Poderá até ser uma honra, que eu não enjeito, partilhar um local de publicação, como é este das “Cartas ao Director”, com jornalistas como Miguel Sousa Tavares ou Henrique Monteiro. Como muitos outros leitores do PÚBLICO que, de quando em vez, vêem aqui publicadas as suas “cartas”, não tenho qualquer direito de “posse” sobre este espaço. Mercê do talento dos publicistas referidos, eles são justamente “possuidores” de grandes “extensões territoriais” no Expresso. Porquê, então, serem aqui publicados os seus direitos de resposta a Ricardo Sá Fernandes, nos passados dias 7 e 8, sobre a questão da devolução de património às ex-colónias, levantada por Joacine Katar Moreira? Afianço que o gosto de os ver no único espaço que me é facultado (às vezes), que me faz sentir lisonjeado, mais do que contrabalança o desgosto de sentir que este quinhão, repartido e regateado pelos "plebeus da escrita", fica diminuído quando esses ilustres são por aqui "arrumados". Porque o assunto me faz um pouco de confusão, pergunto-me se quem aqui os “meteu” tem a certeza de que eles, não obstante as suas proverbiais simpatia e paciência, não se terão sentido apoucados pela companhia. Ou a ideia terá sido mesmo essa? Oxalá que não.
Nota - Este texto foi enviado ao Público, embora sem a mínima réstia de esperança de que venha a ser publicado.
Este assunto, sobe outros casos aparentados, já foi por demais discutido por nós, os leitores-escritores de cartas. Umas vezes com razão, outras nem tanto. E daí, talvez esteja, na minha opinião, "esgotado". Mas, para "não lavar as mãos como Pilatos", concordo com o tom quase irónico, mas crítico, do José.
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