, nossos hospitais, consultórios,
laboratórios estão fechando. Já não temos como pagar nossos funcionários.
O terceiro a falar
foi o representante dos contabilistas: Não temos mais clientes, a maioria dos
sonegadores de impostos está pagando direitinho e até um funcionário do
governo, por nome Zaqueu, devolveu dinheiro, achando que o imposto estava muito
alto. A corrupção acabou, não sei como o senhor vai governar se até os
funcionários estão aliados a ele, inclusive oferecendo-lhe jantar.
O quarto,
representando os comerciantes, disse: Senhor governador, nossa situação não
fica atrás. Caíram as vendas em quase
90%. Esse homem incrível, o senhor pode acreditar, com 05 peixes e quatro pães
ele alimentou mais de 5.000 pessoas e ainda sobrou alimento. Ninguém vai aos
supermercados, vai a ele.
O quinto,
representante dos vinicultores, alegou: Nós produtores de vinho, estamos
paralisando nossas produções, porque esse homem está transformando água em vinho.
O sexto era um
sacerdote e asseverou: senhor governador, estamos muito abalados. Ele diz que
fará sua igreja baseada num discípulo de nome Pedro. Ninguém está indo mais ao
templo, porque este, segundo ele, está no próprio coração da criatura humana.
Como nós vamos fazer sem os nossos dízimos. Podemos até passar fome.
O sétimo, um
pedreiro, reclamou por ele ter dito que poderia destruir o templo para
construir outro em três dias. Então como vamos viver. Finalmente, falou um
centurião: Senhor governador, a situação ainda é pior, porque dizem por aí que
ele é rei, e, se o senhor nada fizer contra isto, Herodes vai pensar que
estaria sendo traído e poderia fazer uma denúncia em Roma. Precisamos,
portanto, tomar uma decisão imediatamente. Pôncio Pilatos pensou, pensou e
disse: Estou numa situação difícil, não posso prender o homem porque o povo vem
para cima de mim, dizendo que ele nada deve, e não posso deixar como está,
porque todos nós estamos sendo prejudicados.
Logo
em seguida, fez a seguinte pergunta: Entre vocês há alguém que tenha uma
sugestão para resolver este dilema. Logo respondeu um fariseu: Temos. Como é de
costume, na época da páscoa dar liberdade a um preso, coloque Jesus e Barrabás
e deixa o povo escolher. Mas o povo vai escolher Jesus, disse Pôncio Pilatos—.
Não senhor, pode ficar tranquilo, nós organizaremos diversos grupos com
bandeiras e panelas para abafar a voz dos acompanhantes de Cristo e excitaremos
o povo a condená-lo. E assim se fez: Nem a elite, nem o governador foram os
culpados. Moral da história: é assim que trabalham as forças ocultas, que até
lavam as mãos. ”
A história, como parábola, é bonita. Só que essas não são as forças ocultas, pois são-no bem às claras e são mesmo a estrutura da organização económica e social. E, muito curioso, é que tenha sido contada por - ele sim - um membro duma força verdadeiramente oculta: a Maçonaria....
ResponderEliminarSemelhante maquinação foi no Brasil levada às últimas consequências contra Dilma e Lula que, não sendo santos, viram extrapolados alguns pecadilhos com o fim que se conhece...
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