domingo, 16 de fevereiro de 2020

O TRIPALIUM E A MÁQUINA

Não se trabalha para satisfazer uma necessidade, e logo repousar em sossego, trabalha-se para se poder trabalhar ainda mais. E é nos meios artísticos que encontramos vozes críticas ao culto do trabalho e da produtividade. Foi essencialmente a tradição poética francesa, primeiro com Baudelaire e mais tarde com os dadaístas, surrealistas e outros, que se opôs à sociedade do trabalho. Vendêmo-nos todos os dias ao patrão, vendêmo-nos como objectos, como mercadorias, a nossa liberdade está castrada. É uma imposição e um absurdo o "ganhar a vida", um insulto à graça do nascimento, à bênção e à poesia da vida, da vida total e plena. Não percebo porque é que grande parte das pessoas parece estar contente no meio de tanta obrigação, de tanta ordem, de tanta finança. Não percebo porque aceitam e obedecem, assim, à máquina.

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