quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Os penalizadores da eutanásia

A necessidade de um referendo sobre a despenalização da eutanásia é coisa que não compreendo facilmente. O raciocínio que aplico ao assunto é muito simples (simplista?), mas, para mim, concludente. No caso de a despenalização vir a ser decretada, ninguém ficará obrigado a praticar a eutanásia, pelo que, para os que advogam a penalização, este referendo será redundante, uma vez que poderão continuar a sua “vidinha” sem problemas nem qualquer obrigação acrescida. Os outros, os que pensam de maneira diferente, apenas verão descriminalizados certos actos, cometidos de boa-fé e em consciência perfeitamente tranquila perante a lei, sem bulir com os “penalizadores”. Evidentemente, não se discute a imperiosa obrigatoriedade de a prática da eutanásia, a ser legalizada, se dever regular por um instrumento legal de extrema precisão. São, então, os “referendistas” tão permissivos e descuidados na análise de um problema desta monta a querer resolver tudo entre um SIM e um NÃO, por mais voltas que dêem à pergunta a fazer? Platão não teria muitos rebuços em considerá-los autênticos sofistas, por menosprezarem a verdade em benefício da argumentação estéril. Porquê quererem subjugar os outros às suas ideias e crenças, por muito respeitáveis que sejam?   

2 comentários:

  1. Querem o referendo por duas razões: a primeira é que estão seguros de que o NÃO ganha largamente; a segunda é para poder confundir a gente, como já fizeram com a questão da interrupção da gravidez, aproveitando a campanha para apresentar às pessoas os argumentos mais assustadores. Em Espanha foi ontem aprovada a lei; e ouviram-se das bancadas da Direita barbaridades como "engenharia social" e "solução final", aludindo aos métodos nazis nos campos de concentração, acusando o Governo de se ter empenhado na aprovação da lei para economizar nos cuidados paliativos!...

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  2. De acordo consigo, José..E mais, faz-me muita "impressão" dizerem que o assunto é complexo e precisa de muita discussão e depois.... atira-se com um referendo simplista, para gente simples...

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