São assustadoras as noticias que ultimamente vamos recebendo sobre as baixas taxas de nascimento em Portugal tornando-nos um dos países mais envelhecidos do Mundo. É mesmo necessário melhorar as politicas de apoio e incentivos às famílias, criar empregos e condições de estabilidade no trabalho, melhorar os salários e os horários de trabalho, e depois não esquecer uma boa politica de habitação possibilitando a todos disporem de um lar. E até uma boa rede de transportes com horários e trajectos que sirvam mesmo os confins de cada Município que ajudará a encontrar empregos e será um suporte para uma família se fixar.
Mas, entretanto, temos uma grande população envelhecida que mesmo com família, muitas vezes vive sozinha a maior parte dos dias, entretida com a rádio e a televisão. E a televisão só ouvindo porque os olhos estão debilitados não podendo seguir as imagens e muito menos as legendas.
E ler? Mesmo com ajuda de lentes as letras não crescem o suficiente para se ir seguindo as várias linhas do texto. Há, por vezes instituições que têm uma rede local de voluntários com a vocação de fazerem companhia que vão lendo um livro a esses deficientes visuais, mas os intervalos de visitas hás vezes são muito longos e perde-se um pouco o ritmo da leitura.
Há também umas poucas bibliotecas locais que dispõem de livros gravados em suportes áudio como cassetes, CD’S ou Pens que podem ser requisitados e os deficientes visuais ou pessoas com dificuldade na leitura os podem ouvir ao ritmo que estiverem com disponibilidade. É necessário é terem um amigo ou familiar que possa dar apoio neste ir requisitar e depois devolver e disporem de um leitor destes suportes de fácil manejo.
A Biblioteca Nacional em Lisboa dispõem de um bom serviço de apoio à leitura áudio para deficientes visuais com a ajuda de um serviço de correios especial para o envio dos suportes para serem gravados.
Seria interessante que no nosso Município de Oeiras o apoio à leitura áudio fosse uma realidade pois existe mesmo um número apreciável de oeirenses retidos em casa por falta de autonomia na mobilidade agravada, muitas vezes, pelas falhas de visão.
Entretanto foi dado a conhecer, num programa de um canal da TV, um dispositivo que pode ser colocado numa haste dos óculos e que ajuda a ler textos, reconhecer rostos, identificar coisas dando quase total autonomia ao utilizador. Muitas pessoas (ligadas a familiares com problemas de visão) tomaram nota deste dispositivo correndo para a internet à procura de mais detalhes principalmente dos custos. AH! Os custos (?): passa os quatro mil euros… Será assunto para autoridades de saúde se debruçarem sobre este dispositivo e encontrarem maneira de o mercado o disponibilizar a preços acessíveis. Vamos esperar que o bom senso impere e que as falhas de visão possam ser superadas em breve.
Maria Clotilde Moreira
Jornal Costa do Sol - 19.02.2020
Pura cidadania! Parabéns!
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